17 agosto 2006

A fantasia e a imortalidade nas Pegadas até 27 de Agosto

A questão da imortalidade, a relação do homem com a vida e com a morte são o âmago da história contada na peça "As pegadas dos dragões" que estreou a 15 de Agosto.
Na noite do ensaio geral, cerca de três centenas de pessoas assistiram a um espectáculo que mistura uma realidade fantasiosa e fantástica onde os dragões convivem com os homens, a magia é quotidiana e os reis são aconselhados por homens sábios.
O príncipe, personagem interpretado por Filipe Seixas é acompanhado ao longo desta caminhada pelo arquimestre, interpretado por Carlos Carvalheiro.
Durante quase duas horas, o público foi conduzido às várias cenas que compõem a peça. Num encontro entre princípe e arquimestre, ladeados por motos de um lado e vespas do outro.
No jardim jurássico, onde se vendem as ilusões, onde quem as comprou padece por isso.
Na laje onde o personagem principal se encontra com a feiticeira enquanto descem de rappel, outros figurantes, numa simbologia dos diferentes pontos de vista.
Depois desta cena, o público janta adquirindo, nas diferentes barracas e tendas montadas pelos escuteiros do concelho, alguns petiscos, fruta e bebidas. Não houve fogo pirotécnico na noite do ensaio geral, tendo em conta alguma preocupação manifestada devido aos recentes incêndios. No dia marcado para estreia, também não houve fogo de artifício mas, ao que o Notícias de Ourém conseguiu apurar, se as condições climatérias o permitirem, haverá, nos dois fins-de-semana de espectáculo.
De regresso à cena, o público é encaminhado para ver uma cena de luta interior, interpretada com a ajuda das motos, que iluminam os personagens principais, culminando a peça perto do jardim jurássico. Ao "encontrar o lugar da promessa de se tornar imortal", o arquimestre decreta que seja fechado. O príncipe separa-se do arquimestre, o primeiro volta ao seu reino, o segundo à floresta.
Cenário natural
Inspirada na obra de Úrsula le Guin, a peça utiliza o cenário natural da pedreira, nas Pegadas dos dinossáurios, no bairro para relatar a acção, que junta ainda motas e pirotecnia.
Segundo o encenador, Carlos Carvalheiro, esta obra mistura "a temática antiga e fantasiosa dos dragões" com outras "matérias mais modernas", sempre relacionadas com a "questão da imortalidade" e a "relação do homem com a vida e com a morte".
"O local é absolutamente espantoso" e foi por causa do sítio que "surgi u o conceito do espectáculo", explicou o encenador do Fatias de Cá, uma companhia de Tomar que se celebrizou por encenar peças no Convento de Cristo, espaços abertos ou no rio Tejo.
"A produção envolve cerca de cem pessoas". Os espectáculos realizam-se a 18, 19 e 20, 25, 26 e 27 de Agosto. O bilhete custa 18 euros, a peça está marcada para as 18h18. É conveniente levar agasalho e calçado adequado, já que a cena se passa toda ao ar livre.
O projecto conta com o apoio do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que tutela o monumento natural, um dos mais importantes registos fósseis do jurássico.

Sem comentários: