03 agosto 2006

Hospital de Abrantes em obras, serviços transferidos para Tomar e Torres Novas

O bloco operatório da unidade hospitalar de Abrantes fecha para obras no final deste mês. As obras vão custar cerca de 550 mil euros e prevê-se que se prolonguem por um período de três meses. Grande parte dos serviços cirúrgicos é transferida para as unidades hospitalares de Tomar e de Torres Novas.


O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo reuniu com a comunicação social da região para anunciar publicamente as mudanças temporárias e o Presidente do Conselho de Administração começou por fazer a "radiografia" do actual bloco operatório: "é um bloco com 21 anos de funcionamento, obedeceu a uma concepção definida de há 20 e tal anos. Passado este tempo e as avaliações que são feitas, as exigências do processo de acreditação e as verificações que são feitas através de equipas técnicas apontaram para a necessidade de introduzirmos melhorias no bloco. Conseguida a autorização ministerial, nomeadamente do Ministro da Saúde e do Ministro das Finanças as obras, já adjudicadas, vão ter início no dia 1 de Agosto, embora o estaleiro tenha sido montado no dia 24 de Julho e por essa razão, toda a actividade cirúrgica desenvolvida no Hospital de Abrantes teve que ser transferida para as unidades de Tomar e de Torres Novas.

Profissionais
com transportes assegurados
Segundo Silvino Alcaravela, no caso de Tomar a transferência do internamento cirúrgico de ortopedia passará a funcionar numa unidade de 26 camas, que vão ser activadas especialmente para este efeito. No âmbito do programa funcional do Hospital de Tomar são as camas afectas à medicina de reabilitação. Essas camas passam a albergar a traumatologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, neste período.
Segundo o mesmo responsável a transferência do internamento e da actividade cirúrgica vai obrigar à deslocação de profissionais. «Temos um sistema de transporte previsto para deslocar equipas médicas, de pessoal de enfermagem, e auxiliares de acção médica e também de técnicos na medida das necessidade e na medida em que seja necessário reforçar as actividades em Tomar e Torres Novas, mais particularmente em Tomar, para onde vai ser transferida a maior parte da actividade cirúrgica. As equipas serão reforçadas com profissionais deslocados da unidade de Abrantes».
Silvino Alcaravela concluiu apontando «o grande potencial que o Médio Tejo tem na área da saúde para poder albergar a actividade cirúrgica neste período. Temos assim a possibilidade no Médio Tejo de continuar a dar resposta na satisfação das necessidades das populações, transferindo os recursos necessários e dar resposta às necessidades das populações com os níveis de segurança e qualidade que são exigíveis».
Silvino Alcaravela ainda respondeu a várias questões sobre a transferência da actividade cirúrgica para Tomar e Torres Novas, garantindo que após as obras tudo voltará à normalidade.
Urgência do Hospital de Tomar sem acesso a exames de TAC
A transferência para Tomar da urgência cirúrgica implica a existência no Hospital de um aparelho de TAC. Quanto a esta questão o presidente do Conselho de Administração afirmou que todos os serviços que são prestados aos doentes serão garantidos, não adiantando como. Ao que o jornal "O Templário" apurou, ainda não há acordo com o CHMT em relação à utilização do TAC, dado que este serviço é prestado por uma empresa privada ao Hospital de Abrantes.
A propósito da falta de acesso a exames de TAC dos doentes que recorram à urgência do Hospital de Tomar, o Templário solicitou um esclarecimento a Correia Leal, Director Clínico do grupo CRT/DIAMECOM proprietário dos equipamentos existentes no Hospital de Abrantes e no consultório de Tomar.
Segundo este, desde Abril 2005, após concurso e nos termos do contrato existente entre o grupo que lidera e o Conselho de Administração do CHMT, o aparelho instalado no Hospital de Abrantes está disponível 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados. No período normal de funcionamento os doentes do Hospital de Tomar vão ao consultório existente na cidade; fora desse período vão a Abrantes.
Correia Leal revela que no passado dia 17 a Directora Clínica do CHMT lhe manifestou a necessidade de o período de disponibilidade de 24 horas até agora existente no Hospital de Abrantes ser "transferido" para o consultório de Tomar, considerando as recentes alterações na distribuição dos serviços de urgência dos três Hospitais. Assim, entre as 21h e as 9h, os doentes do Hospital de Tomar apenas teriam de fazer uma curta deslocação dentro da cidade. Para os doentes do Hospital de Torres Novas o trajecto seria até mais curto.
A pretensão do CHMT foi de imediato atendida. Até hoje vários ajustes logísticos foram efectuados e estava agendada para o dia 1 de Agosto a entrada em funcionamento do novo sistema de apoio.
Correia Leal acrescenta que no dia 25, no final do dia, a referida Directora Clínica informou que o Conselho de Administração do CHMT não pretendia qualquer alteração ao esquema em vigor, mantendo-se portanto a disponibilidade de 24 horas no equipamento de TAC instalado no Hospital de Abrantes.
Correia Leal considera que são os responsáveis do Centro Hospitalar que têm a missão de estabelecer a estratégia e o plano funcional dos três Hospitais razão pela qual considera descabido e incorrecto fazer qualquer comentário. Reafirma contudo estar sempre disponível para colaborar com o CHMT na procura de situações estruturadas, profissionais e diferenciadas que resolvam as carências existentes na área dos meios auxiliares de diagnóstico por imagem.

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