22 junho 2006

Sem pressões e com mais motivação


Hélder Ferreira é um dos «putos» do JO. Actualmente capitão de equipa, foi no clube que nasceu para o hóquei. Aqui cresceu e aqui chega, agora, à 1ª Divisão Nacional.


Notícias de Ourém – O que é que sente o capitão da equipa e, através dele, toda a equipa, neste momento da ascenção?
Hélder Ferreira – Sentimo-nos muito felizes. No início ninguém apostava em nós e, agora, contra tudo e contra todos, conseguimos subir à 1ª Divisão, o que é um feito histórico para Ourém.
NO – Naturalmente que esta subida traz responsabilidades acrescidas…
H.F. – Esta subida vai ser complicada porque vamos lutar com grandes equipas, com grandes nomes do hóquei, como o Benfica, o Porto, o Hóquei de Barcelos, que são equipas com grandes orçamentos. Mas temos jogadores com um elevado grau de qualidade que nos permite pensar que para o ano podemos fazer alguma coisa gira.
NO – Há quanto tempo estás no JO?
H.F.- Jogo no Juventude Ouriense desde os 8 anos.
NO – És, pois, uma das criações do JO.
H.F.- Exactamente. Eu e mais dois jogadores que conseguimos agora subir à 1ª Divisão, somos criações do JO. Mas os outros também já cá estão há muito tempo. O "Zé das botas" é angolano mas já cá está há 7 anos. O Favinha está há 4. Há vários jogadores que estão cá há bastante tempo e já se consideram de Ourém, porque aqui vive-se um ambiente diferente de todos os outros.
NO – Diferente em que sentido?
H.F.- Não há pressão por parte da direcção, como acontece noutros clubes, com outra tradição de hóquei, como é o caso do Tomar, para falar em clubes aqui da zona. Isso permite-nos jogar com outro à-vontade. Se perdemos não nos caem em cima. Se ganhamos, ficam contentes mas não fazem disso um caso de vida. Isso leva-nos a que tenhamos alguma liberdade que nos permite entrar em campo livres de pressão. E isso facilita o jogo.
NO – Julgas que com a subida as coisas podem mudar?
H.F.- Não creio que a direcção nos vá impor grandes pressões. Nós próprios, que andamos no desporto e gostamos de ganhar, é que vamos sentir uma pressão extra. Mas a motivação também é outra porque estamos a jogar contra grandes nomes do hóquei em patins.
NO – E quanto às condições de trabalho no pavilhão municipal de que se tem vindo a falar nos últimos tempos? Ao que sei, vocês até gostam de ali jogar.
H.F.- Sim, porque é um pavilhão complicado de jogar para as outras equipas. É pequenino, não leva muita gente. É o único mal do pavilhão, mas como as pessoas estão muito em cima do ringue, isso provoca um certo nervosismo nas outras equipas porque elas sentem sempre uma certa pressão com o pavilhão sempre cheio. O facto do ringue também ser mais pequeno também é uma vantagem porque dificulta as outras equipas, habituadas a jogar em ringues maiores, e é um ponto a nosso favor. Um ponto que esperamos aproveitar bem para o ano.
NO – Um ano em que o principal objectivo será, certamente, manterem-se na 1ª Divisão.
H.F.- Sabemos bem que isso é complicado mas todas as equipas começam com zero pontos. Nós temos de avanço o tal ponto que nos pode facilitar a vida, que é o pavilhão e que nos pode ajudar a fazer qualquer coisa gira. E uma coisa gira era ficarmos nos seis primeiros, evitando assim a descida. Se ficarmos nos seis últimos temos que lutar para não descer porque as outras equipas farão o mesmo.
NO – Como criação do JO, peço-te que deixes uma mensagem para as camadas mais novas, para quem vocês são agora um exemplo.
H.F.- Continuem a trabalhar porque temos grandes jogadores. Conhecendo como conheço as equipas, em todos os escalões, sei que temos grandes valores. Por isso continuem a trabalhar para quando eu deixar de jogar hóquei, serem eles a levar isto para a frente. Era bonito.

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