17 agosto 2006

histórias de vida: Enfermeira em luta



"Em Portugal conheci pesssoas maravilhosas que me ajudaram muito." Foi há cinco anos que a cubana Maivis Borga deixou a sua terra natal e rumou em direcção a Portugal. Casada com um empresário da região, com um filho de três anos, Maivis sente-se totalmente integrada no nosso país.
Mas nem tudo foi fácil. Produtora musical e enfermeira licenciada, esta cubana de 30 anos luta ainda pela possibilidade de exercer enfermagem em Portugal. Apesar das carências do nosso país na área da saúde, Maivis viu-se impossibilitada de exercer a sua profissão, sendo-lhe exigida uma equivalência. "Há muita burocracia. Neste momento ainda estou à espera de uma certidão da Ordem dos Enfermeiros e sem ela ninguém me dá trabalho." Mesmo depois de conseguir o estatuto de cidadã portuguesa, Maivis, deparou-se com alguns entraves e viu frustradas todas as tentativas de encontrar trabalho. Maivis Borga lamenta também o facto de não poder trabalhar como produtora musical no nosso país. "A produção musical é mais um hobbie mas, de qualquer forma, em Portugal também é complicado conseguir este tipo de trabalho."
Até mesmo para abrir uma conta bancária a cubana esbarrou nos entraves da burocracia. "Eu tinha a documentação toda mas disseram-me que tinha de ir a Cuba pedir uma declaração que garantisse a minha imigração para Portugal. As restrições são imensas!"
No início, Maivis sentiu também algumas dificuldades no que diz respeito à língua portuguesa. "Quando cheguei a Portugal, não conseguia entender o que as pessoas diziam. Agora já dá para compreender mas falar ainda é complicado."
A imigrante, proveniente da cidade de Havana, notou ainda diferenças substanciais na personalidade da população portuguesa em comparação com a cubana. Ao contrário dos cubanos, os portugueses são mais introvertidos. "As pessoas aqui são mais fechadas do que lá. Não é que sejam antipáticas mas os cubanos são mais amigos uns dos outros, não há diferenças no tratamento entre as pessoas. Depois eu acho que os cubanos primam mais pela simplicidade do que os portugueses." A produtora destaca igualmente "uma maior humildade por parte do povo cubano" e o facto destes partilharem mais as suas vidas. "Em Portugal é preciso conhecer muito bem uma pessoa para ganhar a sua confiança. Aqui cada um vive a sua vida, não há uma partilha tão grande", lamenta a imigrante.
No que diz respeito ao clima, as diferenças são abismais. E esta foi mais uma adversidade sentida por Maivis. "Em Cuba está sempre imenso calor. Quando cheguei a Portugal, em Novembro de 2000, estava muito frio, nem me atrevia a sair de casa!"
Filipa Ferreira

Agroal: “Há muita falta de limpeza”



"Este local não está bem aproveitado, há muita falta de limpeza e a água está muito suja". Esta é a opinião de António Soares (nome fictício) acerca de um dos locais mais emblemáticos da nossa região: o agroal. Visitante do local há mais de 30 anos, António, residente no concelho de Pombal, faz duras críticas ao aproveitamento deste espaço. "Acho que deveriam existir passeios nas margens, não temos sequer condições de estender uma toalha", referiu. "A ponte de madeira também não oferece solidez nenhuma, até faz uns ruídos estranhos!"
O visitante de 66 anos não deixa de criticar a falta de civismo das pessoas que desfrutam do Agroal tal como ausência de investimento por parte das Câmaras Municipais. " As pessoas não têm o mínimo de cuidado, sujam tudo, deitam papéis para o chão e até para o rio. E os governantes deveriam investir mais nisto, serem um pouco mais caprichosos. Fazer um parque de merendas, por exemplo, seria genial!" Quanto às vantagens de um melhor aproveitamento do agroal, António Soares não tem dúvidas. "Se houvesse um maior investimento por parte dos responsáveis, viriam muitas mais pessoas! Há muita gente que não vem por causa da falta de higiene."
Apesar das críticas no que se refere ao aproveitamento do espaço, António Soares não pretende deixar de desfrutar das qualidades únicas que o local proporciona a quem o visita. "Venho sobretudo por ser um sítio único aqui na região. Pela qualidade da água que vem da nascente, pela beleza do local, pela presença da natureza." E são estes os atributos que vão, certamente, continuar a atrair milhares de visitantes ao Agroal.
Também Irene comerciante no Agroal há mais de 20 anos, reitera as críticas à falta de aproveitamento do espaço. A comerciante diz ser inaceitável a inexistência de uma casa-de-banho num espaço tão frequentado. " Deveria, pelo menos, existir uma casa-de-banho, isso é indispensável, é uma condição mínima", refere. Segundo Irene, o facto do sítio sofrer de falta de higiene e não existirem balneários acaba por afastar muita gente do local. "Porque é que não colocam por aí pelo menos mais uns caioxotes do lixo?" questiona a vendedora.
Irene critica igualmente a falta de condições de segurança do agroal. "Ainda ontem caiu um senhor ali no tanque. As pessoas escorregam frequentemente, deveria existir um corrimão ou outro tipo de coisas que garantisse a segurança a quem cá vem", alertou a negociante. Irene criticou também a ausência de outro tipo de segurança. " Aqui no agroal há assaltos quase todos os dias. Ainda na semana passada quase todos os carros foram assaltados, há muita falta de policiamento."
A inexistência de um parque de estacionamento foi outra das críticas feitas pela comerciante que espera, um dia, conhecer um "novo" Agroal.
Filipa Ferreira

“Não tenho palavras”



Outra das habitações foi cedida a Maria da Graça Gomes, 81 anos e residente em Lagoa de Santa Catarina, Freixianda.
A casa ficou totalmente destruída após o incêndio do passado Verão. Mas não foi apenas a casa que se perdeu. " Fiquei sem nada, o tractor, o carro dos animais…Não se aproveitou nada, só a roupa que usava naquela altura", afirmou Maria da Graça. Nem mesmo os animais que possuía conseguiram escapar às chamas. "Das galinhas que tinha poucas escaparam, morreram quase todas". A proprietária e os filhos conseguiram apenas salvar o barracão, anexo à casa. "O meu ouro e os papéis importantes que estavam dentro de casa ficou tudo destruído. Tive de tratar de tudo novamente."
Nos dias que se seguiram à tragédia, Maria da Graça foi levada para o estrangeiro pelos familiares. "A minha filha levou-me para a França, estive lá uma semana para sair um pouco deste ambiente".
No que diz respeito à nova casa, Maria da Graça mostra-se muito animada e rejuvenescida. "Não tenho palavras. Estou muito contente com esta nova habitação", revelou, visivelmente satisfeita.

"Devia ter morrido no incêndio"




Uma das novas habitações foi entregue à família de António Pereira e Manuela Simões, residente em Valongo, Casal dos Bernardos.
O casal que perdeu a casa no fogo de 5 de Agosto do ano passado mostrou-se satisfeito com a nova moradia mas não consegue tirar da memória o que se passou. "Eu gosto da casa mas da velha é que não me esqueço", referiu Manuela. A proprietária mostrou-se ainda bastante abalada e triste com a tragédia que no ano passado lhe bateu à porta. "Eu devia ter morrido com o fogo, pelo menos não via a miséria", lamentou. "Nessa noite fui ao Centro de Saúde e dormi nos bombeiros de Caxarias. Quando vi o estado em que ficou a minha casa fiquei em choque", declarou Manuela Simões.
Desde o dia do incêndio até à entrega da nova habitação, o casal viveu em casa de uma das filhas. António Pereira que ficou ferido aquando do incêndio mostrou-se muito grato com todas as pessoas que lhes ofereceram ajuda. " Só fiquei com a roupa que tinha no corpo e mais nada. As pessoas ajudaram-me muito. Até pessoas de longe vieram trazer-me roupa, azeite, batatas…"
A maioria dos animais pertencentes ao casal morreu também no incêndio. "Perdi tudo, morreu tudo queimado: galinhas, pombos, ovelhas, um porco e até as minhas duas cadelas" declarou António Pereira visivelmente abalado.
Filipa Ferreira

Entregues mais quatro casas a vítimas dos incêndios




Na passada sexta-feira, 11 de Agosto, foram entregues mais quatro casas às vítimas dos incêndios do último Verão. Uma das habitações foi entregue a uma família de Valongo, Casal dos Bernardos, e as restantes três em Lagoa de Santa Catarina e Fonte Fria freguesia da Freixianda.
A entrega das novas habitações só foi possível graças a uma parceria entre a Cáritas e a Câmara Municipal de Ourém com o objectivo de resolver os casos mais dramáticos resultantes da destruição da primeira habitação nos incêndios do verão passado.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém, David Catarino, agradeceu o apoio por parte das várias entidades envolvidas neste projecto. "Quero agradecer à Caritas, ao Banco Espírito Santo e à Gulbenkian pelo apoio prestado." O presidente lamentou ainda o atraso na entrega das habitações mas salientou que a espera "valeu a pena". "Há um ano a desgraça bateu às vossas portas mas fica aqui a ajuda possível." Catarino não quis deixar de alertar a população portuguesa para a necessidade de permanecer "atenta e vigilante" afim de evitar "tragédias deste tipo".
O presidente da Cáritas portuguesa, Eugénio da Fonseca, fez questão de salientar o espírito solidário da população portuguesa que "levantou este monumento". O presidente agradeceu a ajuda dos construtores da região, do BES e das irmãs dominicanas que no seu colégio juntaram cerca de seis mil euros. Eugénio da Fonseca salientou o carácter solidário do poder local, dizendo que sozinho ninguém consegue fazer nada. "As boas condições desta nova habitação não vão, no entanto, atenuar a dor psicológica que estas pessoas sentem" referiu Eugénio da Fonseca. Este responsável lamentou ainda o facto de ser natural em Portugal a chegada da época de incêndios. "No nosso país já se tornou banal a abertura da época de fogos quase como a época balnear, isto é lamentável".
Além da presença destes responsáveis destaca-se ainda a presença dos presidentes das juntas de freguesia afectadas e dos respectivos párocos que benzeram as novas habitações.
Filipa Ferreira

Imigração ucraniana está a criar "orfãos virtuais"




O alerta é dado pelo bispo auxiliar do arcebispo de Kiev e Halytch e responsável pela pastoral das comunidades ucranianas no exterior, D. Dionísio Lachovicz. "Está a surgir a realidade do órfão virtual: os meninos de rua abastecidos com o dinheiro enviado pelos pais. Meninos de rua diferentes, com dinheiro no bolso, mas sem o calor e a ternura da família".
O bispo referiu-se à actual situação de muitos miúdos ucranianos que ficaram no país natal enquanto os pais imigraram para outros países, nomeadamente para o pai para Portugal, a mãe para Itália.
"A rua traz a droga e o sexo fácil".
Na homilia, o prelado referiu-se à queda do muro de Berlim e à real situação das pessoas e sociedade soviética." A falência do sistema soviético gerou novas estruturas da morte". "A Rússia e a Ucrânia têm hoje o maior índice de abortos, no mundo. Surge a indústria do sexo, a exploração e o tráfico de mulheres".
Alterar a situação é possível, frisou o bispo responsável pela pastoral das comunidades ucranianas no exterior. "Acredito que o milagre da "dança do Sol" poderá repetir-se, apesar das tempestades morais do contexto actual. Nossa Senhora pede-nos conversão! É preciso converter-se da dimensão horizontal, das mazelas humanas, erguer os olhos rumo ao alto, recuperar diálogo singelo com Deus, a simplicidade da oração do rosário, e lá se descobrirá a fonte da justiça, fidelidade e vida".
E Fátima é um sítio especial para este encontro/reencontro com Deus. "Aqui podeis reencontrar a vossa fé, a luz para a vossa vida de migrantes, a solução dos vossos problemas pessoais e familiares e o conforto da Igreja que vos ama com uma mãe", concluiu.
Rito latino e bizantino
A consagração eucarística e invocação do Espírito Santo foram feitas em rito bizantino, numa celebração de rito latino, na eucaristia da peregrinação do migrante, a 13 de Agosto.
Foi a a primeira vez que tal aconteceu no Santuário de Fátima. Um grupo de jovens da diocese de Kiev cantou a anáfora da consagração, a epiclese ou invocação do Espírito Santo, em ucraniano.
Oferta de trigo
A peregrinação nacional do migrante é marcada pela oferta de trigo, feita pelos peregrinos durante o ofertório, ao Santuário de Fátima. O cereal vem em sacos maiores ou méis pequenos, transportado à cabeça ou nos braços, sendo depois na escadaria do recinto, colocado em sacos do Santuário. Destina-se depois à confecção de hóstias.
Em 13 de Agosto de 2005, foram oferecidos ao Santuário cinco mil quilos deste cereal. Desde então e, até o dia 1 de Agosto de 2006, já foram oferecidos 1 697 quilos de trigo.
No Santuário de Fátima, no ano passado foram confeccionadas 178 795 hóstias e 8 149 737 partículas. Destas, quase um milhão e quintas mil partículas e mais de 21 mil hóstias foram tomadas nas eucaristias celebradas no Santuário. Seis milhões e trezentas e quatro mil partículas e quase 140 mil hóstias foram vendidas enquanto que 315 927 partículas e 17.691 hóstias foram oferecidas às comunidades religiosas de Fátima.
A oferta de trigo é já uma tradição antiga da peregrinação de Agosto. A 13 de Agosto de 1040, um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, da diocese de Leiria ofereceu 30 alqueires de trigo para confecção de hóstias.

Nova lei da imigração é "um passo em frente"

A nova lei da imigração é "um passo em frente" de uma situação de "indefinição para uma situação mais definida" no que respeita ao acolhimento e integração dos imigrantes em Portugal, afirmou D. António Vitalino, presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana.
Referindo-se à nova lei, aprovada a 10 de Agosto, o bispo de Beja considerou que "acabou-se com alguma burocracia" bem como a ideia de que qualquer imigrante "é um malfeitor", antes, uma pessoa que "procura viver melhor".
Mas "não resolve cabalmente o problema". "Claro que o problema da legalização nos ultrapassa", adiantou também o mesmo responsável referindo ainda que se trata de uma questão que envolver muitas sensibilidades: sindicatos, associações de emigrantes e governo.
"Os portugueses não se podem queixar que não têm emprego por causa da imigração", considerou o bispo, pretendendo desta forma esclarecer a opinião pública. "Não estamos a roubar nada a ninguém, estamos a lutar pela vida", explicitou questionado sobre a ideia que os imigrantes estão a ocupar empregos dos portugueses.
"Há muitos que a juventude portuguesa já não quer", afirmou D. António Vitalino falando dos trabalhos na agricultura. Os portugueses estão a emigrar para Espanha onde "pode ganhar o dobro ou triplo".

Bispo natural de Alburitel sepultado na terra natal



D. Américo Henriques, bispo emérito de Nova Lisboa, agora Huambo (Angola) foi sepultado no cemitério de Alburitel, na última quarta-feira, 16 de Agosto.
O prelado de 82 anos residia na Casa Diocesana do Clero de Leiria-Fátima, em Fátima. Nasceu a 6 de Outubro de 1923.
Ordenado presbítero a 19 de Julho de 1947 em Roma, recebeu a nomeação episcopal a 5 de Julho de 1966, como bispo titular de Tisili e Auxiliar do bispo de Lamego, sendo ordenado bispo em Fátima a 11 de Outubro de 1966.
Em 17 de Abril de 1967 foi nomeado Coadjutor da diocese de Lamego, com direito a sucessão, tendo passado a Bispo Residencial de Lamego em 2 de Fevereiro de 1971. A 12 de Fevereiro de 1972 foi nomeado Bispo de Nova Lisboa (Huambo). Passou a Bispo Emérito em 13 de Abril de 1976.
Após o regresso a Portugal residiu durante muitos anos no Seminário Diocesano de Leiria, onde leccionou diversas cadeiras de Teologia aos alunos do Seminário Maior.
As cerimónias fúnebres realizaram-se na Sé de Leiria e na igreja paroquial de Alburitel.

Bispo de Viseu preside a próxima peregrinação

O bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro presidirá à peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de Setembro. O anúncio foi feito pelo bispo da diocese de Leiria-Fátima, em conferência de imprensa, a 12 de Agosto.
Trata-se da peregrinação internacional aniversária da quinta aparição de Nossa Senhora, sob o tema "Não cometerás adultério".
Será a primeira vez que o novo bispo de Viseu (foi ordenado a 23 de Julho) presidirá a uma peregrinação neste santuário mariano. Recorde-se que ele sucedeu ao bispo António Marto à frente da diocese viseense, à frente da de Leiria-Fátima desde 25 de Junho de 2006.
A 12 e 13 de Outubro, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto presidirá à peregrinação internacional aniversária sob o tema "Nem eu te condeno. Vai e, não tornes a pecar". Será a segunda vez que o prelado preside a uma peregrinação aniversária depois de o ter feito a 13 de Julho de 2006.
Aos jornalistas, o bispo adiantou que, a partir de Setembro, altura do novo ano pastoral, os convites aos bispos para presidirem às peregrinações internacionais aniversarias são da sua responsabilidade.

Actividades radicais no fim-de-semana da juventude




Marta Louro foi uma das participantes do fim de semana da Juventude que decorreu no Parque Aventura do Agroal nos últimos dias 11, 12 e 13. Aos 12 anos, a jovem, natural de Santa Margarida da Coutada, Constância, revela ter "gostado muito desta experiência essencialmente pelo convívio, pelo desporto e pela natureza."
Marta revela ter tido conhecimento das actividades através da avó, uma visitante assídua do Agroal. Quanto às actividades, a jovem não tem preferências. "Já experimentei muitas e gostei de todas!"
Esta iniciativa foi uma parceria entre a Câmara Municipal de Ourém, o Instituto Português da Juventude e as Associações Juvenis do Distrito de Santarém.
De entre os diversos desportos que faziam as delícias de miúdos e graúdos, as filas maiores verificaram-se no slide, no tiro com arco e na canoagem, actividades com grande adesão. Para além destas, os visitantes do parque tinham ainda à sua disposição a tirolesa, as paralelas ou os matraquilhos humanos.
O colóquio Prevenção da Natureza e Poluição Ambiental, marcado para as 15 horas de Domingo, acabou por não se realizar devido à falta de quórum.
Filipa Ferreira

Romeiros na festa do Avante

O grupo de música popular portuguesa "Os Romeiros", da Academia de Música Banda de Ourém participa na edição de 2006 da Festa do Avante. O concerto realizar-se-á a 3 de Setembro, pelas 21h.
A 30ª Festa do Avante, realiza-se a 1,2 e 3 de Setembro, na Quinta da Atalaia, Seixal. Além dos concertos, colóquios, exposições, gastronomia, debates, desporto, teatro e artes, festa do livro e do disco, a edição de 2006 assinala os 85 anos do PCP – Partido Comunista Português e dos 75 anos do jornal Avante. Terá ainda uma homenagem particular a Lopes Graça, "maestro de Abril e militante comunista".
A EP – entrada permanente é um cartão de acesso aos três dias de festa e tem um custo de 17,50 euros. Nos dias da festa custa 25 euros.
Programa e informações várias da festa em http://www.pcp.pt/index.php?
option=com_content&task=
view&id=6246&Itemid=225.

Sons do Alentejo na Som da Tinta

É um programa cheio e variado aquele que a Som da Tinta promove, amanhã, 19 de Agosto. Trata-se de uma tarde cultural dedicada ao Alentejo.
Assim, às 15h30 haverá cante e desfile pelo Grupo coral e etnográfico de Ferreira do Alentejo, no Centro cívico. Uma hora depois, no espaço da Som da Tinta será inaugurada a exposição de fotografias "A sul gentes adentro" de António Lains Galamba.
Segue-se a apresentação do livro "Minhas senhoras e meus senhores – vida, fome e morte nos campos de Beja durante o salazarismo", de Paulo Lima.
Haverá "Conversa aberta – resistência ao sul", com intervenientes vários, entre os quais João Honrado, José Casanova e Sérgio Ribeiro.
A tarde cultural terminará com a actuação do grupo coral.

A fantasia e a imortalidade nas Pegadas até 27 de Agosto

A questão da imortalidade, a relação do homem com a vida e com a morte são o âmago da história contada na peça "As pegadas dos dragões" que estreou a 15 de Agosto.
Na noite do ensaio geral, cerca de três centenas de pessoas assistiram a um espectáculo que mistura uma realidade fantasiosa e fantástica onde os dragões convivem com os homens, a magia é quotidiana e os reis são aconselhados por homens sábios.
O príncipe, personagem interpretado por Filipe Seixas é acompanhado ao longo desta caminhada pelo arquimestre, interpretado por Carlos Carvalheiro.
Durante quase duas horas, o público foi conduzido às várias cenas que compõem a peça. Num encontro entre princípe e arquimestre, ladeados por motos de um lado e vespas do outro.
No jardim jurássico, onde se vendem as ilusões, onde quem as comprou padece por isso.
Na laje onde o personagem principal se encontra com a feiticeira enquanto descem de rappel, outros figurantes, numa simbologia dos diferentes pontos de vista.
Depois desta cena, o público janta adquirindo, nas diferentes barracas e tendas montadas pelos escuteiros do concelho, alguns petiscos, fruta e bebidas. Não houve fogo pirotécnico na noite do ensaio geral, tendo em conta alguma preocupação manifestada devido aos recentes incêndios. No dia marcado para estreia, também não houve fogo de artifício mas, ao que o Notícias de Ourém conseguiu apurar, se as condições climatérias o permitirem, haverá, nos dois fins-de-semana de espectáculo.
De regresso à cena, o público é encaminhado para ver uma cena de luta interior, interpretada com a ajuda das motos, que iluminam os personagens principais, culminando a peça perto do jardim jurássico. Ao "encontrar o lugar da promessa de se tornar imortal", o arquimestre decreta que seja fechado. O príncipe separa-se do arquimestre, o primeiro volta ao seu reino, o segundo à floresta.
Cenário natural
Inspirada na obra de Úrsula le Guin, a peça utiliza o cenário natural da pedreira, nas Pegadas dos dinossáurios, no bairro para relatar a acção, que junta ainda motas e pirotecnia.
Segundo o encenador, Carlos Carvalheiro, esta obra mistura "a temática antiga e fantasiosa dos dragões" com outras "matérias mais modernas", sempre relacionadas com a "questão da imortalidade" e a "relação do homem com a vida e com a morte".
"O local é absolutamente espantoso" e foi por causa do sítio que "surgi u o conceito do espectáculo", explicou o encenador do Fatias de Cá, uma companhia de Tomar que se celebrizou por encenar peças no Convento de Cristo, espaços abertos ou no rio Tejo.
"A produção envolve cerca de cem pessoas". Os espectáculos realizam-se a 18, 19 e 20, 25, 26 e 27 de Agosto. O bilhete custa 18 euros, a peça está marcada para as 18h18. É conveniente levar agasalho e calçado adequado, já que a cena se passa toda ao ar livre.
O projecto conta com o apoio do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que tutela o monumento natural, um dos mais importantes registos fósseis do jurássico.

Família Neto em convívio

São Neto de nome. Mas já são mais que netos. São netos, primos, tios, bisnetos, irmãos e encontraram-se a 14 de Agosto, na Conceição.
José Esteves tentou reunir, toda a família descendente de António da Fonseca Neto, que nasceu em 1859 e faleceu com 83 anos, natural de Carcavelos de Baixo, freguesia do Olival.
"Ao fazermos a festa no largo da capela podemos dizer que o patriarca também está presente", diz José Esteves, um dos cinco organizadores da iniciativa, frisando, com orgulho, que este "1.º Encontro da Família Neto reuniu quase 200 netos, bisnetos, trinetos e quatranetos".
"No total somos 239, mais os que se juntaram, casando com netos e netas, seremos nesta altura 322", pode ler-se no livro com a árvore genealógica da família, que foi distribuído durante a festa.
Vieram de longe, muitos são emigrantes no Canadá, Luxemburgo, França, Brasil e até no Bahrain.participaram na eucaristia celebrada na capela da Conceição e realizaram o convívio no largo da capela. Ali, ao lado, no cemitério está sepultado o patriarca da família: António da Fonseca Neto.
Há dois anos que José Esteves prepra este encontro realizando, por isso pesquisa sobre a família. Com ele, os primos Adelino Fonseca, Manuel Lopes, Manuel Ferreira e Carlos Rodrigues colaboraram na organização deste primeiro evento que pretende realizar-se mais vezes, futuramente.
Para melhorar a comunicação entre a família, José Esteves está a pensar fazer um ‘site’ na internet, que terá a história da família e servirá para as novas gerações comunicarem e trocarem ideias. Por isso, o próximo encontro poderá ser marcado ‘on-line’ e todos saberão ao mesmo tempo, onde quer que estejam a visualizar a página.

Detido presumível incendiário

O presumível incendiário detido a 9 de Agosto, pela Polícia Judiciária de Leiria, ficou em prisão domiciliária. O jovem de 20 anos é suspeito de ter ateado vários fogos na região de Ourém nos últimos três anos.
Presume-se que o detido, operário da construção civil, seja responsável por vários incêndios ocorridos em Julho.

Casos de polícia

No dia 8 de Agosto, ocorreu um incêndio florestal em Favacal com área e causas desconhecidas, não coberto pelo seguro em zona de caça livre.
Um outro incêndio em Cerejeiras, Matas, consumiu 4000m2 em zona de caça associativa. No mesmo dia um incêndio em Matas, Ourém, deflagrou em zona de caça associativa e as causas são desconhecidas.
Um despiste de um ligeiro na Rua Principal em Rio de Couros provocou danos materiais.
Na quarta-feira, dia 9, de uma colisão em Painel, Seiça, resultaram danos materiais.
Neste mesmo dia ocorreu ainda um incêndio florestal de causas desconhecidas que consumiu 300m2 em zona de caça associativa.
No dia 10, em Vale de Oliveira, Olival, uma colisão entre um semi-reboque e um ciclomotor causou danos. No que diz respeito a incêndios neste mesmo dia deflagrou um de causas desconhecidas em Toucinhos, Alburitel, que consumiu 50m2 em zona de caça associativa. Em Montelo, Fátima, um fogo destruiu 500m2 e em Matas um outro incêndio consumiu 3000m2 em zona de caça associativa.
Na sexta-feira, dia 11 de Agosto, uma colisão entre dois veículos ligeiros provocou 2 feridos leves na localidade de Abadia, Caxarias. Um outro acidente, provocado por um despiste, em Cavadinha, Urqueira, causou um ferido leve.
Quanto a incêndios, deflagrou um, em Pinhal Manso, Gondemaria, de causas desconhecidas e que consumiu 10000 m2 , em zona de caça associativa. Suspeita-se ter sido fogo posto o incêndio de Casal de Baixo, em zona de caça associativa e e que consumiu 100m2. No mesmo dia um fogo em Calçada freguesia da Gondemaria devastou 30m2 enquanto um outro incêndio em Fátima tem área e causas ainda por apurar.
No dia 12, um acidente entre um veículo ligeiro e um ciclomotor provocou um ferido leve em Ribeira do Fárrio. Na mesma localidade deflagrou um incêndio de causas desconhecidas que consumiu 2000m2. Um outro fogo em Cordes, Espite, consumiu 2500 m2 em zona de caça municipal.
No domingo 13 de Agosto dois incêndios em Areias, Gondemaria, consumiram 500m2 em zona de caça associativa, sendo as causas desconhecidas. De um despiste de um ligeiro em Alvega, Fátima, resultaram danos materiais.

“Tira a ferrugem” na Gondemaria



Realizou-se na passada terça-feira, dia 15, mais uma edição do "Tira a ferrugem", no âmbito da comemoração do dia do emigrante, na Gondemaria. Este evento caracteriza-se por uma concentração de motorizadas antigas, sendo algumas delas autênticas relíquias.
Daniel Vieira, membro da organização do evento, explica a finalidade desta iniciativa. " Esta prova é já característica do dia do emigrante e tem o objectivo de reunir as motorizadas antigas que as pessoas foram pondo de lado." O circuito teve início por volta das 11h da manhã, com direito a lanche a meio do percurso e almoço servido no pavilhão da União Desportiva da Gondemaria.
Fernando Oliveira, natural da Gondemaria, participa pela segunda vez na concentração do "tira a ferrugem". "Venho essencialmente pelo convívio com as pessoas e também para ajudar o clube que bem precisa" refere o participante. "Este evento destina-se mesmo às motas antigas. É mesmo para tirar a ferrugem, literalmente! A minha é uma casal turbina do ano de 1966 mas só a comprei no ano passado a um tio meu", afirmou Fernando Oliveira.
A festa do emigrante comemora-se anualmente na Gondemaria, no dia 15 de Agosto, há já mais de duas décadas, sendo uma forma de dar as boas-vindas aos seus emigrantes. Armando Roque Vieira está emigrado em França há 37 anos mas não se esquece da sua terra. " Todos os anos venho a Portugal, à minha aldeia." No que diz respeito aos festejos, o emigrante realça a importância de reunir a população da terra. " A festa do emigrante é uma forma de convívio com as outras pessoas que já não vemos há bastante tempo. Iniciativas deste género até deveriam ser mais frequentes." Quanto a participar nos divertimentos à disposição, Armando Roque é mais cauteloso. " Não devo participar em nenhum desporto, prefiro ficar a apreciar!"
Ainda no âmbito das comemorações do dia do emigrante, à tarde realizou-se um torneio de futebol e os já habituais comes e bebes marcaram também presença.
Filipa Ferreira

"Não está em execução qualquer trabalho" no tribunal de Ourém

"Não está em execução qualquer trabalho" no tribunal de Ourém, afirma o Gabinete de imprensa do Ministério da Justiça.
Questionado sobre o investimento de 13 milhões de euros em 31 tribunais portugueses, o Ministério da Justiça adianta que não estão a decorrer obras de melhoramento no tribunal oureense, nomeadamente de sistema digital de gravação, para a sala de audiências.
"No entanto, o Ministério da Justiça pode afirmar que o Tribunal de Ourém está inserido no programa de concretização de trabalhos e instalação de novas salas de audiência", refere o gabinete de imprensa do ministério.
Sobre a criação do terceiro Juízo em Ourém, "este Ministério nada pode adiantar de momento, somente quando for concretizada a discussão no âmbito da revisão do mapa judiciário, que está a decorrer".

Desportivo de Fátima apresenta plantel a 19 de Agosto

O Centro Desportivo de Fátima vai apresentar o plantel aos sócios e simpatizantes a 19 de Agosto, num jogo em que defrontará o União de Leiria. O jogo está marcado para as 17h, no estádio municipal de Fátima.
A equipa do Centro Desportivo de Fátima realiza, durante o mês de Agosto, jogos de preparação, para a próxima época. Assim, estão ainda calendarizados: a 23 de Agosto, às 18h30, o jogo com o Torrense, no estádio municipal de Fátima. A 26 de Agosto, também em casa, o Fátima recebe o Rio Maior, pelas 17h.
O Desportivo de Fátima estreia-se no Campeonato Nacional da II Divisão Zona C, a 3 de Setembro. Joga no seu estádio com o Pampilhosa. As duas equipas do distrito de Santarém (a outra é o Abrantes), só se encontram à 15ª jornada, em Abrantes.
O sorteio ditou que na segunda jornada, a 10 de Setembro, o Fátima se desloque aos Açôres para defrontar o Operário enquanto o Abrantes vai a Oliveira do Bairro.
Plantel quase fechado
Para a época de 2006/2007, o plantel do Desportivo de Fátima conta com:
Treinador: Rui Vitória
Treinador –adjunto: Arnaldo Teixeira
Guarda-redes
Pedro Duarte – CDF
Batalha – CDF
Semião – Ex-junior CDF
Defesas
Índio – CDF
Samuel – CDF
Paulo Filipe – CDF
Pedro Roldão – Abrantes
João Morais - Nelas
João Fonseca – júnior Benfica
Médios
Hugo Carvalho - Murtal
Joel - espinho
Morgado – CDF
Jorge Neves –U. Leiria
Miguel Neves
Dércio – CDF
Marinho – Olivais e Moscavide
Avançados
Ricki – CDF
Pimenta – CDF
Nino – CDF
Devigor – CDF
Carlos Manuel - Espinho

Quem é quem na Associação

Assembleia-Geral
Presidente, Mário Albuquerque; Vice-Presidente, Pedro Ribeiro; Secretários; Carlos Arsénio, António Gomes, José Rosendo e António Maia;
Direcção
Presidente, Rui Manhoso; vice-presidentes (área administrativa), Alexandre Ferreira, (área financeira), Agnelo Alexadre, (área desportiva), José Portugal; tesoureiro, Daniel Santos; Directores, Joaquim Dias, Nuno Pedro, Francisco Jerónimo, Marco Cardoso, Amadeu Bernardes e Abel Silva; Suplentes, Tiago Leite, Luís Boavida, Hugo Ribeiro, João Santos e Sousa;
Conselho Fiscal
Presidente, João Careca; Vice-Presidente, Mário Soares, Vogais, José Suspiro, António Nunes e Paulo Lopes; Suplentes, Eduardo Inês e Nuno Ventura.
Conselho de Justiça
Presidente, Victor Batista; Vice-Presidente, António Mendes, Vogais, Sebastião Ribeiro, Luís Valente, Luís Carrapato, Francisco Pedrógão e Rogério Rodrigues; Suplentes, Vítor Sousa, Manuel da Silva e José Xavier.
Conselho de Disciplina
Presidente, Orlando Mendes; Vice-Presidente, Teresa Ferreira; Vogais, João Filipe, António Rosa, António Benavente, Sandra Faro e Sérgio Lopes; Suplentes, Manuel Soares, Filipe Dionísio e Paulo Barbosa.
Conselho de Arbitragem
Presidente, Domingos Tarouco, vice-presidente, Carlos Rodrigues, Secretário, António Maia, Tesoureiro, Joaquim Simplício, Vogais, Augusto Abreu, Hélder Dourado, Vítor Correia, António Santos e Joaquim Rodrigues; Suplentes, Mário Rodrigues, António Neves e José Trindade.

Rui Manhoso tomou posse de mais um mandato na Associação de Futebol: “Novos sonhos, a mesma força”

Foi numa sala de conferências do Hotel Corinthia, em Santarém, praticamente esgotada de dirigentes desportivos que Rui Manhoso tomou posse da presidência da direcção da Associação de Futebol por mais quatro anos. A cerimónia decorreu na quinta-feira, dia 10, e contou com as presenças, entre outros, de Amândio Carvalho, vice-presidente da Associação Portuguesa de Futebol, Carlos Silva, da Associação Nacional de Treinadores, Árbitros e Associações de Leiria, Vila Real, Coimbra, Portalegre, Beja e Coimbra, David Catarino, presidente da Câmara Municipal de Ourém e Luís Guedes, Delegado do Instituto de Desporto.
De Tomar, destaque para as presenças, entre outros, de Manuel Graça, presidente do U. Tomar e António Costa Marques, da Escola de Futebol. Vítor Correia, antigo responsável do departamento de futebol do U. Tomar, também esteve presente para ser empossado do cargo de vogal do conselho de arbitragem, que será dirigido por Domingos Tarouco. Já Luís Boavida, que será suplente da direcção, foi um dos ausentes.
"Tal como em 1983, em que assinei o meu primeiro acto de posse, aqui estou hoje! Com novos sonhos, a mesma força, certamente com mais experiência para defender uma das minhas grandes paixões, o futebol amador no nosso distrito", começou por dizer Rui Manhoso no seu discurso. O dirigente destacou o trabalho de Ludgero Mendes, que abandonou o cargo de presidente da assembleia-geral para dar lugar ao antigo governador civil de Santarém, Mário Albuquerque, anunciando que lhe foi proposta a qualidade de sócio de mérito e também o cargo de presidente da comissão da futura sede social.
Rui Manhoso destacou ainda o facto da sua lista ter sido reforçada com novos elementos, dos quais espera "uma mentalidade ousada, reveladora de novas ideias e projectos", salientando, de seguida, a presença de Mário Albuquerque. Reconhecendo as dificuldades vividas pelo futebol amador, realçou o trabalho dos seus dirigentes e reiterou a importância de aproximar os clubes da Associação. "Esta é a casa dos clubes! É aqui que temos de encontrar soluções, mas é necessário que colaborem. Queremos que interajam e participem activamente no nosso quotidiano..."

"Vitória do futebol"
Na hora da despedida, Ludgero Mendes, presidente cessante da assembleia-geral da Associação de Futebol, mostrou-se feliz pelo balanço feito dos últimos 19 anos em que esteve à frente daquele órgão, manifestando, também, um voto de confiança a Rui Manhoso. Sobre a controvérsia do último processo eleitoral defendeu que "tudo resultou numa vitória do futebol distrital". "Há males que vêm por bem. Os clubes sentiram a necessidade de se congregarem no bem comum, isto é, o bem da Associação e do futebol". Crítico, Ludgero Mendes prosseguiu dizendo que "o futebol ganhou porque os clubes souberam defender o futebol. Alguns quiseram luzes da ribalta, mas os clubes responderam dizendo que queiram actores".
Aproximar os clubes da Associação de futebol é o principal objectivo desta direcção. A ideia foi defendida por Rui Manhoso e reiterada primeiro por Amândio Carvalho, da Federação Portuguesa de Futebol, e depois por Mário Albuquerque. O recém-eleito presidente da assembleia-geral defendeu que "a Associação tem de resultar da vontade dos clubes e tem de ser suficientemente forte para representar o futebol distrital". Para isso, acrescenta, "é preciso haver confiança neste projecto". Defensor da descentralização de reuniões "para conhecer melhor as realidades locais", Mário Albuquerque lembrou a necessidade de construir uma sede nova, para "promover debates de forma mais digna".
André Baptista,
jornalista d’"O Templário"

Ourém a 8 de Setembro, no Festival de gastronomia

O dia dedicado ao concelho de Ourém, no Festival Regional de Gastronomia de Leiria ocorre a 08 de Setembro.
De 2 a 10 de Setembro, no Marachão, Leiria, "Sábios sabores", o lema desta edição, vão invadir a cidade do Lis e permitir a degustação de diversas iguarias.
São vários os restaurantes dos oito concelhos que compõem a Região de Turismo de Leiria-Fátima que apresentam o melhor da sua gastronomia, ao público.
O restaurante "Paço do Conde" propõe a degustação de "Bifinhos de pato" e " Medalhões de vitela". A Escola Profissional de Ourém, também presente no certame convida os visitantes a provarem "Massinhas de cherne" e "Galo caseiro com vinho tinto", como pratos principais.
Num espaço de eleição, aberto todos os dias entre as 18h e as 24h, tudo é cuidadosamente preparado. A animação chega sempre pelas 20h30 e todas as noites com propostas diferentes. Na noite de 8 de Setembro, a música fica a cargo de um saxofonista e acordeonista oureenses.
Destaque ainda para uma das novidades deste ano, a realização do Seminário "Certificação na Restauração" a ter lugar no dia 6 de Setembro, quarta-feira, pelas 16h30, na Sala de Conferências da RTL/F.

Obras do 1º Concurso de Arte do Rotary Club de Fátima em exposição

De 18 a 31 de Agosto, o Posto de Turismo de Fátima apresenta um conjunto de trabalhos presentes no 1º Concurso de Arte destinado aos estudantes do ensino secundário do concelho de Ourém, organizado pelo Rotary Club de Fátima.
Esta mostra, patente num espaço público de Fátima, complementa os objectivos do concurso que teve o intuito de incentivar o gosto pela arte junto da população estudantil. O resultado da venda das obras reverte a favor da Casa do Bom Samaritano de Fátima, uma instituição sem fins lucrativos. A exposição está patente ao público diariamente das 10h00 às 19h00.

Obras do Tocheiro inauguradas em Outubro

As obras do tocheiro serão inauguradas em Outubro de 2006. A data foi avançada pelo reitor do Santuário de Fátima, durante a conferência de imprensa de 12 de Agosto.
"Não queremos perturbar os peregrinos", explicou, apontando a inauguração para daqui a dois meses. "Em Agosto recebemos 25 por cento dos peregrinos anuais", salientou.
As obras no tocheiro visam "dar mais dignidade àquela devoção universal" disse monsenhor Luciano Guerra, referindo-se ao acto dos fiéis colocarem as velas a arder junto à Capelinha das Aparições.
Assim "já não temos a fumarada que tínhamos no recinto".O fumo é expelido pela pira, a 70 metros e fora do recinto do Santuário.
Para diminuir a "pressão de velas", o Santuário de Fátima optou por disponibilizar aos fiéis, velas eléctricas. São duas mil e funcionam à semelhança das já existentes, em muitas igrejas. "Não é uma chama real mas é uma luz" refere o reitor, assinalando que se mantém "a simbologia da luz e o aspecto de oferta".

Nova igreja pronta em Setembro, inauguração em Outubro

As obras da nova igreja da Santíssima Trindade estão a decorrer a bom ritmo, afiança o reitor do Santuário de Fátima. Todas as empreitadas já foram adjudicadas.
"Vamos conseguir acabar a obra lá para Agosto/Setembro para poder inaugurar em Outubro", afirmou monsenhor Luciano Guerra. Mais do que a previsão é a "nossa esperança",referiu. A nova igreja deverá ser inaugurada a 13 de Outubro de 2007, por ocasião do encerramento do ciclo comemorativo dos 90 anos das Aparições.
O bispo da diocese de Leiria-Fátima deverá convidar o Papa a visitar Fátima nesta altura. Além dos 90 anos das Aparições de Nossa Senhora aos videntes comemora-se, em 2007, o centenário do nascimento da vidente Lúcia.

Fatimae : espaço de cultura e centro comercial




O espaço Fatimae, aberto há um mês, ao público, pretende ser, sobretudo, um espaço cultural voltado para a população da freguesia e região e não apenas vocacionado para os visitantes de Fátima.
Desfiles de moda, exposições, música, teatro, actividades desportivas, conferências, a oferta é variada e promete animar as noites de quarta-feira e ao fim-de-semana. Além disso, o Fatimae disponibiliza um auditório com capacidade para 80 pessoas e um outro também para divulgação, e realização de eventos com capacidade para 250 pessoas.
A ligação à sociedade civil é uma das grandes preocupações deste espaço. Daí que instituições como o CRIF – Centro de Recuperação Infantil de Fátima tenham ali um espaço que possa ser visitado e que sirva também para angariar fundos. Outras IPSS, salienta António Ferreira, um dos responsáveis pelo espaço, têm as portas abertas a este local.
Aliás a organização do espaço pretende trabalhar futuramente em colaboração com a junta de freguesia, câmara municipal, entidades religiosas, escolas e hotéis. O objectivo é proporcionar uma agenda cultural diversificada.
Centro comercial
"O objectivo é manter movimento cá. É para as pessoas de cá, não só para funcionar em Julho e Agosto e, no dia 12 e 13 de Maio". Um mês depois da abertura "há muitas pessoas que vêm aqui quase todos os dias".
Além do espaço cultural, o Fatimae é também um centro comercial. 64 lojas distribuídas por três pisos, além de um piso de escritórios, para serviços.
Há ainda lojas por abrir, que deverão estar abertas até final de Setembro: cafés, pastelarias, restaurante com esplanada, churrasqqueira, loja de jornais e revistas, ourivesaria, pedras preciosas, roupas… haverá ainda posto de internet e um espaço virtual e de jogos em rede.
Uma das mais valias - salienta António Ferreira – é o espaço ser aberto e ter muita luz, permitindo às pessoas percorrer os dois mil metros quadrados sem a sensação de estar fechado. O elevador panorâmico permite ao visitante estar no espaço, observando as lojas nos diferentes pisos e olhar para o exterior. No interior há 130 lugares de estacionamento, além das mais de duas dezenas de lugares, no exterior.
Inauguração em Dezembro
O espaço Fatimae será inaugurado na primeira quinzena de Dezembro. Está previsto um espectáculo, na abertura, também com música.
Até final de Setembro, a página na net, em www.fatimae.com deverá estar disponível com a agenda de eventos e a divulgação do mesmo espaço.
Próximas iniciativas
Do programa para este mês consta a 20 de Agosto, domingo, uma sessão de fados e música popular portuguesa. Sara Raquel e Manelito dão voz a cantar o fado, acompanhados por Carlos Velez e do próprio Manelito à guitarra. A partir das 22h, no piso -1.
No mesmo palco, a 22 de Agosto, a Sociedade Filarmónica Ouriense dará um concerto musical enquanto que, no dia seguinte, 23 de Agosto é tempo de "contos de fados". A 27 de Agosto, o Rancho Folclórico dos Moleiros da Ribeira encerrará os concertos musicais do mês.
Até final do mês está patente uma exposição venda de trabalhos do Centro de recuperação infantil de Fátima, bem como uma exposição fotográfica, de Paulo Penicheiro e uma outra de automóveis antigos.
Até 27 de Agosto estará ainda patente uma mostra de trabalhos e workshop de registos.
Lançamentos
Uma feira da gastronomia, já em Setembro, com mostra de pratos locais e regionais. O objectivo é tornar esta primeira iniciativa, no futuro, uma mostra gastronómica a nível nacional e internacional.
O lançamento de um CD e a apresentação de livros fazem parte dos projectos futuros para este espaço, com iniciativas marcadas, também, para Setembro.

10 agosto 2006

Missionário de Paz em tempos de guerras



Padre Jesuíta, Manuel Ferreira passou a maior parte da sua vida como missionário, em Moçambique, e em ambiente de guerra. Excelente comunicador, conta-nos as suas vivências e diz ser um «homem feliz e muito realizado». Em Moçambique vai continuar «enquanto puder trabalhar e não der trabalho». Com uma forma peculiar de olhar o mundo que o rodeia diz que para o homem mais pacífico fazer uma guerra basta colocar-lhe «armas na mão e um pouco de ódio no coração».



O padre Manuel Ferreira é natural da Ribeira do Fárrio. Com 76 anos recorda para o NO uma vida passada, na maior parte do tempo, em clima de guerra. Mas não é um homem amargo, pelo contrário. De formação humanística, com especial amor pelas artes e literatura, aprendeu a ler os homens e os seus corações em África que considera a sua casa.
Na nossa longa conversa, o padre Manuel Ferreira começou por nos contar a forma como foi parar a Moçambique. Diz que estava a estudar filosofia em Milão quando foi desafiado por um colega a ir para o México. Era jovem e a ideia agradou-lhe, pelo que a apresentou aos seus superiores que não gostaram tanto e entenderam que, como as suas missões necessitavam de gente, ele deveria ir antes para uma delas. E foi para Moçambique.
«Não fui para o seminário diocesano porque os meus pais eram pobres. Fui para os Jesuítas porque era mais barato»
Mas a verdade é que quando optou pela Ordem Jesuíta não foi a pensar em ser missionário. «Eu queria ser Jesuíta porque queria ser padre e queria sê-lo de determinado modo», afirma. «Também podia ter sido Franciscano ou padre diocesano». Mas «não fui para o seminário diocesano porque os meus pais eram pobres. Fui para os Jesuítas porque era mais barato». E, passados cinco anos, «comecei a emigrar». Primeiro dentro do país foi parar ao norte, a Macieira de Cambra, quando tinha apenas 11 anos. Aí passou cinco, num seminário menor. Aos 17, «faz agora 50 anos, decidi seguir a vida Jesuíta. Fui para Soutelo, onde passei mais cinco anos e, ao fim desse tempo, mandaram-me estudar filosofia em Itália. Os meus superiores tinham-me destinado uma formação na área das Letras e previam uma passagem pela Universidade de Coimbra». Mas eis que «surge a tal vocação missionária, na altura de forma um pouco pueril a exprimir-se para a América Latinadevido ao tal amigo».
Em Moçambique
no início da
guerra colonial
Mas acaba por ir para Moçambique em 1964. «Tinha a guerra colonial começado dois meses antes». Mas esta desenvolvia-se no norte do país sendo pouco sentida no centro, para onde foi. ERntretanto volta a ir estudar para Roma e regressa a Moçambique em Fevereiro de 1974. «Quando cheguei a guerra estava no auge e o ambiente já não tinha nada a ver com o que tinha deixado». É que, naqueles oito anos, a guerra tinha-se estendido a todo o país e vivia-se «um ambiente muito mau, de muito ódio, de muita desconfiança».
Vigiado pela PIDE
E eis que surge a primeira história: «porque o evangelho, naquele domingo, se prestava a isso, eu disse na homília que nós homens, em todo o mundo, estávamos demasiado armados uns contra os outros e que precisávamos de desarmar o nosso coração. Bastou isso para que, no dia seguinte, me viesse o administrador avisar que a PIDE-DGS já tinha o meu nome e já sabia o que eu tinha dito na missa e que, daí para a frente, ficaria com a PIDE sempre a vigiar-me. Gerou-se logo uma grande confusão. Correu pela Beira que tinha chegado um padre que vinha com manias revolucionárias e que não era claro que defendesse Moçambique como território português».
«Eu não tinha dúvidas que
aquele povo tinha direito à sua autodeterminação»
E hoje, o padre Manuel Ferreira confessa que até havia verdade no boato. É que «de facto, eu não era por Moçambique continuar a ser Portugal. Sempre considerei a necessidade da independência. A forma como isso aconteceu é que já é discutível. Mas eu não tinha dúvidas que aquele povo tinha direito à sua autodeterminação».
Por isso, é natural que sentisse desconfiança à sua volta. «A Beira era, e ainda é, a cidade de Moçambique mais progressista. Havia aí três tipos de pessoas. Os negros que contavam pouco porque se manifestavam pouco; os brancos favoráveis à guerra e à luta pela manutenção da situação colonial e os brancos favoráveis à independência. Isto gerava muita desconfiança. Mais do que dos negros, entre os próprios brancos.
Padre,
mestre noviciado e professor
Manuel Ferreira acabara de se formar em Teologia e deveria ir ensinar teologia no seminário maior no então Lourenço Marques, hoje Maputo. Ia formar padres negros mas, ao contrário do previsto, foi enviado para São Benedito de Manga, onde estavam os padres brancos que haviam sido expulsos pelo governo português por defenderem a autodeterminação. Aí, os Jesuítas fundam o noviciado. Manuel Ferreira tinha agora 35 anos e ao mesmo tempo que era mestre noviço ensinava francês e português a crianças das 5ª e 6ª classes. Em 1978 regressa à Beira e fixa-se em Matacuane onde ainda hoje está e desenvolve o seu trabalho, mantendo sempre forte ligação com os jovens, quer como professor, quer através da pastoral da Juventude. Ao mesmo tempo convive de perto com a sociedade cultural moçambicana, sobretudo com escritores.
Diz que durante as fases mais conturbadas da vida e das guerras naquele país, nunca sentiu qualquer tipo de represálias por parte dos naturais.
Com o povo na celebração da independência
Conta como viveu o dia da proclamação da independência:
«Na noite de 24 para 25 de Junho, quando foi proclamada a independência, eu estava sozinho com um irmão Jesuíta, em casa, sem sabermos se ali devíamos permanecer ou ir ao campo de futebol do Ferroviário da Manga, para onde o povo estava convidado a fim de assistir à proclamação. Sabíamos que se fôssemos corríamos riscos. Mas arriscamos. E quando chegamos, não éramos os únicos. Via-se um branco aqui e ali no meio da multidão negra, mas que não temiam aquele povo porque o conheciam e ele também nos conhecia. O estádio estava à cunha e na hora em que baixou a bandeira portuguesa e subiu a Moçambicana, foi uma loucura. Nessa altura tememos alguma reacção surgida de más memórias do colonialismo. Havia ali gente que tinha sofrido muito e podia vingar-se. Mas não. Naquela hora, as pessoas choravam e abraçavam-nos como seus amigos, como seus aliados».
Mas nessa altura ninguém acreditava que uma outra guerra iria começar, segundo o padre Manuel, muito mais violenta e fratricida. «Mas começou e durou quase 16 anos». Uma guerra de guerrilha que «começou pequena mas alastrou e os anos 80, foram anos terríveis de massacres e sofrimento».
«Desde o princípio sou bastante Frelimista»
Manuel Ferreira confirma que «desde o princípio sou bastante Frelimista, apesar de ter sofrido porque eles tinham um regime comunista muito forte». Mas na verdade, afirma, «foram muito menos cruéis que a Renamo. A Renamo matava, torturava, tirava as crianças do colo da mãe e pilava-as, mutilava as pessoas: cortavam os seios às senhoras, cortavam os lábios às pessoas e diziam-lhes "agora ri-te…". O bicho humano é assim. Progride em tudo e também na crueldade. Inventavam sempre maneiras novas de fazer sofrer. Quando desconfiavam que em determinada zona a Frelimo não fazia mal, entendiam que era porque o povo era pela Frelimo e chacinavam-no». Por isso o padre Manuel diz que passou, nesta altura, os piores anos da sua vida. «Nós não tínhamos nada. Passei fome. Mas passávamos todos. Não havia ricos nem pobres. A cidade da Beira é a cidade da Renamo e esta, para além de estar fortemente armada, fazia muitas sabotagens. Vivíamos constantemente à luz da vela e os alimentos não se conservavam por falta de energia para os frigoríficos».
Mas nem mesmo nesta época Manuel Ferreira sentiu correr perigo de vida. Diz que isso tem a ver com o temperamento, com a maneira de ser. Outros no seu lugar talvez considerassem ter corrido perigo mas ele afirma nunca o ter sentido. Ri-se ao recordar o único momento em que sentiu algum desrespeito. Viajava de comboio para um retiro com os seus noviços e «num local que era considerado o mais anti-português» um miúdo que vendia pacotinhos de amendoins, na estação, aos viajantes, disse-lhes qualquer coisa que não percebeu, quando se abeirou da janela «com um noviço de cada lado e eu perguntei ao do lado ‘ó joão, o que é que o miúdo disse? E ele respondeu, ‘disse assim: ó branco, vai-te embora para a tua terra’. Foi a única falta de respeito que senti. Mas como veio de um miúdo…». Até porque o padre Manuel garante que «o povo moçambicano é muito respeitador e muito pacífico. Até admira que tenham feito uma guerra. Mas foi porque eram armados pelo estrangeiro. Qualquer povo do mundo, por mais pacífico que seja, por natureza, se lhe põem armas na mão e um pouco de ódio no coração, temos guerra».
Enquanto houver força
Talvez devido a esse respeito de que fala, Manuel Ferreira quer continuar em Moçambique, «enquanto tiver forças para trabalhar e não der trabalho». Isto porque reconhece não haver lá, ainda, estruturas de apoio aos idosos e é usual então o regresso a Portugal. Mas Manuel Ferreira tem como exemplo o padre Albano. Também ele natural da Freixianda, tem 93 anos e faz, este ano, 63 de África». Veio para Portugal já velhinho mas chegou cá e sentiu que não estava a fazer nada e decidiu voltar para Moçambique para não morrer de tédio. E voltou. Está velhinho mas continua a trabalhar. E como lá somos pouco, qualquer trabalho nos dá a sensação de sermos úteis».
Religiões, seitas e ritos africanos
Quanto à convivência com outras religiões, o padre Manuel recorda haver dois tipos de religiões: as cristãs com as mais diversas denominações e as não cristãs. Para além destas há uma grande variedade de seitas e de ritos africanos. É a propósito destes últimos que conta uma história divertida. «Contou-me há dias um responsável da Caritas em Tete, que o administrador o convidou a percorrer a região para conhecer as religiões que por lá havia. Foram tomando contacto com estas, até que chegaram a uma que teve que ser proibida. Era a religião de Adão e Eva, onde os fiéis realizam ritos nocturnos, todos nus, em grandes orgias. Só proibiram essa».
Quanto ao diálogo inter religioso, Manuel Ferreira fala da naturalidade com que ele se faz em África. «Nas famílias há pessoas de diferentes religiões»», embora reconheça que este diálogo é mais difícil por exemplo, com os muçulmanos, visto tratar-se de uma religião, tal como a católica, transcendental e «uma pessoa que está numa religião transcendental, muito dificilmente muda». Considera os muçulmanos «muito bem organizados mas muito mais intransigentes». Porém, «em Moçambique, não há fundamentalismos». Os muçulmanos «querem levar uma vida tranquila e não têm propensão para guerras. Tenho muitos amigos e tive muitos alunos muçulmanos. Em Moçambique o único perigo advém do seu poder económico. Há lá muçulmanos muito ricos e se chegam ao poder podem tentar impor leis injustas para o povo».
A sida, o «jeito»
e a falta dele
Um dos grandes problemas, actualmente, em África, é a sida. Face a isso quisemos saber como age um padre católico. Segue as directrizes de Roma ou adapta-se à realidade? Quanto a isso, o padre Manuel é claro. «A igreja prega o ideal e por isso não pode defender o preservativo». Mais, no caso concreto de Moçambique, fazê-lo seria incitar ao desregramento». Recorda que aquele é um povo que vive de modo «muito natura» e «sem os redutores que nós temos». Por isso conta o que se passou com a forte campanha desenvolvida pelo Estado para o uso do preservativo. A única marca existente ali é o «Jeito» e o nome acabou por se generalizar o que torna muito complicado, diz divertido, utilizar esta palavra». Não podemos usá-la nas homílias. É que a campanha «está por todo o lado: "amor com jeito", "faça com jeito"… Ora, com a campanha, diz, o que aconteceu foi que «toda a gente começou a usar o "jeito" e espalharam "jeito" por toda a parte. Ou seja,, toda a gente começou a ter relações, mesmo quando elas não estavam previstas. Resultado, em vez de diminuir, a sida aumentou assustadoramente». É que «as pessoas criam hábitos e usam "jeito" mas há um dia que não há e vão lá mesmo sem "jeito".
«A igreja
não está no mundo para facilitar a vida»
Por isso o padre Manuel diz que não pode recomendar o "jeito", até porque a sociedade civil se encarrega disso. Por outro lado, fazê-lo seria estar a «facilitar a vida e a igreja não está no mundo para facilitar a vida. Está para dificultar. Porque a cruz, ninguém no-la tira». Por isso, defende que «o evangelho não é um código de regras. É um livro que nos convida ao heroísmo, ao impossível. Quando diz que basta que um homem olhe para uma mulher com desejo e mesmo que não vá para a cama com ela, já está a pecar e eu digo isso nas minhas aulas, é a gargalhada geral. Mas eu, se não me vigiar, também não consigo». Por isso, «o evangelho é um constante convite ao heroísmo».

Vespourém festeja segundo aniversário




O parque de merendas de Casal dos Bernardos foi o local escolhido para a família Vespourém festejar o segundo aniversário do vespa clube de Ourém, a 6 de Agosto.
A festa foi familiar. Uma centena de pessoas, entre os quais vespistas e respectivas famílias, aproveitaram o dia de domingo para um passeio de vespa até ao parque de merendas, onde as sombras proporcionaram um tempo de descanso e lazer, depois do piquenique à hora do almoço, com sardinhas e febras assadas.
Aumentar o convívio entre os sócios foi também o objectivo da direcção ao escolher este local. "Há mais contacto, mais convívio", refere um elemento da direcção do clube.
Aliás, já no aniversário anterior o grupo de vespistas acabou por reunir-se também num parque de merendas, ao ar livre, constituindo já uma tradição na história do clube.
Além disso, o parque dispõe de condições para a realização de convívios e iniciativas deste tipo. A Junta de Freguesia de Casal dos Bernardos, perante a indicação que o grupo vespista iria almoçar no local, colocou mais mesas de modo a proporcionar um melhor convívio.
Alguns sócios não puderam comparecer por incompatibilidades com férias e festas. A tarde foi ocupada com jogos tradicionais e algumas brincadeiras.
O grupo vespista terá uma participação especial na peça de teatro "Pegadas dos dragões" que o grupo de teatro "Fatias de cá" leva a cena nas Pegadas dos dinossáurios a15, 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de Agosto. Em cada representação deverão participar dez vespistas.
Quanto a concentrações, a próxima em que o Vespourém participa é a de Góis, a 18, 19 e 20 de Agosto. Depois, em Setembro, participa na concentração do clube congénere, de Fátima.

Peregrinação dos migrantes dedicada aos ucranianos

Sinal dos novos tempos", é o tema da 34ª Semana das Migrações que decorre até 13 de Agosto. O tema foi inspirado na Mensagem de Bento XVI para a 92 Jornada Mundial do Migrante e Refugiado e Carta Pastoral dos bispos da Ucrânia aos seus imigrantes em Portugal: "Migrações: Sinal de Tempos Novos".
Habitualmente esta semana é dedicada aos emigrantes portugueses. Este ano, assume uma particular importância já que também é dedicada à comunidade ucraniana a residir em Portugal. Calcula-se que sejam 70 mil.
Trata-se de uma semana para "pensar e recordar todas as categorias de pessoas envolvidas na mobilidade, a celebrar na fé a dupla condição do nosso país – emigração e imigração – e, a "ousar a memória" de uma Igreja missionária que sempre acompanhou os seus "filhos" em diáspora pelo mundo e que carece de um renovado compromisso diante das urgentes necessidades das novas rotas da emigração portuguesa".
Esta semana iniciou-se com a peregrinação dos africanos, a 5 de Agosto e terá o ponto alto com a peregrinação de 12 e 13 de Agosto ao Santuário de Fátima. Será presidida por Dionisio Lachovicz, responsável da Igreja Greco-Católica pelas Comunidades Ucranianas no Exterior, coadjuvado pelo bispo António Vitalino, presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana.
O encerramento oficial desta semana de sensibilização, encontro e oração acontecerá no dia 13 de Agosto, com a Jornada de solidariedade das comunidades cristãs com a Pastoral da Mobilidade Humana que a Igreja desenvolve em favor dos em favor dos migrantes, marítimos, ciganos, deslocados, refugiados e irregulares. Além do ofertório nacional realizado em todas as paróquias, nesse domingo acontecerá ainda em Fátima, no auditório Paulo VI, uma Tarde de evangelização para a comunidade ucraniana, da responsabilidade da Capelania nacional dos ucranianos.
A visita pastoral que o prelado, Dionisio Lachovicz fará ao nosso país terminará uma celebração, dia 15 de Agosto – Solenidade da Assunção de Maria - para a comunidade católica ucraniana da área metropolitana de Lisboa.

Mais quatro casas entregues

Mais quatro moradias são entregues, esta manhã de 11 de Agosto, às vítimas dos incêndios do Verão passado. é entregue uma casa a uma família da freguesia de Casal dos Bernardos e três a famílias da freguesia de Freixianda.
A cerimónia de entrega das chaves tem início às 10 hno lugar de Valongo (Casal dos Bernardos) continuando por Lagoa de Santa Catarina, Arneiro de Cima e Fonte Fria, da freguesia da Freixianda.
As quatro novas habitações fazem parte de um conjunto de oito que a parceria Cáritas e Câmara entenderam como prioritárias naquele concelho, para acudir às situações mais graves resultantes da destruição de habitações nos incêndios do ano passado. A primeira casa foi já entregue no dia 25 de Maio, esperando-se que as restantes possam sê-lo também a breve prazo.
Na área da diocese de Leiria-Fátima vão estar, assim, entregues 10 habitações, ficando ainda quatro nos concelhos de Ourém e Leiria a aguardar a conclusão dos trabalhos em curso, representando um investimento total superior a novecentos mil euros.
A construção das habitações resulta de um protocolo estabelecido entre a Cáritas e Câmara Municipal, cabendo a esta a elaboração de projectos e acompanhamento técnico, assumindo a Cáritas o pagamento total do custo das habitações. Neste "milagre" de reunião de tão avultados meios participaram muitas organizações da Igreja e também da sociedade civil; mas foi, sobretudo, a imensa solidariedade de milhares de portugueses que, aderindo às propostas da Cáritas, fizeram o milagre acontecer.

Imigração: do acolhimento à integração



O padre Sérgio Henriques é o responsável, a vários níveis pelas questões das migrações. É o Director do Secretariado Diocesano das Migrações e Turismo, mas é também o presidente da Amigrante – Associação de Apoio a Imigrantes. È sobretudo nesta última que se tem vindo a desenvolver uma maior acção já que, como refere o padre Sérgio, a Diocese, no que se refere às questões das relações, acções e actividades com imigrantes, está completamente diluída na Amigrante.
Esta associação, conta, surge para «dar resposta às necessidades e desafios que a partir dos anos de 2001/2, começaram a surgir na nossa Diocese e o Secretariado, automaticamente, diluiu-se com a sua criação».
Os sócios fundadores da associação são o Secretariado da Pastoral das Migrações, a Câmara de Leiria, a Caritas Diocesana, o Movimento de Educadores Católicos e a Acção Católica Independente.
Notícias de Ourém – Como sentiram a necessidade de criar a Amigrante?
Sérgio Henriques – Na festa de Natal de 2001 houve um encontro organizado pelo Secretariado das Migrações e o movimento de educadores católicos que sentiram, no meio da avalanche de emigrantes de Leste que estava a surgir, a necessidade de o promover, para sentir as suas necessidades.
Este primeiro encontro está completamente marcado em todos nós que lá estivemos.
Um começo
marcado pelo medo
Foi em Janeiro porque eles celebram o Natal oito dias depois de nós. Nesse Janeiro de 2001, o encontro estava programado para o salão de uma capela nos Marrazes mas tínhamos que os concentrar num local do conhecimento de todos, transportando-os depois. Por isso, o lugar da concentração foi o teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. E nós víamo-los surgindo nas esquinas. Na altura vinham em avalanche e ainda não estavam legalizados. Até porque ainda não havia legislação. Por isso iam chegando em pequenos grupos e ficavam pelas esquinas, desconfiados. À medida que iam sendo abordados e se lhes ia dizendo que era para entrar num transporte que os levaria para outro local, era vê-los fugir. Conseguimos convencer alguns, explicando que ninguém lhes ia pedir documentos, que não havia polícia, que era a sua maior preocupação, que aquele encontro era apenas para conversarmos, conviver e perceber quais as suas necessidades e em que é que nós poderíamos ajudar. Juntámos cento e tal.
A grande necessidade manifestada logo nesse primeiro encontro, foi a do ensino da língua portuguesa. Aí começou a estruturar-se todo um apoio a este nível.
Com a necessidade de ensinar o português, percebemos que tínhamos que dar um valor jurídico e legal a esta formação porque afinal éramos apenas um grupo de voluntários com vontade de ajudar mas não existia a força institucional. Quem era eu para dizer a um patrão que não podia tirar os documentos, inclusive o passaporte, ao empregado? Era um anónimo. Agora, se o fizer em nome da associação, a força é outra.
NO – e foi esse tipo de situações que levaram à criação da associação?
S.H.- Foi. Sentimos a necessidade de formar a associação que nasce em 2003, legalmente constituída.
Os apoios
NO – Quais são os apoios aí prestados?
S.H.- Apoio no ensino da língua portuguesa; apoio jurídico; social; ético-moral, chamemos-lhe assim porque não queremos imiscuir-nos nas questões religiosas.
NO – Como assim?
S.H.- Não queremos criar barreiras pelo facto de se ser católico, ortodoxo, muçulmano ou de qualquer outra confissão.
A quinta valência é a na área do lazer, na organização de festas, convívios…
«Acima de tudo há que nos respeitarmos e caminhar-mos em conjunto»
NO – Dadas as dificuldades que acontecem no diálogo inter-religioso, como é que convivem com esta realidade?
S.H.- O convívio é sadio. Vem aí a semana das migrações que este ano se realiza, precisamente na lógica destes desafios que a imigração nos coloca.
NO – Mas a questão é saber como é que um católico convicto, em Portugal, convive, por exemplo, com um muçulmano.
S.H.- Em primeiro lugar, valorizando o que temos em comum. No caso do exemplo muçulmano, nós temos a base comum que é Abraão, bem como a existência de um só Deus. Partindo daí, o muçulmano como o católico, aceita toda uma revelação, um dar-se a conhecer de Deus como amor. A partir daqui pode caminhar-se em conjunto, lado-a-lado. O católico não quer absorver o muçulmano, nem o contrário. Acima de tudo há que nos respeitarmos e caminhar-mos em conjunto.
O ecumenismo faz-se mais na relação entre as várias confissões cristãs. É o diálogo inter-religioso que nos leva, precisamente, primeiro a reconhecer os pontos comuns que temos, a valorizá-los e a colocá-los em cima da mesa para partirmos para um diálogo.
NO – O que, deduzo, permite discussões riquíssimas com troca de conhecimentos e de manifestações culturais.
S.H.- Sem dúvida. Não podemos partir do conceito de que eu tenho a verdade absoluta. Por aí, é cair no fanatismo. Temos é que partir da ideia de que todos temos algo de positivo que devemos, em conjunto, valorizar, esquecendo aquilo que nos separa.
Diferenças dentro da própria igreja católica
Ainda neste ponto temos a questão do diálogo ecuménico porque a imigração veio despertar no povo português, numa realidade nova ligada ao mundo cristão, que era desconhecida. Temos, por exemplo, o caso do pe. Eugénio cujo facto de ser casado provoca grande espanto. Mas, dentro da própria igreja católica há diferenças. E é importante frisar isto: há muita gente que pelo facto dele ser casado confunde as coisas e pensa que ele é ortodoxo. Mas ele pertence à Igreja católica romana. Está ligado a Roma e ao Papa.
NO – Explique como é isso possível.
S.H.- É que enquanto nós pertencemos a um rito latino, uma tradição do ocidente, ele pertence à igreja oriental, de rito greco-católico, onde podem ser ordenados padres já depois de casados. Casar antes da ordenação, podem, depois é que não.
NO – Nestes três anos de vida da associação, há algum número relativo a apoios prestados?
S.H.- Atendemos uma média de 200 pessoas por mês.
Do acolhimento
à integração
Mas ainda em relação à história da Amigrante, depois de criada, passou a albergar o Centro Local de Apoio ao Imigrante, uma dependência do Alto Comissariado para as Migrações, da presidência do Conselho de Ministros. Como na região não havia mais nada ligado ao apoio aos imigrantes, o Alto Comissariado contactou-nos para saber se estaríamos disponíveis para com eles colaborar na instalação do Centro Local de Apoio. Desde Abril de 2003 que esse Centro está presente na associação. E agora, no início mês de Junho, a Amigrante passou a ter uma maior responsabilidade, enquanto centro local. Foi assinado novo protocolo com o Alto Comissariado, para albergarmos o Centro Local de Apoio à integração do Imigrante.
NO – Que faz o quê?
S.H.- Se a primeira fase foi de acolhimento, de ajuda em termos de legalização e do ensino da língua, esta etapa é de instalação. É colocar o imigrante, fazendo com que ele seja membro activo da comunidade e reconhecido como tal. Este é o novo desafio que vai fazer com que se promovam acções de sensibilização nas escolas, autarquias…
NO – Como é que esse trabalho é feito? Através de voluntariado?
S.H.- Sim. Neste momento são cerca de duas dezenas de voluntários, na maioria professores. Mas também temos três advogados, duas assistentes sociais e pessoas de outros ramos profissionais mas que são todos voluntários e que se vão disponibilizando para este trabalho.
NO – Referiu apoio nas escolas. De que tipo?
S.H. – Nesta área da integração trata-se sobretudo de apoio no sentido de esclarecer a população em geral, os portugueses, de que aqueles que vêm são também membros de pleno direito, são nossos iguais. É ajudar, precisamente, no acolhimento a esses que estão na escola, combatendo racismos e xenofobias e todas as situações que lhes estão ligadas e que podem vir ao de cima. No fundo, é ensinar as crianças, desde pequeninas, a acolher o outro que ali está, que não fala a mesma língua, mas que é igual a ela, fazendo com que o imigrante e o seu filho não se sintam marginalizados.
Experiência pessoal deixa marcas
NO – Sendo o pe. Sérgio natural da Freixianda, conviveu de perto com o êxodo emigratório do concelho. As histórias que ouviu contar e que terá na família, influenciaram-no, conduzindo-o a este trabalho com os imigrantes, agora?
S.H.- Sem dúvida. A minha ligação a este serviço vem da interioridade que sinto porque sou, de facto, filho de pai emigrante em França durante 25 anos. Senti os desafios que se colocavam então aos emigrantes portugueses. Senti-o na pele e senti também uma interpelação para dedicar algo de mim e do meu sacerdócio, que também devo à emigração, a esta realidade da nossa sociedade.
O bispo quis-me no secretariado e eu aceitei e abracei a ideia. Tudo o que tem vindo a ser feita, tem na base o carinho, o amor com que as migrações me trataram a mim e que agora devolvo. O meu pai foi sempre acarinhado e respeitado no país onde era imigrante. Recordo-me que estava eu no seminário e visitei-o por um mês e senti esse carinho. Nós que fomos e continuamos a ser imigrantes lá fora. Gostaria que aquele tratamento que eu vi ter para com os nossos emigrantes, fosse vivido cá, que nós pudéssemos acolher como fomos acolhidos. É claro que temos histórias negras, tal como agora também as há. Oxalá elas desapareçam completamente.
«Não temos soluções para tudo»
NO – Sendo Ourém um concelho de forte imigração, sobretudo oriunda de Leste e do Brasil e estando a Amigrante sedeada em Leiria, se algum dos nossos imigrantes ainda estiver a necessitar de apoio, o que deve fazer?
S.H.- Em Ourém, ao nível de estruturas legais, políticas, desconheço que haja algo. Poderão sempre procurar os párocos que estão despertos para desenvolver formas de ajuda. Todos têm a morada e telefone da associação. A Amigrante está aberta de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 12h30 e das 17h30 às 19h30. Quem quiser contactar por telefone, tem sempre alguém para atender e ajudar.
É claro que não temos soluções para tudo e não podemos passar por cima da lei. Por muito que queiramos, se alguém, face à lei, não é legalizável, nós também não podemos fazê-lo. É o caso dos imigrantes que tenham vindo recentemente. Neste momento é impossível legalizar quem venha unicamente com visto turístico. Mas também é da responsabilidade das autarquias criarem elementos de apoio a estes cidadãos. Não tenho conhecimento, actualmente, de qualquer programa autárquico de apoio, em Ourém.
Um desafio aceite
NO – Visto não existir qualquer estrutura de apoio em Ourém e dadas as ligações de Leiria e da Amigrante com o nosso concelho, porque não criar como que um braço da Amigrante, cá?
S.H.- É um desafio que o NO me está a colocar e que de modo algum vejo com desagrado. Vou pensar nessa possibilidade. E se houver voluntários, porque não?

«Quero conhecer aquele povo e viver com ele»



Verónica Trezentos está em Angola há perto de cinco anos. A sua situação, como ela mesma faz questão de ressalvar, é diferente da do tradicional emigrante. Isto porque foi para Angola acompanhando o marido, engenheiro numa empresa portuguesa. Ou seja, embora trabalhe fora do país, trabalha para uma empresa nacional e por isso, à sua chegada, aguardava-os toda uma estrutura que os emigrantes tradicionais não encontram. Sente, por isso, que a sua é uma situação privilegiada.
Mas a verdade é que só o marido tinha uma situação profissional prevista. Ela não. Daí que tenha feito, aqui sim, o mesmo que faz qualquer imigrante: procurar trabalho. Enviou currículos e acabou por ser chamada para directora pedagógica de um colégio particular, passando, posteriormente a directora do mesmo, trabalho que continua a desenvolver.
O colégio que dirige é frequentado, essencialmente, por filhos de angolanos de classe remediada, se bem que, afirma, «muitos deles é com grande luta diária que conseguem ali manter os seus filhos». Até porque se trata de uma das escolas mais creditadas da região.
«Foi uma experiência muito gira», afirma. Desde que aceitou o desafio para dirigir a escola, «o número de alunos triplicou, o colégio cresceu e foi preciso fazer obras». Considera tratar-se de «um trabalho desgastante, que exige muito de nós». Mas compensa-o o sentimento de estar a fazer algo de verdadeiramente útil, algo que dá sentido à vida. Inicialmente o tempo previsto de estadia do casal em Angola era de dois anos. Vão quase em cinco e confessa que, por vezes já sente algum desgaste sobretudo porque a corrupção, como é sabido, é muita em África e, consequentemente, para conseguir qualquer coisa, por mais simples, é preciso grande luta.
Na sua escola ensinam-se crianças e jovens até ao 9º ano e a maioria dos professores são angolanos e licenciados, ou estão a frequentar o ensino superior, se bem que em Angola basta possuir o 12º ano numa via de ensino para poder leccionar. A luta pela contratação de professores licenciados é outra que tem vindo a vencer e sente que os resultados são evidentes. É que o nível de formação no país é muito baixo e, diz Verónica, isso faz-se sentir sobretudo na hora de tomar decisões, com as pessoas a adiar, manifestando dificuldades em decidir.
Uma das dificuldades sentidas é a da aquisição de livros e manuais escolares. Encontram-nos com facilidade no mercado negro mas a um preço 50 vezes superior. Por isso uma das suas preocupações quando chegou ao colégio, foi a da criação de uma biblioteca e a da criação de hábitos de leitura nos seus jovens. Refere-nos as muitas actividades que vai desenvolvendo nessa área e sente-se feliz com os resultados que, aos poucos, vão aparecendo. Sabe que a sua escola é um pouco a excepção mas compreende que é difícil fazer mais perante as dificuldades. É que os ordenados são muito baixos e os professores acabam por ter que leccionar em mais do que uma escola para sobreviverem, o que lhes deixa pouco tempo para se dedicarem a actividades extracurriculares.
Com alguma mágoa diz que, num país de língua oficial portuguesa, a sua escola é das que oferecem melhores condições. Existe uma escola portuguesa mas funciona mal e em más instalações. Embora tenham sido construídas, recentemente, novas instalações, ainda não estão a funcionar. A funcionar bem está a escola francesa onde estuda a filha mais velha, de 8 anos. Mas Verónica considera essencial que a portuguesa passe a funcionar bem.
Quanto à vida que ali faz, diz que «já há de tudo, como cá, mas, na generalidade, os preços são exorbitantes para os salários que se ganham». Já no que se refere à vida social considera como «muito interessantes e coloridos» os relacionamentos sociais que desenvolve. Reconhece que muitas vezes, os portugueses acabam por se unir mas Verónica defende uma relação mais próxima com os naturais até porque, como diz, «quero conhecer aquele povo e viver com ele. Gosto de me misturar», até porque sente que assim tem muito mais a aprender na troca de vivências e de experiências pessoais e culturais. Aliás, afirma encarar esta campanha em Angola como «uma experiência de vida» que lhe dá abertura de espírito e a poderá preparar mesmo para outras situações e até outras dificuldades.
Do povo em geral e dos seus alunos em particular, destaca a capacidade para as artes: a música, a pintura, o teatro. Mas não tem dúvida que é preciso motivá-los e estimulá-los, o que faz com a evidente paixão que transparece das suas palavras.

Casal imigrante ucraniano na Atouguia: Voltar a casa é o principal desejo



Há cinco anos que Oleksandra Zhytaryuk, ucraniana, de 33 anos, se encontra na Atouguia. Veio meio ano depois de o marido já se encontrar em Portugal, na procura de um futuro melhor.
O objectivo é juntar dinheiro para dentro de dois anos, voltar à terra natal onde se encontra o filho, Dimitri, agora com 11 anos. Ele que, este ano ganhou o primeiro prémio num concurso europeu de Matemática.
Orgulhosa a mãe, justifica o prémio pelo facto da avó materna e paterna serem professoras de Matemática. Mas, no futuro, Dimitri que toca órgão, quer ser jurista ou advogado.
De enfermeira
a costureira
O marido de Oleksandra veio antes, com outros. Ainda trabalhou na fábrica de carvão mas, nove meses depois acabou por mudar-se para uma empresa de carpintaria, o que gosta de fazer já que, na Ucrânia dividia o tempo entre a tarefa de professor primário e a de carpinteiro.
Quando chegou a Portugal, Oleksandra que lá era enfermeira. Trabalhava num centro de saúde, semelhante ao de Atouguia, com função de médico como passar receitas, dar injecções e venda de produtos farmacêuticos.
Quando veio morar no concelho, foi trabalhar numa fábrica de confecções, no Casal Vieira. Durante quatro anos e meio ali costurou casacos.
Nunca pediu equivalências na sua formação porque "era preciso estudar meio ano", e depois "fazer exame". Isto além de "ser muito caro e, era preciso estudar a língua". Além disso o sonho é voltar: "Toda a família está lá", conta. Enquanto estão aqui, o casal tem ajudado a família financeiramente. O filho vive com a mãe de Oleksandra. Ele - diz ela - mais que ninguém anseia pela volta dos pais. Falam frequentemente ao telefone e além das pequenas lembranças que os pais vão enviando ao filho, gostariam de lhe comprar um computador.
Agora, Oleksandra, devido a um problema de saúde, (foi operada a um carcioma benigno), encontra-se sem trabalhar, necessitando de encontrar uma ocupação que exija menos esforço físico.
Férias na terra natal
Todos os anos, o casal vai de férias, um mês à Ucrânia. Desde há três anos que este casal já possui uma casa. Uma moradia com quintal, na terra do marido, a cidade de Rot Hotnn. Uma habitação que, agora, pode valer entre 15 a 20 mil euros. Esta imigrante que, em Dezembro obterá o visto de residência assinala que, muitos imigrantes ucranianos estão a adquirir casas lá e, daí uma subida no preço das mesmas.
Mas há também casos de quem tudo vendeu na Ucrânia e que já adquiriu casa cá, para com a família, começar uma nova vida, conta.
Quando vão de férias aproveitam para fazer pequenos arranjos na casa. E quando regressarem definitivamente, esta imigrante deve voltar a trabalhar no hospital enquanto que o marido deverá, também, abrir uma pequena oficina de carpintaria.
Curso de português
Oleksandra e o marido foram um dos casais que teve formação em português num curso que, decorreu há dois anos, na Junta de Freguesia de Atouguia.
"Muita gente tirou o curso", refere a imigrante. E este – garante – ajudou muito. Porque "antes não sabíamos".
O marido – diz – por estar em contacto diário com outros portugueses aprendeu e fala melhor a língua. Já ela, como não podia falar, durante o serviço, na fábrica, não pratica tanto.
Diz ainda que o português das telenovelas "é mais fácil de aprender" que o dos noticiários. Porque "os jornalistas falam mais complicado". E quanto a televisão, o casal vê os canais falados em língua russa e ucraniana. Mais que em língua portuguesa – assinala. Há dois anos que não vê noticiários portugueses.
Oleksandra é católica da Igreja ortodoxa. Assim, quando é tempo de Páscoa, participa na celebração na igreja da Sagrada Dormição, no Domus Pacis em Fátima. Ela gosta também de participar na procissão das velas.

Alburitel com sabor a Brasil

"Fomos muito bem recebidos, não temos o que reclamar. As pessoas tentam sempre ajudar." É com satisfação que Carolina e António (nomes fictícios) falam da forma como foram acolhidos em Portugal. A residir no nosso país há cerca de um ano e meio, os dois jovens provenientes do estado de Goiás, no Brasil, vivem actualmente em Alburitel. O surgimento de algumas propostas de emprego fez com que o casal deixasse a cidade de Fátima e rumasse em direcção a esta aldeia do concelho de Ourém.
A escolha de Portugal como destino deveu-se sobretudo às facilidades linguísticas e aos amigos imigrados em Portugal.
Carolina e António sentiram, no entanto, algumas dificuldades de adaptação ao nosso país. "O clima e a personalidade das pessoas são muito diferentes. Aqui faz muito frio e as pessoas são muito menos calorosas e mais ríspidas do que no Brasil.", destaca a jovem imigrante. No que diz respeito à língua, Carolina e António sentiram também algumas dificuldades devido à existência de palavras diferentes, relativamente ao português do Brasil. "Eu aqui ouvi palavras que nunca tinha escutado antes. Quando as pessoas falam muito rápido é dificil compreender", salienta o jovem imigrante.
Outra das dificuldades do casal é a ausência de alimentos tipicamente brasileiros. "Aqui é muito dificil encontrar alguns frutos como a papaia, o abacaxi, a manga ou a acerola. Lá no Brasil nós pedimo-los emprestados aos vizinhos, como vocês fazem com as laranjas!", brinca o jovem brasileiro.
"Dizem que somos países irmãos mas na hora de emitir o visto esquecem-se disso"
Na hora de falar do processo de legalização, o casal mostra-se muito decepcionado com o Governo português. Para Carolina, a legalização deveria decorrer de forma mais rápida."Os governantes portugueses dizem que temos a mesma língua, que somos países irmãos mas na hora de emitir o visto esquecem-se disso. Nem mesmo com contrato de trabalho o visto nos é facultado!"
Quando questionado acerca de um possível regresso ao Brasil, o casal mostra-se bastante reticente. "Portugal não tem comparação com o Brasil. Aqui vive-se muito bem. Pretendemos ficar mais uns anos e depois logo se vê." No que diz respeito à segurança, os jovens brasileiros dizem que Portugal é muito diferente do Brasil. "Aqui pode-se andar com um fio de ouro no pescoço ou com ténis de marca. Nalgumas zonas do Brasil ou em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo isso é impensável!"
Filipa Ferreira

De mãos dadas

Esta edição do Notícias de Ourém e parte da próxima estão voltadas para as questões da migração. Já não apenas para a emigração. Ourém continua a ter, espalhados pelo mundo, muitos dos seus filhos. A maior parte partiu há já muito tempo, em busca de uma vida melhor. Mas hoje continuam a partir. Em menor número, é certo e, sobretudo, na maioria dos casos, noutras condições. Mas Ourém é hoje também um concelho de acolhimento dos que procuram junto de nós a tal vida melhor. Sobretudo europeus de leste e brasileiros, embora encontremos também outras nacionalidades. Por isso, acreditamos que continua a fazer todo o sentido dedicarmos algum do nosso tempo e do nosso trabalho a falar de migração.
As histórias que fazemos desfilar, são testemunhos de vida, de cá e de lá, de muitas e muito diferentes formas de viver fora do país onde se nasceu.
Mas acreditamos que é mais importante ainda que dediquemos este trabalho à luta contra o racismo e as xenofobias que vão surgindo, pontualmente, é certo, no nosso país. Mas este pontualmente fala dos casos extremos que chegam às primeiras páginas dos jornais e das televisões. Depois há as formas de racismo menores, porque mais dissimuladas, que passam pela dificuldade de aceitar os que são diferentes de nós porque falam uma língua diferente e possuem diferentes culturas. Aos poucos e muitas vezes sem que nos apercebamos, estamos a fomentar o tal racismo, a tal xenofobia. Muitas vezes ouvimos a frase: «não há trabalho para os nossos…». No entanto, bem lá no fundo sabemos que não é assim. Os imigrantes que nos chegam vêm fazer os trabalhos que nós deixámos de querer fazer. Aquele que os nossos emigrantes foram fazer nos países que os acolheram quando os seus naturais deixaram também de os querer fazer. Mais, vêm dar fôlego a um país envelhecido, a uma segurança social em vias de ruptura por falta de gente jovem bastante para responder com os seus impostos, com os seus descontos, aos encargos com uma população envelhecida já de si incapaz de gerar riqueza suficiente para lhes dar resposta.
É pois importante recordar isto e de forma, mesmo modesta homenageá-los a todos, emigrantes e imigrantes, numa edição que, gostaríamos, servisse também para nos ajudar a abrir horizontes através das histórias que todos e cada um deles nos traz e nos ajudasse a compreender que os caminhos se percorrem lado-a-lado, na construção de um mundo melhor.

Centena em concentração motard

Uma centena de motards vindos de todo o país participou na primeira concentração motard organizada pelo Moto Clube Ourém. O maior grupo de participantes, com quinze elementos veio de Vila do Conde. Durante três dias, os amantes das duas rodas tiveram oportunidade de conhecer a região, assistir a concertos, provar a gastronomia de Ourém além do convívio. O Moto clube disponibilizou ainda uma banca com t-shirts e outros brindes alusivos ao clube, para que outros pudessem também adquirir estas lembranças.
A novidade desta concentração foi um medidor de velocidades que permitiu aos motards verificar quanto dá a sua moto.
Ao Notícias de Ourém, um dos elementos da direcção, José Luís Borga adiantou que a concentração "correu dentro das expectativas da organização".
Além dos motards, centenas de pessoas estiveram presentes nos concertos da noite.
Este responsável adianta ainda que faltam apoios, para tornar este evento maior.
Sorteio:
1º prémio: Nº4414 – Televisão
2º prémio: Nº 4158 – DVD
3º prémio: Nº 6545 – Microondas
Os detentores destes números de rifas devem contactar a direcção, através do telemóvel 919 823 563.

Gondemaria: Com a U.D.G. divertir é Desporto

No dia 14 e 15 de Agosto, a União Desportiva de Gondemaria, apresenta uma Festa com muito Desporto. Todos os anos pretendemos oferecer divertimentos diferentes a todas as pessoas que nos visitam. Este ano, não vamos fugir à regra. Venha segunda-feira, pelas 21.30h, dia 14 de Agosto assistir a uma Gloriosa Picaria "Serão atribuídos prémios para as melhores pegas".
Na terça-feira, dia 15 de Agosto, os desportos também estão bem presentes. Comece por se inscrever e participar no torneio aberto de pétanca este divertimento terá início às 9.00h. Caso seja mais adepto de aventura e desportos radicais, participe no «Tira a ferrugem». Este evento, caracteriza-se na sua maioria por uma concentração/passeio de velocípedes com motor, as quais, muito delas, já são peças de museu. O passeio terá início às 10.00h junto ao pavilhão desportivo da U.D.G. No passeio, está incluído um pequeno lanche e, no final um merecido almoço. Ainda na terça-feira, pelas 15.00h poderá assistir a um torneio de futebol.
É claro que o Folclore, os Grupos Musicais e os mais desejados Comes e Bebes, não foram esquecidos. Esses, terão presentes também pela noite dentro. Não falte, participe, divirta-se!!! Tenha mais um Verão espectacular.

Chamas voltam ao norte



O norte do concelho voltou a viver momentos de aflição com o fogo que deflagrou, na passada segunda-feira, na freguesia de Rio de Couros e que, rapidamente chegou a zonas habitacionais.
O alarme foi dado pouco passava das 13h00, na localidade de Carvalhal, Rio de Couros. No início o fogo foi combatido apenas pelos bombeiros de Ourém que com muita dificuldade conseguiam dar resposta aos muitos chamamentos que eram feitos. Aguardava-se então a chegada de dois grupos de uma coluna estacionada em Ferreira do Zêzere e Sardoal. Mas enquanto estes não chegaram, foi preciso muito sangue frio e capacidade de coordenação. E o segundo comandante dos Bombeiros de Ourém, Carlos Cravo esteve à altura dos acontecimentos, honra lhe seja feita. Por muito que se critique a actuação dos bombeiros e se aponte descoordenação, a verdade é que presenciámos, no local, as dificuldades vividas por quem queria acudir mas não tinha homens, nem meios e nem água suficiente, mas mesmo assim ia resolvendo as situações mais complicadas.
Eram menos de meia centena os soldados da paz que combatiam as chamas com apenas 9 viaturas de ataque e dois autotanques, para além dos veículos da coordenação. Muito pouco para tanta chama e, no entanto, nenhuma habitação ardeu. Arderam alguns barracões e houve que evacuar alguns animais e bens. Mas no essencial, as vidas e as casas estiveram sempre salvaguardadas.
O fogo parecia brincar com os bombeiros. Ou porque o vento transportava as fagulhas incandescentes ou por outras razões que não nos cabe invocar, a verdade é que constantemente surgiam novos focos de incêndio em pontos distintos. E foi um corrupio. Por volta das 15h00, junto do comando, aperce-bíamo-nos que o apoio vinha a caminho. Mas, enquanto isso, Ourém lutava sozinho. O vento que inicialmente levava o fogo para nascente começou a soprar de norte e dirigiu as labaredas para Rio de Couros. Viveram-se os momentos mais complicados do dia, com a chamas a lamber várias habitações.
Mas, como dizia o 2º comandante distrital, Rui Natário, que entretanto chegou ao teatro de operações, assumindo o comando, foram «cerca de seis horas e meio de incêndio que os meios combateram muito bem».
No total, estiveram envolvidos cerca de 120 bombeiros com 40 viaturas, um helicóptero nos primeiros momentos e depois, quando o fogo se dirigiu para Rio de Couros, também um avião Dromadero.
Bem esteve também a GNR que fez o controle rodoviário. Com 35 militares no terreno, incluindo o comandante do Destacamento Territorial, esteve sempre ligada às habitações em risco, auxiliando em trabalhos de evacuação de animais e de bens, em anexos e barracões.
De referir também o trabalho desenvolvido por muitos populares que com água, enxadas e ramos, ajudaram no combate. Mas se estes são de louvar, não podemos deixar de, mais uma vez, criticar os muitos outros, mirones, que ocupam as estradas e as bermas, dificultando o trabalho dos que tentavam combater as chamas.
Também mais uma vez há que apontar a falta de limpeza dos matos em volta das casas. É preciso que as pessoas percebam, de uma vez por todas, que, muitas vezes, está nas suas mãos impedir os sustos maiores. A lei é clara e é obrigatório limpar 50 metros em torno das habitações. Mas aquilo a que assistimos sempre que há um fogo é que as pessoas não respeitam a lei, os quintais amontoam produtos altamente combustíveis e, quando o fogo chega é mais fácil acusar os bombeiros porque não estão em todo o lado.

Fátima: Ligação do sacerdote ao povo perpetuada com monumento




Um monumento ao povo de Fátima que é também o monumento da família foi inaugurado, a 30 de Julho, num momento solene, integrado nas comemorações dos 50 anos de presença do padre Manuel António Henriques, à frente da paróquia de Fátima.
O conjunto escultórico da autoria de Jaime Santos fica enquadrado no espaço do adro da Igreja paroquial de Fátima, em frente à casa paroquial e junto ao busto do rosto do padre Manuel António Henriques, descerrado em 2005, aquando da comemoração das bodas de ouro sacerdotais.
Neste conjunto de quatro estátuas está um homem, uma senhora com uma menina pela mão que, por sua vez tem um ramo de flores na mão e um menino a jogar à bola. Fica completo com uma placa com as palavras do prior escritas: o bom povo de Fátima.
Este monumento foi inaugurado no final da eucaristia da festa Santíssimo Sacramento e do Coração de Jesus, com a presença de populares e dos representantes das comissões das capelas, da paróquia.
Obrigada
"Obrigado ao meu povo que teve a fineza de juntar este busto às estátuas", afirmou o padre Manuel António Henriques, nas palavras que dirigiu aos presentes. Antes o sacerdote Rui Marto tinha expresso, em nome do prior, (o agradecimento às pessoas.
Por seu lado, este padre referiu o contributo generoso das pessoas para este conjunto de quatro estátuas sublinhando a sua certeza que estas (ajudas) "certamente, vão continuar a chegar".
O bispo emérito de Leiria-Fátima quis, também, associar-se a esta homenagem, frisando a sua alegria pela homenagem e assinalando o trabalho desenvolvido por aquele presbítero ao longo de cinco décadas.
Pessoa de consensos
O presidente da Junta de Freguesia de Fátima, Natálio Reis frisou o trabalho desenvolvido ao longo destes 50 anos à frente da paróquia. "Fátima ganhou muito com o seu trabalho, a sua dinâmica e as suas iniciativas. Um prior preocupado com o povo da sua paróquia e soube-lhes transmitir sempre os valores da igreja. Não se esqueceu de nos transmitir outros" como o desporto, a cultura e os tempos livres. Nesta relação "forte entre a paróquia e o sacerdote", o autarca referiu que, nas iniciativas, era impossível dizer não ao prior. Aliás, para muitos dos fatimenses, seja de Boleiros, Giesteira ou Moita – frisou - «será para muitos, para sempre, o nosso prior».
A imagem de marca deste homem, reforçou, aquele responsável, é que o prior foi «sempre uma pessoa de consensos. Foi por isso que as pessoas sempre estiveram disponíveis para consigo colaborar».
Marco histórico
O presidente da Câmara, David Catarino destacou, por seu lado, a importância do sacerdote enquanto «uma das peças mais importantes» na história de Fátima que comemora os 90 anos das Aparições do Anjo (1916) e de Nossa Senhora (1917).
O denominador comum dos três pilares de Fátima: aldeia de Aljustrel, Fátima e de Cova da Iria é precisamente o paróco, frisou David Catarino. «Um homem estimado por toda a gente, um homem que ajudou a estabelecer esta base da criação de 50 anos. Por isso este povo de Fátima aqui simbolizado (no conjunto escultórico) e nós também, aqui lhe rendemos homenagem".
Ciclo comemorativo
O programa comemorativo dos 50 anos do padre Manuel António Henriques à frente da paróquia termina a 17 de Setembro. Até há ainda vários momentos.
8 a 16 de Setembro: 21h
Novena de oração, cada dia em diferente capela terminando na Capelinha das Aparições.
Fátima(8/09); Boleiros (9/09); Giesteira(10/09); Lombo d’Égua (11/09); Maxieira (12/09):; Moita Redonda (13/09); Montelo (14/09); Ortiga (15/09) e Capelinha das Aparições (16/09 – no horário da Capelinha)
16 de Setembro: 16h – Jogo de futebol com as velhas glórias, no campo de futebol João Paulo II
Conclusão da novena de oração na Capelinha das Aparições
17 de Setembro: 11h
Eucaristia. Sessão solene com as autoridades civis e religiosas, movimentos e associações da paróquia.
Almoço partilhado
Tarde cultural com variedades