19 abril 2007

Tradição: Enterro do Bacalhau em S. Jorge


No domingo, a população de S. Jorge, na Freixianda, reviveu a tradição da encenação do Enterro do Bacalhau.
Momentos hilariantes, onde se fez crítica social, sobretudo ao poder judicial e à justiça, tantas vezes injusta, e deixando-se corromper a troco do «vil metal».
A história é simples tal como simples é o povo que se fartou de comer bacalhau, sete dias durante a Quaresma e, agora, desejoso de voltar a comer carne, em vez de agradecer ao «fiel amigo» acaba por levá-lo a julgamento quando quem deveria ser julgado era Judas, o traidor (ah, bacalhau, bacalhau/ tua sina como é/ Os que se serviram de ti/ agora dão-te com os pés).
A crítica social faz-se em várias frentes, ao sabor do momento, em cada ano. O próprio Judas que acaba, no fim, por ser condenado queixa-se de tal ter acontecido porque o fez apenas com «três dinheiros» porque «se fosse por um milhão/ comprava tribunais inteiros/ um monte no Alentejo/ e até era ministro do PS).
Aliás, o próprio bacalhau acaba por safar-se com a chegada do pai carregado de «ecus».
A sátira popular com um gostinho a Gil Vicente, fez com que se vivesse uma tarde diferente em S. Jorge, a cargo da Associação Cultural e Recreativa do Vale do Nabão.

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