
400 pessoas, quatro deputados eleitos pelo distrito de Leiria (um de cada partido), o presidente da Câmara de Ourém, de Rio Maior, Santarém e Castelo Branco e o chefe de gabinete do presidente da Câmara do Cartaxo. Muitos empresários a que se juntaram 12 presidentes das 16 câmaras do distrito de Leiria, quatro representantes das restantes autarquias, outro autarcas, do secretário-geral do Conselho Empresarial do Centro, Fernando Cardoso e do governador civil de Leiria, José Miguel Medeiros. Todos pela OTA e pela construção do novo aeroporto de Lisboa, a norte da capital.
No mesmo dia em que o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse que a sul do Tejo havia um “deserto” e que a opção pela construção na Ota era a melhor solução, cerca de 200 pessoas assinaram um compromisso cívico apelando ao governo para a urgência na construção do novo aeroporto de Lisboa, na Ota.
O constitucionalista Vital Moreira acusou a Lusoponte de ter interesse que o novo aeroporto internacional de Lisboa seja construído na margem Sul.
“Imaginem 20 milhões de pessoas a terem de pagar portagens à Lusoponte. Dá seguramente centenas de milhões de euros por ano. Se fosse administrador ou accionista da Lusoponte estaria disponível para dar uma pequena percentagem dessa quantidade a todas as campanhas destinadas a desqualificar o aeroporto da Ota”, afirmou.
Para Vital Moreira a questão é “política” e por isso não entende que se refugiem na “validade em termos técnicos” para justificar uma ou outra opção. A razão pela escola da OTA – defendeu – é “sobretudo, de serviço e interesse público por razões de ordenamento territorial, de planeamento económico e, sobretudo, para servir os utentes do aeroporto”. Aliás “está provado que, do ponto de vista ambiental, a Ota é a melhor localização possível”, refere o documento final.
O constitucionalista criticou ainda Marques Mendes, o BES e a Sonae de estarem a apoiar esta campanha a defender a margem sul.
Nãovoltar atrás
O presidente da Câmara de Ourém, anfitrião e primeiro orador da noite sublinhou que “não se pode a andar sempre a voltar para trás”. Aliás “o que se decide é para fazer, (de modo) determinado. Não se pode perder tempo”. O “país não pode dar um passo à frente e dois atrás” na discussão da localização do novo aeroporto. Para o autarca, a solução Ota “é o melhor para o país, o melhor para esta zona de Fátima que, precisa de melhores acessibilidades”.
Francisco Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém criticou quem se baseia em relatórios de “pretensos técnicos, putativamente limpos do ponto de vista ideológico”, por oposição ao “senso comum labrego e rasteiro dos políticos”. “Não há técnicos descomprometidos. Todos os técnicos são pagos e há sempre alguém que paga aos técnicos”, afirmou.
Lembrou que o governo de Durão assumiu a “convicção” que era preciso fazer a OTA, corroborada por Sócrates e que “é a mais acertada para o país”. Ao presidente da ANA – Aeroportos de Portugal apelou para que não esqueça os concelhos do distrito de Santarém mais próximos do novo aeroporto e que podem desempenhar um papel importante na coesão e desenvolvimento territorial.
Estudos provam escolha
Guilhermino Rodrigues, da ANA lembra que os estudos essenciais sobre esta questão datam de 1969 e estão disponíveis na Internet desde 1999. “Tudo o que se está a dizer (agora) é uma mistificação”.
Entre a data da decisão e a construção são necessários “10, 12 anos”, assinala o responsável. “Temos que ter capacidade de previsão para dez anos”, assinalou referindo o investimento de 300 milhões de euros na Portela para que o aeroporto sirva os 12 milhões de passageiros, até 2017, altura em que deverá estar concluído o novo aeroporto.
O presidente da ANA salientou ainda que não é possível construir uma segunda pista na Portela já que isso obrigaria a que “arrasar bairros” como Alvalade ou a Musgueira.
Quanto à hipótese do Montijo “resolveria só o problema por um ano ou dois e teria que pensar-se onde construir o novo aeroporto”. Este responsável exclui ainda a possibilidade de manter o actual aeroporto da Portela e o novo da Ota porque “não temos massa crítica”, isto é, passageiros, quando comparado com Londres que tem 4 aeroportos e 120 milhões de passageiros.
Guilhermino Rodrigues justificou ainda que 75 por cento dos utilizadores do aeroporto vivem em Lisboa; particularmente na margem norte da grande área metropolitana, 83 por cento. Este responsável espera ver o concurso do novo aeroporto lançado em Setembro de 2007 e em 2009, as obras de construção.
O autarca comunista de Peniche, António José Correia, considerou que “o Oeste e outras regiões poderiam processar aqueles que estão a causar prejuízos económicos fortes à economia nacional”.
“É impensável que, alguma vez, se volte a olhar para trás, nesta matéria”, acrescentou. Este responsável espera também que “o segundo semestre seja o do cumprimento do desígnio Ota”.
“Concordo que o país não pode andar para trás. E nesta questão do aeroporto andámos para trás. É por isso que me escandalizo com incoerência de certas posições”, defendeu Tomás Oliveira Dias, decano defensor desta causa e fundador deste movimento em 1998.
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