15 março 2007

Cidade em obras prepara futuro


Comerciantes de Fátima reuniram com o reitor do Santuário e diversos responsáveis. Ao convite lançado para este quinto encontro (o último realizou-se em 1996) 186 comerciantes em representação de 126 estabelecimentos, responderam positivamente.
Artigos fora da rua
Uma das temáticas a que os oradores aludiram foi à exposição de artigos na rua. Carlos Baptista defendeu que é importante para a imagem de Fátima que "não se coloquem na rua e, de forma desordenada, produtos". Ainda que haja exemplos de boas práticas – aponta – há ainda "quem teime em pôr tudo ao molho e fé em Deus".
O mesmo responsável criticou ainda a mistura de artigos religiosos com outros (até mesmo budas) bem como a "venda ambulante e ilegal nas imediações do Santuário e que merece de quem de direito, acção".
Trata-se de "um problema que não é de agora a que se tem vindo a agravar", reforça lembrando que se trata de "desrespeito pelos princípios da leal concorrência".
Aos comerciantes sublinhou que as normas de instalação comercial devem ser cumpridas sob pena de coima.
SRU
O plano de pormenor da avenida Papa João XXIII está em consulta pública. "Na pior das hipóteses, até final do ano, está pronto", salientou Francisco Vieira, presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Reabilitação Urbana de Fátima.
Durante a apresentação do trabalho a desenvolver, Francisco Vieira adiantou que as intervenções previstas na ruas Cónego Formigão e João Paulo II iniciar-se-ão depois de 15 de Outubro, isto é depois da inauguração da nova igreja da Santíssima Trindade. Este responsável adiantou que havia a possibilidade das obras se iniciarem antes mas, o "impacto não trará benefícios", em particular aos hoteleiros.
O território entre as duas avenidas e a Cova Grande, área crítica de intervenção da SRU trará "uma nova centralidade a Fátima", além da construção de mais de 2 300 fogos para seis mil habitantes.
"A partir de Outubro, Fátima estará em obras durante alguns anos" avisou o responsável apontando já os "impactos negativos" das mesmas mas "com as vantagens após a conclusão das mesmas".
O centenário das Aparições (2017) é uma data e meta para a requalificação urbana de Fátima sendo que um dos outros objectivos em termos de fundos é preparar uma candidatura ao Polis 21 (2021).
Lobby
Na estratégia de requalificação urbana de Fátima "não se pode deixar de pensar nos que nela habitam e trabalham", salientou José Poças, em representação da Junta de Freguesia de Fátima.
"Fátima precisa de lobby", salientou, defendendo que no âmbito da promoção de turismo religioso "a promoção de Fátima não existe".
A Junta de Freguesia pretende propor a colocação dos três pastorinhos na bandeira de Fátima.
O reitor do Santuário também defende que "é bom entendermo-nos porque temos interesses comuns e não são só comerciais". Para "nós é importante esta identidade.
2017 é uma data importante para Fátima, defende monsenhor Luciano Guerra que espera que, até lá "houvesse a canonização de Francisco e Jacinta porque dá selo definitivo á santidade das crianças. E aí Aljustrel receberá uma auréola muito forte e também com a beatificação da irmã Lúcia".
Aos comerciantes anunciou que 2008 trará um novo reitor e que há dez anos para preparar Aljustrel que necessita de um "centro pastoral".
Sobre a SRU deposita "grandes esperanças" esperando que dali saia um gabinete que "pense esta terra".
Aos comerciantes pediu "dignidade na exposição. Devíamos ter mais brio, mais estética" disse assinalando não apreciar a mistura de artigos religiosos com outro tipo de lembranças.
Desafios
"A reabilitação urbana é o grande desafio dos próximos anos", salientou o presidente da Câmara que aproveitou ainda o encontro com os comerciantes para os sensibilizar para a boa utilização das ilhas ecológicas. "Se houver restaurantes a despejar óleo de fritar no ecoponto, só com um polícia ao lado", criticou.


Maio, a PSP e a GNR

A saída da Polícia de Segurança Pública e a vinda da Guarda Nacional Republicana têm criado alguma instabilidade em Fátima. Este responsável manifestou a sua preocupação pois "não sabemos como isto está a ser feito e a PSP não sabe se Maio vai ser da sua responsabilidade ou não.
Em matéria de segurança "estamos perante um governo que não se preocupa em ouvir opiniões", salienta David Catarino.
Para o autarca "a resolução ainda não foi publicada mas, também já não estão (PSP) a ligar muito", critica. E se a teoria é "vamos sair, desligamos já, também deveríamos deixar de pagar o ordenado já", sugere David Catarino.
As queixas feitas em público referem-se ao estacionamento indevido e que, segundo Catarino não têm sido punidos com multa, por parte da polícia.
Para o presidente de Câmara é "óbvio" que a segurança na peregrinação de 13 de Maio ainda será da responsabilidade da Polícia de Segurança Pública.
Quanto à alteração e ida da GNR para Fátima, o autarca confessa que "também não percebi". Aliás "parece-me mais simples a actuação da PSP em toda a freguesia e a PSP mantinha-se e, Fátima. Parecia-se que era uma mudança mais simples e que atingia os mesmos resultados".

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