22 fevereiro 2007

Igreja quer tornar lei “inútil”

“Demos as mãos para acabar com o aborto e tornar a lei, que agora se vai fazer, numa lei inútil”, salientam os bispos portugueses na nota pastoral divulgada a 16 de Fevereiro.
O resultado do referendo, em que a maioria dos portuguese não votou, demonstra uma “cultura que não está impregnada de valores éticos fundamentais”, como é “o carácter inviolável da vida humana, aliás consagrado na nossa Constituição”.
Na reacção ao resultado obtido na consulta de 11 de Fevereiro, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lembra aos católicos que “o facto de o aborto passar a ser legal, não o torna moralmente legítimo. Todo o aborto continua a ser um pecado grave”.
A CEP apela “aos médicos e profissionais de saúde para não hesitarem em recorrer ao estatuto de ‘objectores de consciência’ que a lei lhes garante”. E defende a necessidade de criar ou reforçar as existentes estruturas de apoio às mulheres com uma gravidez não desejada. Esta é uma das prioridades da Igreja que defende a “convergência de todos, Estado e sociedade civil”.
A médio e longo prazo, a solução deve passar por uma “política de educação que forme para a liberdade, concretizada numa correcta educação da sexualidade”.
Os bispos entendem que a “vivência desregrada da sexualidade é uma das principais disfunções sociais e da infelicidade das pessoas”. Um planeamento familiar sadio é essencial e “quando a geração de um filho não for fruto de irreflexão, mas de um acto responsável, estará resolvido, em grande parte, o problema do aborto”.
Os prelados manifestaram ainda a satisfação pela mobilização verificada na campanha e assinalam que “o debate do referendo esteve centrado na justeza de um projecto de lei que, ao procurar despenalizar, acaba por legalizar o aborto”.

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