15 fevereiro 2007

Crime no Vilar

Razões passionais parecem ser a causa provável do homicídio que decorreu na passada semana em Vilar dos Prazeres e que vitimou uma mulher de 27 anos, presumivelmente assassinada a tiro pelo ex-companheiro.
Com uma relação de facto de 13 anos, vítima e presumível homicida, estavam separadas há cerca de um ano. O casal tinha cinco filhos menores que até ao passado fim-de-semana ficaram com um tio materno, passando agora a viver com a avó materna que já terá manifestado a intenção de vir a assumir o poder paternal das crianças, a mais velha com 12 anos e a mais nova com escassos seis meses.
A família vinha já há algum tempo a ser acompanhada pela Comissão de Protecção de menores, não porque houvesse indícios de maus-tratos mas por evidenciar tratar-se de uma família desestruturada. Separada, a vítima não tinha emprego, estando a receber subsídio da Segurança Social, razão para o acompanhamento até porque existiam cinco crianças a viver num clima de alguma instabilidade.
O crime ocorreu na quarta-feira, dia 17 quando, pouco passava das 19h00, Pedro, de 38 anos, terá feito alguns disparos de pistola sobre a ex-companheira, depois de a ter ameaçado, ainda nessa tarde. Ameaça, aliás, que terá levado Márcia a apresentar queixa na GNR. Mas, segundo testemunhos de familiares, nos últimos tempos essas ameaças haviam sido constantes e feitas por telefone.
No dia em que ocorreu o homicídio, Pedro terá passado a manhã com a ex-companheira e com os filhos.
No entanto, segundo relato de familiares e amigos, havia antecedentes de agressões, pelo que Márcia manifestaria medo do ex-companheiro, recusando-se a «fazer as pazes» como parece que este pretendia.
Segundo a mãe da vítima, o agressor terá chegado mesmo a mostrar-lhe a arma com que perpetuaria o crime, dizendo que «era para a matar se ela não ficasse com ele», já que, se assim não fosse, ela «também não seria para mais ninguém».
Razão que terá levado Márcia a apresentar queixa na GNR mas, ao regressar, aguardava-a a morte.
Após os disparos Pedro terá fugido para, pouco depois, acabar por se entregar e confessar o crime
Enquanto isso, o corpo de Márcia foi transportado para o Centro de Saúde onde chegaria já sem vida.

Os factos
Por volta das 16h30, 17h00, Márcia é ameaçada por Pedro e telefona para a GNR.
Às 17h30, uma patrulha daquela guarda dirige-se à residência de Márcia, em Vilar dos Prazeres, efectuando diligências no sentido de encontrar Pedro.
De seguida Márcia vai à GNR apresentar queixa formal, dada a necessidade de preencher papelada, o que não podia ser feito no local.
Márcia regressa a casa e é alvejada, na garagem.
Cerca das 19h30 a GNR é contactada por telefone tendo tomado conta da ocorrência, deslocando-se de seguida para preservar o local do crime e da arma, até chegada da Polícia Judiciária.
Por volta das 20h00, novo contacto telefónico para o posto da GNR dá conta que o presumível homicida se encontra no café Santo Amaro, manifestando intenção de se entregar. A GNR aí se desloca detendo o indivíduo que é constituído arguido e levado a tribunal no dia seguinte, passando a aguardar julgamento no estabelecimento prisional de Leiria.

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