11 janeiro 2007
Em jeito de balanço
Para nos fazer um balanço da actividade deste ano dos bombeiros de Ourém, falámos com o seu comandante, Júlio Henriques que o apontou como «um ano complicado». É que, por um lado, foram os incêndios no Verão e, por outro, agora as cheias, coisa pouco usual em Ourém. No entanto, «os bombeiros conseguiram fazer face às situações, cumprindo cabalmente a sua missão» afirma o comandante, ao mesmo tempo que refere a colaboração de outras entidades bem como a de colegas bombeiros que vieram ajudar em situações de maiores dificuldades.
Júlio Henriques destaca, no que se refere aos incêndios, os dois maiores que ocorreram no Verão passado, um na zona de Atouguia/ Casal Branco e o de Rio de Couros. Tratou-se de dois fogos de grandes dimensões mas dos quais não resultaram danos humanos nem em habitações. Aliás, essa foi a regra no Verão passado. Arderam 986 hectares mas destes, dois terços em terrenos incultos, de matos. Apenas um terço da área ardida ocorreu em zona florestais. Daí que, como refere o comandante, embora tenham existido algumas situações de perigo, a verdade é que acabou por não haver problemas de maior no que toca a habitações e pessoas, não tendo havido vítimas humanas a referir.
E se os fogos de Verão já não são surpresa neste concelho, o mesmo não se pode dizer em relação a cheias. «Fomos surpreendidos com a avalanche de água» numa terra sem rios e longe do mar e com apenas uma ribeira, «que obrigou à intervenção de bombeiros e outras entidades», recorda Júlio Henriques.
Fora isso, o corpo de Bombeiros foi exercendo a sua missão regular ao longo do ano, na área do socorro, tendo recebido 7.905 alertas para as mais diversas ocorrências e fazendo cerca de 16400 transportes de doentes.
Aposta na formação
Enquanto isso, continua a desenrolar-se a formação de jovens cadetes com aspiração a serem bombeiros. Diz Júlio Henriques que «a formação, quer interna, quer externa, tem sido uma preocupação» dos Bombeiros de Ourém. Daí que, para além da formação normal de bombeiros que vai decorrendo regularmente, esta escola conjunta que engloba as três corporações concelhias, para além de inédita, está já a apresentar resultados positivos, de acordo com a avaliação feita em Dezembro passado.
De referir ainda o facto desta escola ser composta por um corpo misto de formandos. Isto apesar de Ourém continuar a ter apenas bombeiros homens. Mulheres já existem nos Bombeiros de Caxarias e Fátima. Por cá, Júlio Henriques considera não estarem ainda reunidas as condições físicas para que elas possam participar na missão. Seriam necessárias obras, essencialmente de construção de uma camarata e de balneários. Enquanto tal não suceder, defende o comandante, a presença feminina poderia ser «factor de desestabilização».
Ourém no campeonato nacional de manobras
Entretanto, estão a ser preparadas duas equipas para o campeonato nacional de manobras, inter-bombeiros. Júlio Henriques recorda que «há muitos anos» Ourém já foi campeã na sua classe, a de voluntários.
Bombeiros em Congresso
No próximo dia 27 de Janeiro, os Bombeiros vão estar em Congresso, no vizinho concelho de Torres Novas. Aí a Liga deverá submeter a sua posição face ao novo pacote legislativo e, ao mesmo tempo, apresentar as suas propostas.
Recorde-se que o projecto-lei foi rejeitado pela Liga por prever grande ingerência na administração das Associações. Por exemplo, para fazer uma venda de património ou contrair um empréstimo, os bombeiros necessitam pedir autorização ao SNBPC – Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, organismo do Estado, pondo em causa a autoridade das suas assembleias-gerais.
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