17 maio 2007

Oqtrup de volta a Ourém


O Oqtrup voltou ao Artecaffé na passada sexta-feira. Mais um serão animado por este grupo que tem sido presença frequente naquele espaço e que procura, através das suas sátiras espectáculos bem-humoradas, chamar a atenção para um conjunto de situações do quotidiano. São aliás as vivências do dia-a-dia que alimentam os seus «bonecos», como lhes chama Paulo Serafim, um dos elementos do grupo. É também ele que nos explica que muitas das situações que servem para fazer caricatura social, nascem durante as suas digressões pelo país e da atenção que vão prestando à realidade que os cerca. Para Luís Portugal, outro dos elementos dos Oqtrup, o nosso país «é pródigo a dar novas ideias» passíveis de serem satirizadas. É graças a isso que o espectáculo se torna intemporal mas que necessita de estar a ser sempre inovado, com novos «bonecos», com novas caricaturas burlescas da sociedade portuguesa.

O nascimento
do grupo
Vítor Fernandes e Luís Portugal já há muito que tocavam juntos e é em 2003 que conhecem Paulo Serafim que, com Fernando Mendes, tinha em cena o espectáculo «In Love» na Fábrica do Inglês, em Silves e para onde Luís Portugal é também convidado. Assim nasce uma amizade e dá-se a partida para uma nova aventura, denominada Oqtrup. Um nome que tem como base a ideia transmitida pela expressão popular «oh… que trupe…», procurando remeter as loucuras, saudáveis, a que se assiste nos palcos por onde vai passado e repassando o espectáculo.
Espectáculos que são criações próprias, nascidas, como já se disse, da atenção prestada à realidade e a que se juntam as canções do Luís Portugal e outras de alguns autores nacionais bem conhecidos. Isto porque o grupo gosta particularmente de cantar e fazer música em português. Mas que não se pense que a tal loucura e o burlesco dão azo a um espectáculo simplesmente anedótico e superficial. Pelo contrário, bem ao gosto do mestre Gil Vicente, «ridendo castigat mores», que é como quem diz, «a rir se castigam os costumes» e se fazem denúncias daquilo que está mal na sociedade.
Não espanta pois que a inovação seja constante, já que o manancial de informação o é também. O objectivo final de um espectáculo deste tipo é, em primeira análise o de deixar as pessoas bem dispostas, libertando o stress através das muitas gargalhadas que vão dando, mas, de uma forma mais profunda, deixá-las a pensar nos vícios sociais que se escondem por trás de cada caricatura.
Para além destes espectáculos, têm ainda em cena um espectáculo infantil, chamado «Conto a gotas», vocacionado para o pré-escolar e primeiro ciclo, que têm levado a escolas, bibliotecas, etc. O espectáculo baseia-se no livro «Os olhos do coração» de José Guedes, amigo do grupo. Também este, para além do entretenimento, é um espectáculo didáctico que procura criar o hábito da leitura nas crianças.

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