Salve o Natal

Aproxima-se mais um Natal, evento maior da cristandade, que, de homenagem ao fundador da religião cristã, se transformou na grande festa anual da família, desde há quase XVII séculos consagrada como ecuménica reunião das gerações, por vezes dispersas, cujos membros, de perto ou de longe, se deslocam aos lugares de nascimento, onde, na residência patriarcal, e em nome dos sagrados laços de sangue, e da reunião familiar, se juntam e convivem, compartilhando o pão e o amor fraternal, como que a provar e reforçar o nobre papel das famílias como base de toda a estrutura social.
Até o advento do Cristianismo, Roma comemorava o Solstício de Inverno com uma popular e imponente festa pagã, designada Natalis Solis Invicti; tentando ofuscar – ou mesmo suplantar – o brilho de tal evento, o Papa Júlio I (337-352) fixou o dia 25 de Dezembro como data oficial do nascimento de Jesus Cristo, e determinou que esse dia fosse condignamente comemorando por toda a família cristã, com uma festa religiosa que deveria suplantar a pagã festa do nascimento do Sol.
Evoluíndo ao longo dos séculos, durante os quais incorporou hábitos de várias culturas, e mesmo antigas práticas da primitiva festa pagã, a festa natalina é, hoje, um maravilhoso evento humano e humanista, em que o pretexto e incentivo constituído pela carinhosa reunião do agregado familiar, impulsiona a renovação dos laços de carinho e amor que unem os seus membros, a caldear afetos e amizades, a cimentar a união e a coesão, e a elevar e perpetuar a família como o maior e mais forte elo da cadeia em que assenta a promoção e construção das civilizações.
Com toda a importante reunião familiar, também a festa natalina não dispensa o agradável e colectivo repasto nocturno, onde companheiros (com+pan= compartilhando o pão) são todos que ali podem encontra-se, quando a Consoada – decerto inspirada na Santa Ceia – se torna a congregação anual de suma importância, coroada por essa refeição tradicional farta, rica e variada, de acordo com as tradições, as posses, e o nível social das famílias, acrescida pela também já tradicional troca de presentes, outra prova de carinho entre familiares, que renova o afecto e reforça os laços que os unem.
Que este Natal seja o início de uma nova era de progresso, paz e harmonia entre os povos. Para você, familiares e amigos, um FELIZ NATAL, e um MARAVILHOSO ANO NOVO.

Prece de Natal

Neste Natal deveria acontecer
A redenção de toda a humanidade
Com o fim da miséria e da maldade
A permitir ao mundo o Renascer
Sem guerras, revoluções, atentados
Sem violências, ódios, ou rancores
Como ensinou o Cristo de Belém
Dar-se-ia uma mudança radical
Com todos os homens sabiamente
Dando-se as mãos para finalmente
Do Universo varrerem todo o mal
Para que amanhã já libertados
Sem vencidos, e todos vencedores
Prossigamos no caminho do ALÉM

São Paulo, Natal de 2005

JoséVerdasca