12 abril 2007
Apollo comemora dez anos em cena
Notícias de Ourém (NO): Um espectáculo que lembra as peças dos dez anos de actividade do grupo de teatro. Porquê este desfile?
Dora Conde (DC): Pretendeu-se assinalar, de uma forma diferente, os 10 anos de existência do Grupo Apollo. A mostra de guarda roupa de teatro ainda é um conceito pouco utilizado (conheço, por exemplo, o desfile feito pelo Fatias de Cá de Tomar) mas quando foi proposto, depressa assumimos que poderíamos mostrar o nosso trabalho de uma forma leve e nova para nós. Desfilar não é propriamente aquilo que melhor sabemos fazer, mas aliando o desfile à representação poderia funcionar. Penso que o resultado foi muito agradável.
NO: Que balanço faz o grupo destes dez anos?
DC: Como todos os grupos teve os seus momentos bons e menos bons. Mas são mais os positivos, claro que sim. Costumo dizer que não custa formar grupos, mas sim dar-lhe continuidade, consistência, tirado ao mesmo tempo partido das potencialidades de cada um. O grupo evoluiu de forma consistente e o que fizemos há 10, 9, 8 anos, deu para perceber que, porventura, apesar de gostarmos muito de teatro, tínhamos de evoluir mais. O caminho teria que ser outro. Até a própria forma de fazermos as coisas. O ano passado, por exemplo, começamos a ter uma carreira regular de espectáculos, experimentamos outros locais para representar, chamamos novo público, introduzimos uma ligeira refeição nas peças. Este salto foi muito importante. O próprio conceito que tinha de teatro foi “engolido” por um outro muito mais prático que permite ao grupo, o envolvimento em diversas actividades simultâneas. Orgulho-me que consigam corresponder. Depois estou rodeada de boas pessoas. Acima de tudo é a parte mais importante, mais que bons actores, são muito boas pessoas que gostam muito de partilhar a experiência de fazer teatro.
NO: Mantêm-se os mesmos elementos?Tem havido renovação?
DC: Há sempre ciclos nos grupos e o Apollo não é excepção. Por vezes a vida das pessoas não permite que fiquem mais tempo connosco, há quem deixe e regresse um tempo depois.
Tivemos saídas das quais não me esqueço, sobretudo porque marcaram um tempo do grupo, sem dúvida! Mas a entrada de pessoas também tem correspondido bem. Pessoas novas são sempre uma “lufada de ar fresco” nos grupos. Dinamizam-nos. Para além disso, uma outra conquista importante é o que acontece neste momento, um ou dois elementos começa a trazer a família toda para o teatro. É muito bom já que todos vão fazendo pequenas tarefas e quando dão conta já estão envolvidos.
NO: Aproveitaram este aniversário para levantar um pouco do véu do futuro com a antecipação da peça “Memórias da irmã Lúcia”. Porquê?
DC: Aproveitamos o desfile como forma de promoção do Apollo. Estamos a trabalhar no projecto As Memórias de Lúcia, escrita por Norberto Barroca, e promovida pelo Santuário de Fátima, que tem ante-estreia marcada para 27 de Abril, juntamente com todos os outros grupos de teatro do concelho. Do Apollo participam 6 pessoas. Em simultâneo, preparamos A Terra dos Sonhos, a peça que estreará quase sem simultâneo com as Memórias que tem estreia marcada para 18 de Maio na Cenourém e que depois seguirá para a Sala do Torreão do Castelo de Ourém.
NO: Que projectos para o futuro?
DC: De momento, temos as duas estreias marcadas. O 2º semestre do ano será, em princípio, aproveitado para a carreira das peças da Terra dos Sonhos, Leandro, Rei de Helíria e Meta a Menina para Dentro! com espectáculos semanais na Sala do Torreão do Castelo de Ourém. Gosto muito do presente que tenho. Não quero perdê-lo a pensar no futuro.
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