24 maio 2007

GNR assumiu Fátima há um mês

A transferência de competências da PSP para a GNR na cidade de Fátima ainda não é consensual um mês depois de ter sucedido mas grande parte da população já aceita melhor a presença dos militares."Eles estão a começar e, para já, as coisas não estão a correr mal", afirmou Teresa Santos, uma das proprietárias de uma loja junto ao Santuário de Fátima, que confessou ter visto com "maus olhos" a mudança, decretada pelo Governo."O problema é que as pessoas estavam habituadas à PSP e custa sempre mudar", considerou Teresa Santos, numa posição que é subscrita por Carlos Carvalho, morador na cidade."As fardas mudaram, mas desde que haja segurança não me chateio", afirmou Carlos Carvalho.No entanto, nem tudo são elogios já que a forte presença dos militares não tem satisfeito alguns moradores que acusam a GNR de falta de tolerância e de diálogo."Na peregrinação do dia 13, muitos moradores foram impedidos de ir para as suas casas, apesar de terem garagens onde pôr os carros", afirmou Carlos Mendes, que critica a posição "autoritária" de alguns militares na relação com os cidadãos."Será sempre diferente da PSP que já nos conhecia e sabia lidar com as pessoas. Um GNR é sempre mais distante", considerou este morador de Fátima e proprietário de um café perto do Santuário.Apesar das críticas, algumas delas relacionadas directamente com a gestão da segurança e do trânsito nos passados dias 12 e 13, numa coisa parecem estar todos de acordo."Há mais homens e eles estão mais na rua", resumiu Catarina Heleno, que critica somente o "desconhecimento" que muitos militares têm ainda da cidade."Mas isso vai lá com o tempo", considerou.
Para o presidente da Câmara de Ourém, o balanço do trabalho da GNR é "positivo", e mantém o que "de bom era feito" pela PSP, nomeadamente na articulação com a autarquia e Santuário para os dias das grandes peregrinações."No dia-a-dia, chegam-nos notícias de uma presença bem visível" da GNR, afirmou o autarca, que minimizou as críticas feitas por alguns moradores e comerciantes para as dificuldades em escoar os peregrinos após as celebrações religiosas de domingo.A cidade esteve congestionada durante várias horas mas para David Catarino isso já era esperado, tal a afluência de peregrinos ao Santuário."As pessoas foram chegando toda a semana e depois não dá para sair em meia-hora", resumiu o autarca.A agência Lusa tentou obter um comentário junto do comandante distrital da GNR, Tenente-coronel Vítor Lucas, pedindo um balanço do primeiro mês de actividade em Fátima mas o oficial não o quis fazer.

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