02 dezembro 2005

Abertas as hostilidades na Câmara

"Humilhados", é como afirmam estar os vereadores da oposição na Câmara de Ourém. É que, logo no início do mandato, os vereadores do PS terão solicitado um espaço para receberem munícipes e poderem desenvolver o seu trabalho, bem como a utilização dos serviços para poderem, por exemplo, se o necessitassem, enviar um fax ou fazer uma cópia de documento. O assunto tem vindo a ser protelado e na reunião da passada segunda-feira, no decorrer da reunião de Câmara, essa pretensão foi-lhes negada, através de um documento apresentado pelo presidente da autarquia.
Mas para além deste espaço que pretendiam fosse negociado temporalmente, ou seja, que pudesse ser utilizado apenas em alguns dias e a determinadas horas pré-estabelecidas, os vereadores do PS queriam ainda que fosse disponibilizado espaço, nas revistas municipais, a todos os grupos políticos com assento na Assembleia Municipal.
A maioria PSD considerou, no que se refere à atribuição de um espaço, a acontecer "abriria um grave precedente, de consequências nefastas para a vida municipal"; e consideram que, não tendo sido atribuídos pelouros à oposição, "todos os assuntos que os munícipes necessitam tratar, é com os membros do executivo em permanência que o devem fazer". É dito ainda que "no novo edifício dos Paços do Concelho, poderá haver gabinetes para os partidos políticos".
Quanto à utilização dos serviços e participação nas publicações municipais, a maioria PSD considera que colocá-las à disposição dos "vereadores não permanentes, seria colocá-los ao serviço do partido politico que representam" e que "seria necessário proceder de igual forma com os restantes partidos políticos".
Postas as coisas desta maneira, conclui a maioria autárquica que "o que é solicitado, nas actuais circunstâncias, não faz qualquer sentido".
Naturalmente que os vereadores eleitos pelo PS não concordam com esta posição e em resposta referem ter existido conversas prévias sobre o assunto, tendo-lhes então parecido que este merecera acolhimento. Afirmam a sua "postura séria e construtiva" e afirmam não abdicar de "desempenhar cabalmente" a função para que foram eleitos. Dizem não poder aceitar "esta prova de força da maioria" tomada "sem apreciação conjunta" porque, dizem, estão "de boa fé". Assim, concluem que continuarão "a trabalhar pelo bem do concelho, com base no rigor e na exigência de mais respeito e melhores condições de trabalho".

4 comentários:

Lobo Sentado disse...

Que me desculpem os ditos vereadores, mas eu acho muito bem. Mais, eu penso que o venerado presidente os devia impedir de entar na Câmara. Eles não têm pelouros, logo não têm que se manifestar sobre a vida municipal. A Câmara pertence ao Presidente David e ao PSD, estes não têm de abrir mão dos seus recursos para a oposição que, pela certa iria fazer campanha contra eles.
Eu nem sei porque é que ainda lhes pagam salário.
E talvez fosse higiénico impedir os ditos vereadores e todos os que estão contra o famigerado presidente de entrar em Ourém ou de aplicar uma taxa de entrada diferenciada para apoiantes e não apoiantes. Era possível que a mesma ajudasse a tapar o monumental buraco que aí vem por causa aceitação de obras mal feitas no parque linear que estão agora a mostrar as suas consequências e, finalmente, o carácter eleitoralista das mesmas...

Dinis CorteReal disse...

Concordo com o Luís!

Salas e gabinetes. Vão mas é trabalhar malandros! Vão partir pedra, vão para as obras, façam qualquer coisa! Deixem em paz quer quer continuar a coçar a micose.

Eu até acho que se deveria fazer um bairro exclusivo para o PSD-Ourém e deixar o resto da população num gueto, afinal já estão a ser assim tratados.

Lá está a velha máxima: quem é do PSD come e quem não é cheira!

Elvira disse...

Acho triste. Infelizmente, não estou nada admirada... :-(

Bruno Gomes disse...

Ainda tenho esperança que o 25 de Abril se dê em Ourém. Para vocês, camaradas e amigos, um forte abraço!