27 julho 2007

Ourém quer «aeroporto na Ota, já»

Na Assembleia Municipal do passado dia 12, foi aprovada, apenas com uma abstenção (CDU), uma moção de apoio ao aeroporto da Ota.
A moção foi apresentada pela bancada social-democrata através da sua líder de bancada.
Carina João defendeu que o novo aeroporto não se destina só a Lisboa, mas servirá todo o país. Por isso, considerando que tanto o norte do país como o sul está servido, «a potencial localização de um novo aeroporto poderá articular-se com as necessidades de serviço da zona centro do país e Lisboa», cuja capacidade está a atingir o limite.
O PSD lamenta os sucessivos atrasos em relação a este assunto e diz que «continuar a adiar o inadiável» não traz modernidade nem competitividade ao país.
Para provar que o novo aeroporto deverá ser na Ota, Carina João diz que «não querendo chegar a expressões mais ou menos ofensivas, a verdade é que 80% da população está a norte do Tejo»; pelo que «só daqui se pode esperar que continue a haver movimentação de pessoas pelos caminhos-de-ferro, acessos rodoviários alternativos que sirvam simultaneamente quem aqui vive, quem aqui trabalha e quem se desloca indo/ vindo do aeroporto». E isso én importante quando se sabe que os investimentos têm que ser rentabilizados mas também devem servir o seu fim «numa perspectiva social, pois só assim se consegue uma verdadeira análise de custos e benefícios».
À Assembleia Carina João recorda a importância do turismo para a região, sector em que, defende, o país tem de apostar. Do mesmo modo, a região não pode esquecer a importância do turismo religioso, tendo em conta que Fátima «gera 6 milhões de peregrinos/ ano), considerando que, «uma porta aberta ao mundo conduz ao natural trajecto de peregrinos vindos do exterior através de ligações rápidas, cómodas e seguras».
Sublinha ainda que um aeroporto na Ota, «serviria os interesses de uma das zonas com mais vitalidade económica do país», destacando os distritos de Lisboa, Santarém e Leria, «mas também toda a zona centro de Portugal».
Por isso, «ao invés de se procurar incessantemente uma solução perfeita para o novo aeroporto de Lisboa» o PSD defende que se encontre «aquela que melhor se encaixa na realidade existente» Conscientes das desigualdades populacionais do país, os deputados apontam a realidade para dizer que «não deverá ser um aeroporto a criar desenvolvimento mas sim o desenvolvimento a criar a necessidade de um novo aeroporto». Por tudo isto, conclui, «gostaríamos de ver já e rápido, um aeroporto na Ota».

«Não apoio
nem desapoio».
Sérgio Ribeiro absteve-se e apresentou uma declaração de voto onde começa por apontar os «aspectos caricaturais» deste «folhetim». Referindo as várias soluções apontadas, aponta os «interesses privados» que se movem neste «xadrez». Porque se confessa «fora do jogo» e porque não aceita ser «um peão mais ou menos cego a abrir caminho para a movimentação de outras peças na sombra, jogando na falta de transparência e com motivações que pouco terão a ver com aeroportos», entre outros motivos, o deputado diz que não apoia nem desapoia a construção do aeroporto na Ota.

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