29 março 2007

Boleiros: Sopa das tengarrinas faz sucesso na mostra de artes e ofícios


A sopa de tengarrinas foi o chamariz e rainha da ementa da “Mostra de artes e ofícios” levada a cabo no último fim-de-semana em Boleiros e incluída nas comemorações dos 400 anos do culto a Santa Bárbara.
Ao longo do certame foram servidas 350 doses de sopa a que se juntaram outros petiscos e doces feitos pelas senhoras da comunidade.
Os preparativos exigidos tiveram início com a recolha das plantas, a cuidadosa operação de limpeza de forma a preservar para utilização apenas os caules, e a confecção de todos os restantes ingredientes: feijão, massa, enchidos e carne de porco cortada em pequenos pedaços. “Sendo uma receita simples, exige no entanto muito tempo dispendido sobretudo na limpeza das plantas”, salienta Nuno Oliveira, um dos elementos da comissão organizadora.
Pratos servidos por um grupo de elementos devidamente vestidos a rigor, isto é, com trajes antigos.
Paralelamente, no espaço do alpendre existente junto ao salão foi colocada uma mostra com profissões antigas, tendo em conta a “sua importância e implantação na comunidade e obviamente da disponibilidade e conhecimento das pessoas”.
A representação da Associação Centro de Dia da Freguesia de Fátima (sedeada na localidade) trouxe o resultado das actividades desenvolvidas pelos mais idosos, para uma mostra e venda de artigos. Para angariar fundos, a organização das comemorações teve numa espécie de stand produtos oferecidos voluntária e anonimamente como contributo pessoal para o equilíbrio financeiro da iniciativa. Queijos, coscurões, quadros, bordados, e outros artigos de decoração puderam ali ser adquiridos.
Os canteiros (Armindo Borralho, José Fuma e António Guerra) trouxeram várias formas de trabalhar a pedra, o sapateiro (Francisco Marto) demonstrou como era confeccionado e reparado o calçado, as costureiras (dona Adelaide, dona Rosa e dona Livramento) mostraram como se confecciona vestuário, bordados e aproveitamento de restos de tecido, o tear (João de Mira de Aire) recordou a importância que esta arte teve em grande escala na localidade e como actividade empregadora em localidades próximas.
Nuno Oliveira manifesta a sua satisfação não só pelo sucesso da iniciativa mas também pelo facto de ser congregadora de pessoas. Ou seja, a “identificação de muitas pessoas com as iniciativas” leva a que “o trabalho cansativo seja encarado com grande dinamismo, boa vontade e gosto em participar, o que acaba também por provocar uma grande desinibição individual e a revelação de talentos que de outra forma permaneceriam ocultos”.
A próxima iniciativa vai decorrer no dia 22 de Abril e consiste numa caminhada. O mote é a rota dos pontos de água, o percurso é por caminhos antigos e no final do passeio será servido um “almoço no campo”.

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