17 outubro 2008

Remunerações de responsáveis financeiros deviam ser revistas

A crise abre outras perspectivas aos cristãos, a de descobrir uma outra dimensão mais profunda, afirmou o bispo de Leiria-Fátima. As verdadeiras causas da crise residem segundo o prelado na actual crise de valores. Daí que o momento deva servir para levar os fiéis a pensar «nos nossos modos de vida», no «consumismo desenfreado».
António Marto salientou que os primeiros a sentir a crise são os «mais pobres». E por isso, o bispo pede a revisão do sistema de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras.
“Exige interrogar-se sobre as práticas especulativas que visam a rentabilidade máxima a curto prazo, rever os sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras, sobretudo, quando contribuíram para esta crise e que são verdadeiramente escandalosos, e que a economia desenvolva também um recurso mais razoável ao crédito”, disse.
«Hoje, mais do que nunca, sente-se a necessidade de um corajoso testemunho cristão para conservar uma fé robusta perante os perigos da indiferença ou da ignorância», afirmou o arcebispo de Vilnius, da Lituânia. O cardeal apontou a importância de os cristãos não ser «surdos à voz de Deus».
«O cristão não pode permanecer passivo, indiferente, mas deve empenhar-se na construção de um mundo mais justo e mais fraterno. Penso na nossa Europa, que esquece as suas raízes cristãs, onde se defendem ideias e mesmo ideologias contrárias ao direito natural, que não correspondem certamente ao desígnio do Criador», afirmou o cardeal que relembrou os 50 anos de comunismo no seu país. O cardeal lituano apresentou-se como «peregrino» e disse vir a Fátima pedir a protecção de Nossa Senhora, «não só para o meu povo mas para todo o mundo».

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