06 julho 2006

Assembleia Municipal

Central de biomassa

Segundo o presidente da Câmara, renasce a esperança de criação de uma central de biomassa no concelho. Diz Catarino que «há uma empresa disposta a fazer uma central de dois megawats no concelho» e que a Câmara terá manifestado a sua disponibilidade.
CDU insatisfeita
No período dedicado às declarações de política geral, o deputado municipal da CDU, Sérgio Ribeiro, embora ressalvando a sua satisfação por voltar a fazer parte da AM, manifestou-se insatisfeito com o trabalho ali desenvolvido. É que, para o deputado, ela tem vindo a esvaziar-se de competências e Sérgio Ribeiro diz que se sente «a participar num órgão predominantemente burocrático de "tomada de conhecimento"».
E exemplifica. «Na última sessão, depois de termos apreciado e votado uma proposta de alteração aos estatutos da SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana de Cova da Iria, EM, tomámos conhecimento dos relatórios de gestão e contas da MeciaGolfe SA, da SimLis Sa, da Valorlis SA, da TagusGás SA, da Ribacarne SA da AmbiOurém EM, da VerOurém EM e hoje temos – para tomar conhecimento – os relatórios de gestão e contas da FátimaParques SA, da EPO SA e da Enerdura SA.
Acrescenta o deputado que «preenchida parte substancial do tempo com a informação do senhor presidente da Câmara e com alguma polémica levantada por frases que possam ter saído na comunicação social e ferido susceptibilidades mais sensíveis, pouco mais resta de tempo e de assunto para que este órgão se possa continuar a considerar, como é – ou deveria ser – deliberativo e a expressão mais significativa da democraticidade da vida social oureense».
Porque está contra tal estado de coisas, Sérgio Ribeiro denuncia-o acreditando estar assim «a defender a democratização que representa a criação do poder local, o que há quem apregoe amiúde e na prática a contrarie com teimosias.
Louvor a Luandino
A proposta partiu de Poças das Neves que nesta reunião substituía o autarca de Fátima Natálio Reis. O deputado recorda a origem oureense do escritor e faz uma biografia de Luandino Vieira que na Lagoa do Furadouro nasceu em 4 de Maio de 1935, com o nome de José Vieira Mateus da Graça, cedo partindo para Angola, ficando conhecido pela sua intervenção política e pelos seus livros. E porque as raízes do escritor estão em Ourém, diz Poças das Neves que «ficaria mal a esta Assembleia não saudar um homem que durante toda a sua vida lutou dignamente por ideais, por um sentido para a vida, que pode não ser o que defendemos, mas tal como dizia Virgílio Ferreira, "um homem que, contra a corrente, defende com firmeza e coerência, onde quer que esteja, os valores e os princípios em que acredita tem de merecer respeito, esteja-se ou não de acordo com eles"».
A esse homem, que este ano ganhou o prémio Camões, o maior prémio literário de língua portuguesa mas que o recusou, a Assembleia Municipal de Ourém aprovou um voto de louvor.
O presidente da Câmara informou, em relação a isto que o seu nome chegou a ser apontado para atribuição de um galardão no dia da cidade mas que o facto dele ter recusado o prémio Camões acabou por dissuadir a Câmara desse propósito.

Sem comentários: