Há já algum tempo que chegou à redacção do NO, um artigo de opinião com acusações à actuação da gerência do ArteCaffé. Embora tratando-se de um texto opinativo e portanto da responsabilidade do seu autor, devidamente identificado, porque há acusações que refutamos de graves, não quisemos deixar de, de acordo com o código deontológico do jornalistas, deixar de ouvir a parte acusada que, como é sabido, deverá ter direito ao contraditório.
Assim, no referido texto, o seu autor conta que no dia 4 de Novembro se dirigiu «ao referido café/bar para tomar uma bebida» e que «ao entrar fui abordado por um senhor que me disse; "desculpe mas não pode entrar, só é permitida a entrada a casais"». Afirmando perplexidade, até porque terá visto entrar outros indivíduos, terá perguntado o porquê, sendo-lhe respondido tratar-se de clientes habituais. Mais, acusa o redactor do texto, ter-lhe-ão depois dito que poderia entrar, mas só com «um cartão especial de consumo mínimo de 25€», o que considera ser um exagero.
Ao Notícias de Ourém, um dos responsáveis por aquele espaço conta outra versão dos acontecimentos. Segundo Paulo Assis, de facto o individuo ter-se-à dirigido ao estabelecimento mas pedindo para ir à casa de banho. Assis explica que, mesmo sem obrigatoriedade, porque as casas de banho do estabelecimento não são públicas, foi-lhe permitida a entrada. No entanto, continua Paulo Assis, após ter entrado, «foi ele que, com ar de gozo, disse à pessoa que estava na porta que afinal lhe apetecia ficar». Assis explica que, por ser fim-de-semana, a casa estava cheia e havia espectáculo. Explica ainda que o regulamento que está exposto no espaço deixa claro que, em dias de espectáculo, os preços podem ir até aos 250 euros, conforme legislação em vigor. Assis recorda ainda que, embora a obra tenha sido feita pela Câmara, a verdade é que ela foi concessionada a privados que tem que responder às suas obrigações. Refere também que a legislação que permite cobrar estas entradas, veio em parte cobrir uma brecha que ficou com a extinção do direito de admissão que hoje só é detida pelos casinos. «Para estabelecimentos como o ArteCaffé foi criada a possibilidade de praticar consumos mínimos como forma, também, de salvaguardar o ambiente da casa».
Até porque, refere, já têm ocorrido situações menos agradáveis de indivíduos que ali se deslocam no intuito de «se meterem» com as senhoras que frequentam o bar ou até com as funcionárias, o que cria um ambiente desagradável que há que impedir.
Mais, alega o gerente, o indivíduo em causa terá apresentado queixa junto da PSP que ali se terá dirigido e confrontada com o regulamento do estabelecimento, terá dado razão ao ArteCaffé.
Para Paulo Assis, esta é «uma situação normalíssima» que «acontece por todo o país». E diz que o indivíduo em causa «só levou com o cartão de 25 euros porque entrou à "má fila"». Mas, garante, foi a primeira vez que tal sucedeu já que nunca antes sentiram necessidade de o fazer. Acrescenta ainda que «os consumos mínimos são estabelecidos consoante o tipo de espectáculo e o investimento feito pela casa».
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