25 janeiro 2007
Deixar memória na hora do adeus: GAT apresenta livro e inaugura exposição
Foi lançado, na terça-feira ao fim da tarde, no centro de Negócios de Ourém, um livro de fotografia de arquitectura, de obras efectuadas pelo GAT- Gabinete de Apoio Técnico de Tomar, nos três concelhos onde actua há mais de 30 anos, a saber, Ferreira do Zêzere, Ourém e Tomar.
Após a cerimónia de lançamento, foi inaugurada uma exposição de fotografia que vai manter-se no local, durante os próximos dias podendo ser visitada por quantos o desejarem. De seguida passará pelos concelhos de Ferreira do Zêzere e Tomar, numa homenagem que se prolongará até Maio. O início em Ourém, prende-se com o facto deste ser o concelho que, actualmente, preside ao Agrupamento.
Anfitrião, o presidente da Câmara de Ourém foi o primeiro a usar da palavra para recordar os 30 anos de poder local democrático, considerando que este tempo se confunde também com a existência dos Gabinetes de Apoio Técnico. «A história do GAT é, também muito, a história do poder autárquico democrático», afirmou o autarca que fez um pouco a história das alterações ocorridas à época. «Antes (da revolução de Abril) o estado era centralista e centralizador». Depois, no novo quadro democrático, foi dado poder aos municípios mas estes «não estavam preparados» para desenvolver trabalhos técnicos. Daí que o governo tenha então decidido criar estes gabinetes que «vieram ajudar a ultrapassar esta lacuna num país onde, sobretudo nas zonas mais rurais, não havia infra-estruturas básicas, água ou luz».
Recorda os anos 90 e a sua chegada à Câmara para dizer que «na altura, não havia sequer capacidade para fazer uma candidatura aos fundos comunitários».
Hoje as coisas são bem diferentes já que «os municípios têm alguma capacidade técnica interna e alguns meios para recorrer a entidades externas, quando necessário».
Por isso, considera Catarino, «esta exposição e livro vêm num momento oportuno». Deixa o apelo às escolas para que os alunos de áreas ligadas a estas matérias visitem a exposição.
À coordenadora do GAT, Paula Coito, coube fazer os agradecimentos e explicar as parcerias que levaram à criação desta obra.
De seguida usou da palavra o presidente do IPT – Instituto Politécnico que salientou a abertura do IPT para estabelecer parcerias com outras entidades da região, ao mesmo tempo que apontava a importância do trabalho agora apresentado, desenvolvido pelo departamento de fotografia do Instituto, dirigido por António Ventura.
De seguida falaria o coordenado da CCDR/LVT- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo, considerando ser este um trabalho para memória futura, num momento em que está anunciada a extinção dos Gabinetes de Apoio Técnico. Razão suficiente para Fonseca Ferreira considerar trata-se esta homenagem de «um gesto bonito e criativo, acabando em festa, em vez de em lamúrias».
Faz depois um historial do desenvolvimento destes gabinetes e da sua experiência pessoal no contacto com os mesmos, destacando o «trabalho de qualidade, feito com grande empenhamento», numa altura em que «as autarquias não estavam apetrechadas tecnicamente» e defendendo que os GAT «foram uma escola de arquitectura e de engenharia, mas também um pilar do desenvolvimento dos concelhos».
Hoje, diz, «o poder local cresceu, está maduro e precisa da incorporação de gabinetes técnicos», pelo que terá que ser feita a transição, embora este responsável manifeste algumas dúvidas quando à forma como essa incorporação irá decorrer. Isto apesar de, como refere, ter, atempadamente, no final de 2003, prevendo a extinção agora anunciada, ter reunido com os funcionários, preparando-os para o que aí vinha e promovendo acções de formação com vista à sua reconversão a fim de se incorporarem na Administração Local. Defende, aliás, que «os funcionários dos GAT são os mais bem preparados» para aí trabalharem, dado conhecerem bem as regiões onde se integram.
Homenagem a
Luís Delgado
Luís Delgado Costa foi o primeiro responsável pelo GAT de Tomar e segundo a actual coordenadora, terá sido ele que «transmitiu os princípios que ainda hoje nos regem». E porque o engenheiro não pode estar presente, também para ele havia um livro numerado e assinado. Às assinaturas dos fotógrafos foram acrescentadas, na terça-feira, as dos antigos e actuais funcionários do gabinete para que o livro seja agora oferecido a Luís Delgado.
GAT mecenas do Convento de Cristo
No final da apresentação do livro foi ainda assinado um protocolo entre o GAT e o GACC – Grupo de Amigos do Convento de Cristo. É que o gabinete ofereceu 150 livros, numerados e assinados pelos fotógrafos Duarte Amaral Netto e Luís Ribeiro, professores do IPT, a fim de ser trocacados por donativos destinados às pinturas provenientes do Convento das Trinas e sua reintegração nas molduras de origem para que possam ficar expostos em permanência nos corredores do Convento de Cristo. Segundo o representante do GACC trata-se de «uma série de quadros que estão, desde o século passado, enrolados e quase esquecidos no Convento de Cristo».
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