Reportagem ABC Rádio: E a festa saiu à rua

Apesar da derrota em Valongo, foi nesse jogo que o JO garantiu a subida à primeira divisão, graças ao empate desse mesmo dia entre o Espinho e a Académica do Porto. Foi no sábado, dia 10 de Junho. À chegada a Ourém, eram muitos os oureenses que aguardavam a equipa. A Junta de Freguesia de N. Sra. da Piedade preparou-lhes uma recepção e a Câmara associou-se às celebrações, abrindo as suas portas e permitindo que jogadores, técnicos e dirigentes saudassem os adeptos das suas varandas. Muita emoção que foi testemunhada pela ABC Rádio e de cuja reportagem respigamos as passagens mais significativas.
Em representação do presidente da Câmara, o vice-presidente, Vítor Frazão, manifestou o seu orgulho com a ascensão do JO. «Ourém sai dignificado», afirmava Frazão aos microfones da ABC, «e fica, a partir de hoje, cada vez mais conhecido a nível nacional, porquanto se vai bater (o JO) com equipas que têm um longo passado nesta modalidade».
Logo ali e também depois, já nos Paços do Concelho, Frazão deixou a promessa de que a Câmara iria preparar «uma recepção com a dignidade que esta vitória impõe». Mais, ficou também a promessa de «tentar solucionar a questão do local». Mas, insistiu várias vezes o vereador, «as coisas querem-se no sítio certo, com a calma e a serenidade que se impõem». No entanto, garantiu, «a Câmara não abdicará das suas responsabilidades» e «as soluções vão aparecer». Já na Câmara, Frazão insiste «muitas vezes pode parecer que há desencontros, mas eu queria deixar bem claro que nós não vamos fugir às nossas responsabilidades». Até porque, considerou, «Ourém escreveu hoje uma página de ouro na sua história desportiva». E, «para evitar interpretações futuras», Frazão diz que as suas palavras «foram em sentido autárquico e responsável, sem quaisquer intuitos políticos e, para provar que estamos numa parceria, de mãos dadas para conseguirmos caminhar em prol do desporto de Ourém, nós, os vereadores aqui presentes (para além de si próprio refere Humberto Piedade e José Alho), iremos à Junta de Freguesia, comemorar convosco».
O presidente da Junta de Freguesia que preparou logo nesse dia a sua recepção, manifestava à ABC toda a sua satisfação e explicava o motivo da recepção: «foi a primeira vez que um clube da nossa terra ascendeu ao escalão maior».
Também o vereador socialista José Alho prestou declarações aos microfones da ABC. Considerou «importante que a comunidade oureense, em particular os decisores políticos, comecem a olhar para as colectividades de uma forma diferente, pensando que as pessoas, às vezes com apoios tão reduzidos, conseguem atingir resultados tão honrosos como este».
Alho aproveita ainda para apontar outros clubes que também subiram de escalão, mas no futebol, a saber o Atlético e o Vilarense. «Todos eles são o orgulho da nossa terra», afirma o vereador que remata: «esperemos que também nós, políticos, saibamos tirar daí as devidas ilações».
Sérgio Ribeiro era um presidente emocionado. A juntar à subida de divisão do clube que dirige, estava o momento de passagem pelas varandas municipais que o fazem recordar outro momento em que aquelas portadas se abriram. Foi há mais de trinta anos para festejar, então, a chegada da liberdade. Sérgio Ribeiro não deixou de aludir ao facto nem de recordar o pai, personagem sempre presente nos momentos de maior emotividade. Ali, Sérgio quis agradecer a presença do «representante do povo» já que pelo povo eleito.
Foi com a mesma emoção que ofereceu a Frazão o cachecol do clube e assim era «como se o entregasse aos 46 mil oureenses, em nome de todos aqueles que conseguiram este feito para Ourém e que foi resultado do esforço de muita gente» referindo também anteriores direcções, técnicos e atletas. Não deixou de fazer uma referência particular ao capitão, manifestando o seu orgulho naquele que é um dos «putos» do hóquei e representando nele todos os outros jogadores. O treinador, Luís Miguel Cunha também não foi esquecido pelo seu presidente que considerou que «este era o projecto dele» e apontou-o como representando todos aqueles que trabalham em prol da colectividade.