14 junho 2006

Afectos não podem ser rejeitados da procriação medicamente assistida



"Não me parece que os afectos se possam afastar liminarmente" de uma situação em que é preciso ter um "grande empenho" e "capacidade de sofrimento em todo o processo de Procriação Medicamente Assistida (PMA)", afirmou o médico Carlos Calhaz Jorge, durante o debate sobre as questões éticas ligadas à PMA.
Questionado por um dos participantes, sobre a inexistência e um acto de amor e presença de um acto de laboratório, na procriação medicamente assistida, o director do Serviço de Infertilidade do Hospital de Santa Maria, defendeu a existência de sentimentos de amor do casal para passar pr todo este processo, questionando também: "porque é que uma mulher, com 25 anos, que teve de retirar o útero não põe ter filhos?".
Por seu lado, José Manuel Pereira de Almeida, salientou que se a procriação medicamente assistida fosse "um supermercado", "nem sei se (o filho) era órfão de pais vivos". O perigo para este professor de ética teológica e bioética reside na possibilidade da PMA se transformar num negócio privado "feito com péssima qualidade e sem atender ao bem comum". Se tal acontecer "devemos estar atentos e denunciar", defendeu.
A primeira criança nascida pelo método da procriação medicamente assistida tem 20 anos. Em Portugal há, actualmente, há serviços de infertilidade que trabalham com a PMA nos hospitais de Coimbra, S. João, Vila Nova de Gaia, Guimarães e maternidade Alfredo da Costa. Há também "12 ou 13 centros que estão em Lisboa, Porto Coimbra e Ponta Delgada".

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