«Desporto escolar: que realidade?» é o nome do livro lançado na passada segunda-feira no Governo Civil de Santarém, da autoria do tomarense João Marreiros. A obra pretende dar a conhecer a realidade actual portuguesa do desporto escolar, bem como apresentar soluções para o reconhecimento da sua importância.
Para o Governador Civil, esta actividade não deve continuar a assumir um papel de complemento ao sistema educativo, mas sim ser parte integrante. Este é um dos objectivos do Governo neste sector, afirmou Paulo Fonseca, reconhecendo a dificuldade em cumprir esta missão devido à necessária revolução de mentalidades permanente. «A escola serve para formar pessoas e, sem isso, não podemos alcançar um patamar mínimo de qualidade», defendeu, evocando o desporto como condição sine quo non para a prática de uma vida saudável. Segundo o Governador, o desporto escolar é «o exemplo concreto da disfunção em Portugal», referindo-se ao reduzido número de atletas de alta competição (40) que não conseguem rentabilizar ao máximo as 80 pistas de atletismo e, por isso, «é preciso dar importância ao que é importante». Daí a parceria com o escritor e as Edições Cosmos através da cedência do espaço para o lançamento da obra: «O Governo Civil deve ser o motor dos aspectos culturais e, neste sentido, deve valorizar aqueles que produzem saber», acrescentou Paulo Fonseca.
João Marreiros considera que o livro, resultado de uma tese de doutoramento, é uma «verdadeira base de reflexão e um contributo para a evolução deste sub-sistema educativo», uma vez que Portugal se encontra em último lugar na lista dos países da União Europeia em termos de prática desportiva, registando cerca de 70 por cento de sedentarismo. O autor elogiou, por isso, as medidas governamentais neste campo, nomeadamente a instituição do ano da educação e da expressão físico-motora para o biénio 2006/2007, o que coincide com a vontade de valorização do desporto na escola. Para João Marreiros, os programas de desporto escolar pecam pela falta de continuidade e pela inexistência de um visão de conjunto, sugerindo a «libertação das velhas ideias» como resolução da problemática.
Segundo afirmou o orientador da tese de doutoramento, Luís Barbosa, o livro permite dar indicações sobre de que forma pode esta actividade contribuir para minimizar o insucesso escolar, tendo o autor contactado com docentes das mais variadas disciplinas no sentido de identificar e caracterizar as dificuldades de aprendizagem dos alunos.
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