26 janeiro 2006

Trabalhar “à borla” II

A Câmara Municipal aprovou, na reunião da passada segunda-feira, a nova composição da administração da empresa municipal VerOurém, responsável, entre outras áreas, pelos espaços culturais e desportivos municipais do concelho.
Tal como o Notícias de Ourém avançava na passada edição, na nova administração mantém-se Serrano Rodrigues, que passa a presidente, e que exercerá funções sem remuneração. Serrano Rodrigues fica acompanhado pelo vereador Humberto Piedade e por Orlando Cavaco, ambos como vogais.

É preciso apostar na formação e em melhores condições


O estudo de Avaliação, diagnóstico e caracterização dos ERB (Estabelecimentos de Restauração e de Bebidas) do Município de Ourém na perspectiva da higiene e salubridade, efectuado por Paulo Lopes aponta para a existência de "elevado número de inconformidades nos estabelecimentos".
Isto traduz-se em inadequadas práticas de higiene, insuficiente sensibilidade higio-sanitária de recursos humanos e na necessidade de uma aposta na formação.
"Apesar de prevista legalmente, a formação profissional aos manipuladores no âmbito da higiene e da sua actividade, é inadequada e questionável" e "é indiscutível que a implementação do Autocontrolo é, por enquanto, utópica na grande maioria dos estabelecimentos". Estas são algumas das conclusões do estudo levado a cabo entre Outubro de 2004 e Julho de 2005 em que foram avaliados 310 estabelecimentos do concelho.
Os estabelecimentos de restauração e bebidas do concelho de Ourém, com classificação negativa localizam-se maioritariamente nas freguesias rurais; são estabelecimentos de bebidas simples, ou estabelecimentos mistos; e são explorados pelo seu proprietário.
As principais irregularidades detectadas encontram-se nas Zonas de serviço e autocontrolo. Ou seja, reflecte situações como:
Más condições de manipulação, no que respeita ao fardamento e à higiene pessoal;
Carência de registos e documentação de actuações (de um modo geral todos os parâmetros do autocontrolo); por exemplo.
Positivamente destacam-se as características gerais das instalações e zonas destinadas aos utentes, nomeadamente pavimentos, paredes, tectos e outras superfícies limpas e em bom estado de conservação; iluminação suficiente; ventilação e exaustão de fumos e odores correctas e adequadas, entre outras.
Uma classificação feita com base num primeiro método de classificação aponta para a seguinte classificação:
Bom - 13%
Aceitável – 39%
Não aceitável - 37%
Mau - 11%
A média de lugares é de 63 por estabelecimento, tendo este sector 30 mil lugares de capacidade. No concelho, este sector emprega 1500 pessoas, com uma média de 3,2 trabalhadores.
Com nota positiva, maioritariamente, estão os estabelecimentos de restauração e os de bebidas, ambos com fabrico próprio de pastelaria, panificação e gelados.
Os resultados apresentados pelo delegado de Saúde, José Martins, de um estudo efectuado em Fátima, em 2005, a sete estabelecimentos. A análise assenta em padrões não tão exigentes como os apontados pelo estudo de Paulo Lopes, referiu o delegado de saúde. Seis estabelecimentos foram considerados "razoáveis" e um "razoável-". Em 2004, foram fiscalizados 52 estabelecimentos comerciais, classificando-se como bom, seis estabelecimentos; 30 como razoável e sete como razoável -. Como mau, classificaram-se nove.
Em Ourém (concelho), a análise feita a 221 estabelecimentos classifica 21 com um bom, 119 como razoáveis, 50 como menos que razoáveis e 31 como maus.
José Martins defendeu que a higiene e segurança depende de vários factores que dizem respeito às instalações: concepção, dimensão e equipamento.
Quanto às instalações, José Martins salienta que "se evoluiu muito", também com a evolução da própria lei. "O consumidor escolhe o restaurante de acordo com as condições deste".
Este responsável salienta que, "às vezes vemo-nos constrangidos a aprovar determinado tipo de projectos", em virtude da falta de espaço. "Acabamos por aceitar uma situação de compromisso entre o que é a lei e o que é possível".
Ainda assim, "a situação não é muito má". Certeza é que "temos que evoluir e melhorar na parte da formação" além da necessidade de "usar melhor as boas práticas".
No que diz respeito aos alimentos, "cada vez há mais controle na cadeia alimentar".

CenOurém novamente nos palcos

Pelo oitavo ano consecutivo, a Câmara Municipal de Ourém organizou, com a colaboração dos grupos de teatro do concelho, mais uma edição do CenOurém, Festival de Teatro Amador de Ourém.
Este ano serão sete as companhias que levarão peças à cena.
Dias 9 e 10 de Fevereiro o Núcleo de Actividades Expressivas da Escola Profissional de Ourém leva a cena a peça "De sol a solo", uma adaptação e João lázaro a partir do original "O galo, senhor do Universo", de Milan Pavlik.
O grupo Cultural, Desportivo e Recreativo Bairrense leva a palco, nos dias 16 e 17 de Fevereiro, a peça "Pestenença", de Abel Neves.
Dias 23 e 24 é o Centro de Estudos de Fátima que encena "As Vedetas", um original de Lucien Lambert.
"O Príncipezinho", de Saint Exupéry, é a peça para ver nos dias 2 e 3 de Março, representada pelo Grupo Cultural e Recreativo de Peras Ruivas, numa adaptação de Dora Conde.
O Grupo Cultural e Desportivo Sobralense levará a cena, dias 9 e 10, "As artimanhas de Scaptin", um original de Molière.
23 e 24 de Março é o Centro Cultural e Recreativo do Olival que encena "A encenação", um original de Lauro António.
Para fechar o certame deste ano o Grupo Desportivo e Cultural de Seiça subirá a palco nos dois últimos dias de Março com a peça "O casamento", original do oureense Sérgio Ribeiro.
As peças subirão ao palco do Cine-Teatro Municipal da cidade às 21h30. As entradas custam 1 Euro.
Leandro, Rei de Helíria em Urqueira
"Leandro, Rei de Helíria" vai subir ao palco da Associação Cultural de Urqueira, no próximo dia 28 de Janeiro, pelas 21h30. A peça será apresentada pelo Grupo de Teatro Apollo do Centro Cultural e Recreativo de Pêras Ruivas, que assim se associa à iniciativa, Cenourém em Itinerância, actividade levada a cabo pela Câmara Municipal de Ourém.

Casos de Polícia

Dia 19 de Janeiro, foram detidos dois indivíduos, de 21 e 32 anos de idade, respectivamente, por nessa manhã terem abordado um cidadão de 76 anos de idade, intitulando-se empregados da Caixa Geral de Depósitos, dizendo-se igualmente conhecedores da família do lesado. Após algum diálogo ofereceram-se para o acompanharem à Caixa Geral de Depósitos para levantar a reforma. No percurso realizado em viatura dos detidos estes ofereceram relógios em troca de uma prestação inicial de 150 euros, para fiança, ao que a vítima acedeu, posteriormente solicitaram mais 150 euros, entregando dois relógios. A vítima só aceitou entregar mais 50 euros alegando ter dívidas para pagar. Ao aperceber-se que os relógios não valiam o dinheiro despendido, contactou esta Polícia que acabou por proceder às detenções e à recuperação dos valores. Os detidos foram presentes ao Tribunal Judicial de Ourém, tendo sido sujeitos a termo de identidade e residência ficando ainda sujeitos a apresentações semanais na autoridade policial da área de residência.
Também neste dia, desconhecidos, depois de se terem introduzido através de uma janela de um estabelecimento de ensino, furtaram vários artigos de informática e provocaram alguns danos cujos valores globais não foram ainda apurados.

Desacatos

Tem vindo a ocorrer, em alguns cafés da cidade, desacatos entre indivíduos de nacionalidade brasileira e portugueses, levando à intervenção regular das forças da ordem.
Uma destas rixas, no passado domingo, provocou algum aparato. No café onde ocorreu, eram visíveis fragmentos de garrafas, copos e sangue, pelo chão. Chamada a intervir, a PSP teve necessidade de pedir apoio à GNR face ao grande número de elementos envolvidos na confusão. Tendo comparecido vários elementos desta força, a verdade é que já não tiveram oportunidade de actuar visto que os responsáveis pelos desacatos, tendo-se apercebido do chamamento policial, puseram-se em fuga. Apesar dos estragos causados, até à data não foi apresentada queixa na PSP.

Moto clube com concentração em Agosto

O Moto Clube Ourém, informa a todos os seus associados, amigos e simpatizantes que no passado dia 17-12-2005 no Casino do Estoril foi atribuída pela primeira vez o estatuto de concentração federada pela Federação Nacional de Motociclismo, evento este a realizar nos dias 4,5,6 de Agosto de 2006 em Ourém.
Informa ainda que no próximo dia 11 de Fevereiro, no Funpark, Haverá lugar a comemoração do I ANIVERSARIO desde Moto clube.
Faça já a sua reserva através dos tlm: 919823563 / 919059135

Arcanjos em Espanha



No passado dia 13, sexta-feira, pela 4ª vez um grupo de motos dos Arcanjos do asfalto, deslocaram-se uma vez mais a terras de Espanha para participar na concentração invernal "OS PINGUINS", em Boecillo/Valladolid. Alem dos habituais espectáculos, este ano houve a ainda a comemoração dos 25 anos deste evento com uma excelente exposição dos 100 anos do motociclismo.
Apesar de serem 13 motos numa sexta-feira 13 e com as condições meteorológicas que se faziam sentir este grupo conseguio ter um fim-de-semana de convívio motard a 100%. Desde o tradicional farnel, não esquecendo o café da avozinha, os chouriços, morcelas e as torradinhas que confeccionaram na tradicional fogueira, passando pelas tendas de musica, concertos e a envolvente de mais de 20.000 motos, "difícil é transmitir" o que estes cerca de 20 arcanjos conviveram nestes dias.

Encontro nacional de coleccionismo

O VII Encontro Nacional de Coleccionismo – feira de trocas, vai decorrer no quartel dos Bombeiros Municipais de Tomar, no dia 4 de Março, pelas 10h00 organizado pelos amigos do coleccionismo daquele concelho e integrado nas comemorações dos 84 anos dos Bombeiros e 845 anos da cidade de Tomar.
A abertura do certame é às 9h00 com recepção aos participantes, entrega de placas identificativas e distribuição de mesas. Pelas 9h30 é a recepção às entidades convidadas e a feira abre ao público a partir das 10h00. O almoço é livre a partir das 12h30 e a feira reabre pelas 14h30 encerrando às 20h00 com entrega de diplomas e lembranças. Para inscrições e/ou outras informações, contactar Victor Domingos (Tita) pelo telemóvel nº 919 347 981 ou os Bombeiros de Tomar através do telefone 249 329 140.

19 janeiro 2006

Pais contra encerramento de escolas



No âmbito da "requalificação participada da rede do 1º Ciclo do ensino básico", são, segundo informação da DREL, 20 as escolas do concelho de Ourém a ser encerradas no ano lectivo de 2006/2007.
O processo no concelho iniciou-se em Novembro quando a Câmara foi convocada pelo director regional de educação para uma reunião na DREL – Direcção Regional de Educação de Lisboa. Aí foi-lhe comunicada a proposta das escolas a suspender. Segundo informação do vereador com o pelouro da educação, não terá sido apenas o número de alunos a pesar no encerramento, tendo sido tomados em conta também critérios como o sucesso escolar e o percurso das escolas nos últimos anos, que projecta o aumento ou diminuição do número de alunos dos próximos anos. A DREL colocou um técnico em terreno que apresentou um estudo, estudo esse que foi cruzado com os dados da autarquia, relativamente às escolas de acolhimento dos alunos cujas escolas serão fechadas. Em relação a estas, houve flexibilidade da DREL apenas em relação à escola de Formigais por ser a única escola da freguesia.
Entretanto chegou a informação aos encarregados de educação dos alunos da escola da Ramalheira que a escola de acolhimento dos seus filhos seria a de Formigais o que os deixou indignados tendo já iniciado um processo de contestação através de um abaixo-assinado que está a correr naquela localidade da freguesia de Freixianda e que colhe o apoio do presidente da Junta de Freguesia que se afirma do lado da população, contra o encerramento da escola. A contestação dos pais da Ramalheira baseia-se, por um lado, no facto da escola ter sofrido obras recentemente estando por isso em "óptimas condições" contrariamente ao que acontece, afirmam, com a escola de Formigais. Por outro lado não aceitam que os seus filhos saiam da freguesia para ir para a freguesia vizinha onde, contestam, é menor o número de alunos do que na escola da Ramalheira. Dizem ainda existir mais crianças no Jardim-infantil da Ramalheira do que em Formigais e não compreendem porque razão tem que ser os seus filhos a mudar para uma escola com piores condições e menos alunos em vez do contrário que, no seu entender, seria muito mais lógico.
Entretanto, as aulas de inglês iniciaram-se na escola da Ramalheira no ano civil passado e no início deste mudaram já para a de Formigais. Duas das mães que contestam a medida e que afirmam falar em nome dos outros pais, garantiram ao Notícias de Ourém que os seus filhos esta semana já não irão para Formigais ter aula de inglês por consideram que permitir que o façam é uma forma de estar a aceitar esta imposição. Dizem que se os filhos continuassem na freguesia ainda entendiam, embora continuem a dizer que o querem mesmo é que a sua escola não encerre. Referem ainda o facto de as crianças irem almoçar à EB 2,3 da Freixianda e não aceitam que "passem o tempo de um lado para o outro, de autocarro".
Entretanto, segundo o Notícias de Ourém apurou já há encarregados de educação de outras escolas em vias de fechar, nomeadamente a da Charneca, Freixianda e Pisões 2, em Caxarias, a insurgir-se contra o encerramento tendo-se já alguns deslocado à DREL e sido recebidos pelo vereador da educação. Aliás, Humberto Piedade sublinha o modo "cordial e educado" como as reclamações foram feitas e lamenta mesmo nada poder fazer, uma vez que a decisão é superior e não cabe à autarquia.
Entretanto o vereador afirma que irá reunir muito em breve com os presidentes de Junta para lhes explicar a situação.
É claro que a garantia de frequência de todos os alunos das escolas a suspender num estabelecimento próximo da área de residência, não está em causa.



Escolas que vão fechar

Alburitel nº 2 - Toucinhos (Alburitel);
Cacinheira (Casal dos Bernardos);
Caxarias (Caxarias);
Pisões nº 2 - Andrés (Caxarias);
Cercal nº 2 - Ninho d’Águia (Cercal);
Carvalhal (Espite);
Cumieira (Espite);
Charneca (Freixianda);
Cumeada (Freixianda);
Ramalheira (Freixianda);
Lavradio (Matas);
Louçãs (N.S. Piedade);
Carcavelos de Cima (Olival);
Óbidos (Olival);
Soutaria (Olival);
Casal Ribeiro (Rio de Couros);
Cristóvãos (Seiça);
Fontaínhas (Seiça);
Valada (Seiça);
Pederneira (Urqueira).

Cantina Central já funciona



A nova cantina dos Monfortinos
deverá estar a funcionar em pleno já desde quarta-feira.

Na passada semana, o Notícias de Ourém visitou as instalações e almoçou com as crianças que actualmente ali recebem as suas aulas. A distribuição pelas outras escolas do concelho estava com início marcado para a passada quarta-feira, já depois do encerramento desta edição.
São cinco as turmas do primeiro ciclo a funcionar no edifício dos Monfortinos, todas oriundas de escolas de Fátima.
Estas crianças foram também as primeiras a usufruir do serviço de cantina que a Câmara criou naquele espaço. O almoço custa 2,5 euros por criança, sendo que aos pais pagam 1,34 euros enquanto a Câmara suporto 58 cêntimos e o Estado outros 58. São cerca de sessenta, as crianças que auferem do serviço.
Na altura em que o Notícias de Ourém visitou as instalações, estavam ao serviço uma cozinheira e duas ajudantes. A partir do momento em que o serviço foi alargado deverão ser cinco as auxiliares na cozinha. Todas receberam formação específica sendo que algumas vieram de cantinas que funcionavam noutras escolas que agora vão ser servidas pela cantina central sita nos Monfortinos.
Para além das crianças de Fátima, desde quarta-feira deverão estar a ser fornecidos também os Jardins-de-infância de Seiça, Coroados, Alquieidão, Pinheiro, Caneiro, Vale Travesso, Sandoeira e Mata da Urqueira e as escolas de 1º ciclo de Alqueidão e Pinheiro. Mas o serviço está disponível para as outras crianças do primeiro ciclo cujas escolas queiram aderir ao serviço.
Aliás, como nos refere Serrano Rodrigues, responsável da VerOurém, a cantina tem capacidade para servir 1200 refeições. Para já o principal problema, caso estas fossem todas requisitadas, estava na distribuição, dado existir apenas uma carrinha para fazer este serviço. Para já e para as referidas escolas, a carrinha sai de manhã para distribuir os almoços pelas escolas que participam desde já no projecto e, no regresso, faz a recolha dos contentores da comida. Serrano Rodrigues estima que para servir todo o concelho, seriam necessárias três carrinhas, mas como há locais que estão a ser servidos e bem, sublinha o vereador com o pelouro da educação, Humberto Piedade, por outras entidades, esta modalidade vai manter-se.
Ementas são feitas por nutricionista
Quanto às refeições servidas pela cantina central, elas obedecem escrupulosamente à ementa elaborada pela nutricionistas da Câmara. Aliás, estas ementas, preparadas com cerca de dois meses de antecedência, são enviadas para os outros locais onde se servem refeições a crianças de escolas embora a sua utilização ou não dependa do critério dos responsáveis de cada instituição.
No dia em que o NO esteve na cantina, o almoço era composto por sopa de legumes, peixe cozido, já sem espinhas, acompanhado por batatas e legumes cozidos (feijão verde e cenouras). A sobremesa era salada de frutas e para quem quisesse havia pão e água para acompanhar.
Segundo nos informou Serrano Rodrigues, são três as refeições de peixe por semana contra duas de carne. É que embora os pequenos prefiram a carne, é sabido que o peixe deve ter um peso maior numa dieta equilibrada.
Mas antes de passar à sala de refeições, o Notícias de Ourém acompanhado por Humberto Piedade visitou uma sala de aula. Nessa altura chegaram também os técnicos que iam colocar um computador em cada sala de aulas. Dali seguimos para a cozinha, observando, pelo caminho, o resultado das obras efectuadas para transformar aquele num espaço confortável e com condições para os alunos: casas de banho, balneários, ginásio, etc.
Distribuição e preço
Já na cozinha, a nós se juntou Serrano Rodrigues que começou por explicar o modo como ia ser feita a distribuição, através de contentores específicos capazes de manter o frio e o calor ao mesmo tempo, graças a uma divisória entre tabuleiros, mantendo inalterável a qualidade da comida e fazendo com que a sua temperatura se mantenha durante quatro horas, perdendo, depois, apenas cerca de um grau por hora.
Uma das questões que colocámos a Serrano Rodrigues prende-se com o facto de havermos sido informados de que havia locais onde se serviam refeições às crianças a um preço mais baixo. O responsável da VerOurém não questiona esse facto que considera possível uma vez que, como diz, se trata de cantinas em meio rural geridas, muitas vezes, por encarregados de educação, onde alguns dos alimentos hortícolas são oferecidos. Por outro lado, há cós onde são as próprias mães que, revezando-se, cozinham ou, quando isso não acontece, a funcionária ao serviço é colocada pelo Centro de Emprego através de programas financiados o que, naturalmente torna mais barata a produção. Refere ainda outra questão pertinente. Actualmente as cantinas a funcionarem em escolas estão isentas doa 12% de IVA. Enquanto isso, a VerOurém tem procurado essa isenção também, apenas para esta área do apoio à família mas segundo Serrano Rodrigues, é empurrada de gabinete para gabinete e ainda não conseguiu essa isenção. Por isso afirma este responsável, "o Estado acaba, através dos impostos, por vir buscar aquilo que dá".

Três anos nos Monfortinos



Pouco mais de uma centena de crianças vindas das escolas de Casa Velha, Cova da Iria, Lombo d’Égua e Fátima, dividem-se pelas cinco salas a funcionar no edifício do seminário Monfortino. O presidente da Câmara de Ourém estima que ali permaneceram por cerca de três anos, tempo que levará a concluir o projecto de ampliação do edifício escolar em Fátima. David Catarino considera que o edifício dos Monfortinos "tem bastante espaço" mas reconhece que o seu exterior não está adequado ao recreio dos mais novos. Até porque aquele espaço, de facto, foi pensado para a formação de jovens de um nível etário superior. Como afirma "a intenção de ali colocar a escola de hotelaria não se perdeu". Mas dada a necessidade premente, "a recuperação imediata foi para criar as cinco salas de aula". Uma recuperação que ainda não está completa uma vez que o telhado, segundo Catarino, apresenta algumas infiltrações pelo que terá que ser intervencionado no Verão.
Ainda no que se refere às aulas ali a decorrer, a Câmara, uma vez que os alunos estão num local diferente do inicialmente previsto, encarregou-se do transporte dos alunos a partir das escolas onde estes se matricularam. Porém, afirma Catarino, no próximo ano, as matrículas já decorrerão no edifício dos Monfortinos pelo que deixará de ser a Câmara a providenciar o transporte. A bem da verdade, afirma o autarca, mesmo agora já são poucos, cerca de uma vintena, os alunos transportados pela Câmara sendo os pais que se encarregam do transporte da grande maioria.

Câmara inicia reconstrução de habitações

A Câmara Municipal de Ourém assinou ontem, com dois proprietários, empreiteiros e Cáritas Diocesana de Leiria, a consignação que marca o início da construção de duas das casas destruídas pelos incêndios do verão passado.
O valor global das duas casas ascende a 131 mil euros, verba reunida graças a diversos donativos particulares, do Banco Espírito Santo e duma iniciativa de emigrantes que com a colaboração de diversos artistas realizaram um espectáculo cuja totalidade das verbas reverteu para o apoio às vitimas dos incêndios no concelho.
Uma das habitações situa-se na localidade de Valongo, freguesia de Casal dos Bernardos e outra em Lavradio, freguesia de Matas. Prevê-se para breve a consignação das restantes seis habitações.

Eleições na AMLEI vão repetir-se

A Assembleia Municipal de Ourém reuniu extraordinariamente na passada sexta-feira, entre as 20h30 e as 21h30, tendo como ponto único da ordem de trabalhos a eleição dos representantes de Ourém na AMLEI - Área Metropolitana de Leiria.
Este acto porém vai ter que repetir-se no próximo dia 17 de Fevereiro. Isto porque, segundo adianta o Diário de Leiria da passada o deputado municipal de Leiria eleito do Bloco de Esquerda, Vitorino Pereira, pediu a impugnação do acto por considerar existir "violação" do regimento da comunidade urbana.
O pedido de impugnação foi analisado, ainda segundo aquele diário, "pelos oito elementos da Junta da AMLEI - constituída pelos presidentes das câmaras de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós" que "decidiram ordenar a marcação de novo acto eleitoral para o próximo dia 17 de Fevereiro, o que implica a marcação de assembleias municipais extraordinárias nos oito concelhos".
No caso deste deputado, as razões apontadas para o pedido de impugnação prendem-se com o facto "de o deputado municipal do BE não ter recebido a informação dez dias antes da sua realização, tal como consta no regimento da AMLEI".
O caso, explica o Diário de Leiria, "remonta ao último mês do ano passado, quando o presidente da Assembleia Municipal de Leiria, Manuel Antunes, transmitiu oralmente, no dia 29 de Dezembro, a realização de uma sessão extraordinária no dia 13 de Janeiro de 2006, para a eleição dos membros da assembleia da AMLEI, mas a informação só foi formalizada por escrito, via e-mail, no dia 9, a menos de quatro dias da realização do acto".
Mas não foi apenas este deputado municipal a pedir a impugnação do acto. Também o líder da bancada do PSD de Porto de Mós, Jorge Vala, entregou um pedido de impugnação do acto eleitoral de sexta-feira.
Isto porque os estatutos da AMLEI prevêem a eleição de três deputados de cada um dos concelhos que a compõem, à excepção de Leiria com direito a quatro. No entanto a Marinha Grande apresentou também ela, uma lista composta por quatro elementos. Isto, aliás, à semelhança do que já fizera antes mas como então estavam em jogo duas listas, a Marinha Grande, conseguiu os seus intentos ficando prejudicado o concelho da Batalha. Este ano, como existe apenas uma lista concertada entre CDS, PSD, PS e CDU, a Marinha Grande repetiu a "graça" e voltou a apresentar 4 elementos. Desta vez o prejuízo recaía sobre Porto de Mós. Com a mesma cor política a gerir os dois concelhos, a coisa até podia ficar por aqui. No entanto o líder da concelhia de Porto de Mós dos social-democratas não está pelos ajustes, afirmando que não será o PS da Marinha Grande que vai defender os interesses de Porto de Mós, pedindo assim também ele, a sua impugnação.
Em Ourém
Embora Ourém também tenha que repetir a eleição, a verdade é que por cá o resultado deverá ser o mesmo da passada sexta-feira.
De acordo com os estatutos apenas votam e podem ser eleitos os membros eleitos. Isto é, por exemplo os presidentes de Junta que fazem parte da AM por inerência do cargo, não podem ser eleitos para a área metropolitana.
Em Ourém, tal como nos restantes concelhos, a lista era única tendo partido de um consenso da própria Área Metropolitana.
Ourém elegeu Deolinda Simões, pelo PSD, presidente da mesa da AM, que deveria ocupar o 7º lugar da lista, logo seguida, no 8º lugar, por António Gameiro, líder da bancada socialista e no 22º lugar aparecia mais um social-democrata, Jorge Heleno. De referir ainda que, na lista Oureense, ficaram como suplentes Agripina Vieira (PS) e Ângela Marques (PSD).
Resta recorde-se que a lista é composta por 25 efectivos dos concelhos de Leiria, Batalha, Pombal, Marinha Grande, Ansião, Ourém, Alvaiázere e Porto de Mós. Em Ourém dos 21 membros da AM com direito a voto, apenas compareceram ao acto 16 e o resultado foram 15 votos a favor e um branco.
Resta agora esperar para saber se a votação em Ourém se vai manter.

Ex-vereador(es) da Câmara de Ourém: Trabalhar “à borla”

Após uma década de vereação na Câmara de Ourém, Armando Neto é agora presidente do conselho de administração da empresa municipal AmbiOurém, sem auferir salário. Neto era até agora administrador da empresa mas recebendo pagamento pelo seu trabalho.
Para além de Armando Neto a administração da AmbiOurém cabe também ao vereador João Moura e a Sérgio Francisco, na qualidade de vogais, sendo que apenas este último vai receber um ordenado equivalente a um quarto do vencimento de um director de departamento.
A proposta do novo conselho de administração da AmbiOurém foi aprovada em reunião de Câmara com a abstenção dos vereadores do Partido Socialista, tendo ficado garantido que Neto não irá auferir qualquer remuneração, de acordo com o estabelecido no Decreto-lei 179/2005. Recorde-se que este diploma apenas aceita o exercício de funções públicas por aposentados ao abrigo do Estatuto da Aposentação por razões de interesse público.
O presidente da Câmara de Ourém, David Catarino, justifica a escolha de Armando Neto considerando que este possui "experiência no sector das obras", além de que, assegura, "garante a continuação dos objectivos" traçados para a empresa municipal. A breve trecho os estatutos da empresa deverão ser alterados para nela incluir todo o sector de obras por administração directa. No fundo, Armando Neto acaba por ficar a desenvolver o mesmo trabalho que já tinha no seu último mandato como vereador mas de graça.
Para já a AmbiOurém tem a seu cargo a gestão das etar’s - estações de tratamento de águas residuais, o despejo de fossas, a manutenção dos espaços verdes, pequenas reparações nas escolas e respectivos pátios, recolha de monos, o Parque Linear, incluindo o mercado, e uma empresa de inserção.
Em breve também a VerOurém será sujeita a alterações de gestão sendo de prever que também ali o presidente da administração passe a trabalhar graciosamente, caso se trate de Serrano Rodrigues, também já na situação de aposentado.