12 abril 2007

«Zangaram-se as comadres»… para nada - Adeus AMLEI


E eis que «a montanha pariu um rato». O ditado popular cabe perfeitamente no que aconteceu em Ourém com a chamada «reforma Miguel Relvas», da criação de áreas metropolitanas e comunidades urbanas. Por cá, depois de muitas controvérsias que levaram mesmo a zangas entre «irmãos» partidários, tudo vai ficar na mesma. Aliás, como já se esperava. A aludida reforma «foi para a gaveta» logo que o actual Governo entrou em funções e agora acontece o que se previa. Tudo volta ao ponto de partida, a reforma deixa de existir e regressam as associações de municípios, tal como antes, com Ourém, qual bom filho, a regressar ao Médio Tejo. Tudo fica como antes ou talvez não. É que o Governo vai avançar com a regionalização, sendo que esta se fará com base nas NUT - Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos. O país deverá ficar dividido em cinco grandes regiões: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. As decisões estão tomadas embora o processo de regionalização venha a ser alvo de referendo, ainda durante esta legislatura.
Recorde-se que em 2003, quando a proposta de Miguel Relvas foi conhecida, o assunto levantou grande polémica em Ourém, tendo mesmo dividido políticos locais, gerando algumas feridas que se manifestam difíceis de sarar. Em 2003, a maioria dos deputados municipais oureenses votava com os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, favoráveis à mudança para Leiria. Nas razões apontadas estiveram sempre as afinidades sociais e empresariais que ligam Ourém a Leiria. Do outro lado da barricada, uma minoria encabeçada pelo então Governador Civil do distrito, o oureense Mário Albuquerque, defendia a manutenção do concelho no Médio Tejo. Aqui, as razões apontadas passavam sobretudo pela dimensão dos concelhos que integravam a associação, onde se destacavam, sensivelmente ao mesmo nível, Ourém, Tomar, Torres Novas e Abrantes. Com tudo bem pesado, o prato da balança tombava para o lado de Ourém, o que lhe permitiria um papel de liderança. Isto conduzia a que, na hora de cortar o «bolo» dos subsídios, as fatias seriam, mais ou menos iguais, prevendo-se mesmo alguns ganhos para Ourém, o que não aconteceria com Leiria onde há concelhos com muito maior peso que acabariam por assimilar as maiores «fatias». Tinha-se ainda em conta o facto de Ourém eleger os seus deputados por Santarém e, assim ter a quem pedir contas quando disso fosse necessário.
Criaram-se movimentos, assoberbaram-se outros que já existiam. Agora tudo regressa ao que era e o presidente da Câmara não tem dúvidas que, a avançar a tal regionalização, é preferível que Ourém pertença à região de Lisboa e Vale do Tejo que à região Centro, de Coimbra. Considera ser sempre melhor a ligação à capital. Não espanta pois que o secretário de estado adjunto e da Administração Local tenha vindo dizer que «o presidente da Câmara de Ourém está perfeitamente sintonizado» com o Governo, porque o próprio David Catarino no-lo confirmou, após reunião recente que teve com Eduardo Cabrita.
Resta saber como vão ser as relações entre os presidentes de Câmara do Médio Tejo, com a liderança de António Rodrigues, de Torres Novas que, como sabemos, não morre de amores por Catarino, tendo mesmo, na ocasião, dito publicamente que, ao Médio Tejo interessava Fátima, mas não Ourém.

1 comentário:

Antonio Almeida Felizes disse...

Tomei a liberdade de publicar parte deste post no

Regionalização

Cumprimentos,