09 junho 2006

Hospital privado em Fátima

David Catarino, presidente da Câmara Municipal de Ourém, assinou na passada semana, com Domingos Neves, gerente da empresa Clinifátima, um protocolo segundo o qual a autarquia oureense irá elaborar um Plano de Pormenor numa zona da cidade de Fátima que permitirá a edificação de um Hospital Privado. Os custos do Plano serão repartidos pelas duas entidades.
De acordo com o presidente da autarquia, a construção deste equipamento permitirá "colmatar uma lacuna existente ao nível da saúde, uma vez que os hospitais que servem o concelho estão relativamente distantes do concelho, criando também postos de trabalho altamente qualificados".
Actualmente ainda não estão definidos os parâmetros em que o projecto irá funcionar, uma vez que será o Plano de Pormenor a definir os limites e índices de construção permitidos. Os custos do projecto ainda não estão, como tal, definidos, podendo a autarquia, caso o entenda, subscrever até 10% do capital da empresa gestora da unidade de saúde.
O Hospital irá nascer nas imediações do seminário Verbo Divino.
Socialistas contra
Os vereadores socialistras manisfestaram a sua posição contrária na reunião de Cãmara do passado dia 22 de Maio. Através de uma declaração de voto, os vereadores do PS consideram que «a instalação de uma Unidade de Saúde em Fátima apresenta-se como uma iniciativa louvável e a apoiar pelo claro interesse que acarreta para o município e para a região e pelos benefícios que pode trazer às populações».
E Embora defendam que a Cãmara deva «apoiar esta iniciativa porque é de interesse público e responde de forma positiva às carências sentidas no Serviço Público de Saúde no Concelho de Ourém», os vereadores da oposição defendem que «o apoio da Câmara Municipal deve circunscrever-se ao âmbito das suas competências». Ou seja, «apoiar o processo para a instalação da nova unidade de saúde proposta, ao nível dos instrumentos de ordenamento do território e de agente facilitador ao nível dos serviços da Administração, são papéis que cabem à Câmara Municipal, mas entrar no capital social da empresa até 10% dum montante ainda não determinado, que não se sabe quantificar, parece-nos fora de âmbito das competências da Câmara e não justificado» afirmam. Concluem que «as áreas de negócio são campo de acção dos agentes económicos e a Câmara Municipal, neste particular, deve estar num plano diferenciado, salvaguardando as dinâmicas da livre concorrência». Por outro lado, concluem, «afectar recursos financeiros a um projecto privado de saúde em Fátima não é seguramente prioritário na acção do município, relativamente a outros investimentos da sua responsabilidade, como é o caso da requalificação urbana e para a qual se alega uma dramática incapacidade».

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