17 outubro 2008

«Nem toda a arte religiosa é sacra»

«Estamos a viver um momento alto de Fátima», afirmou o padre Joaquim Ventura, presidente da Fundação da Arca da Aliança, na abertura na exposição de arte sacra contemporânea. A mostra com várias obras de arte, pintura, escultura encontra-se patente na galeria de São Miguel e no átrio do Colégio de São Miguel.
Na abertura desta exposição que antecedeu o primeiro encontro nacional de artistas plásticos criadores de Arte sacra, o sacerdote e director do Colégio de São Miguel apontou o «apelo» que Fátima é «sendo lugar permanente de actualização da mensagem cristã, é apelo ao ‘belo’ que é Deus.
Aos artistas disse que «o mundo precisa de descobridores de caminhos para o belo». E lembrou ainda que a Igreja apoia estes artistas plásticos na tentativa de «dar um pouco mais de beleza ao mundo de hoje». A procura do belo «pode ser prenúncio para o caminho do belo que eleve e projecte esperança neste mundo triste».
Esta mostra apresenta 72 obras de 21 autores. João Luís Costa, coordenador da exposição salientou que houve a preocupação de «conseguir dos artistas que apresentem um testemunho de contemporaneidade».
O responsável pela galeria frisou ainda a preocupação de não expor obras que «de arte sacra não têm nada».
Ao longo dos 12 anos que a galeria de Arte sacra São Miguel está aberta ao público, já expuseram ali 50 artistas, de 12 nacionalidades.
O cónego João Marcos, um dos oradores do painel, defendeu que há uma «estética cristã assim como há uma doutrina cristã e uma moral cristã». Na manifestação da beleza, o homem descobre que Deus é bom. A partir daí chega a ver que Deus é a verdade, salienta.
«A arte sacra contemporânea está cheia de equívocos. Muitas vezes o que temos de arte sacra não o é, é arte religiosa. O artista não é um técnico, diz-se naquilo que faz», sublinha ainda o sacerdote do patriarcado de Lisboa.

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