26 abril 2007

Presidente da SRU defende ZIT para Fátima


Francisco Vieira, presidente do conselho de Administração da SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana de Fátima defendeu a criação da região “Estremadura” que abarcaria as actuais regiões de turismo de Leiria-Fátima, Templários, Ribatejo e Oeste, com sede em Leiria.
Durante os trabalhos do 4º Congresso da ADLEI – Associação de Desenvolvimento de Leiria, aquele fatimense considerou que a definição de do território português em mapa turístico tendo em conta o mapa das Nuts II (região Centro) seria “uma forma positiva de resolver o assunto”. Recorde-se que o Plano Estratégico Nacional de Turismo – PENT definiu dez produtos chave no turismo onde não aparece o turismo religioso. O documento foi publicado em Diário da República, Iº série, a 4 de Abril de 2007.
O turismo é considerado um sector estratégico, e Portugal ambiciona crescer anualmente o número de turistas em 5%, ultrapassando 20 milhões em 2015, e as receitas em cerca de 9%, superando 15 mil milhões de euros.
As projecções apontam para que o turismo represente em 2015, mais de 15% do PIB (produto interno bruto), contra 11% em 2004, e 15% do emprego nacional.
A única referência a esta actual região de turismo de Leiria-Fátima é feita sobre rotas temáticas onde aparece uma referência: “rotas religiosas desenvolvidas em torno de Fátima”. Ora, defende Francisco Vieira, “tal torna-se incompreensível quando se revela os objectivos para o sector”. Se a vida e pujança de Fátima que contribui com 50 por cento das dormidas da região, “se isto por si não é suficiente, não sei o que seria necessário”.
Para resolver a situação de esquecimento a que Fátima foi votada, o presidente da SRU defende que é possível “corrigir”, declarando a cidade-santuário como Zona de Interesse Turístico, algo que é possível segundo o PENT.
À “falta de condições” e qualidade na hotelaria a que se referiu Luís Patrão, Francisco Vieira contrapõe com um “reforço na melhoria das condições de limpeza, de segurança” que está a ser feito. Por isso a “justa correcção”.

Preconceito
O Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) tem “rejeição e aparente preconceito relativamente ao turismo religioso e à subalternização de Fátima e da região envolvente nas estratégias nacionais de Turismo” – acusou Graça Poças Santos, no mesmo painel sobre “Competitividade Territorial”.

Esta professora e investigadora do Instituto Politécnico de Leiria defendeu que o Plano Estratégico Nacional de Turismo “não atribui qualquer relevância ao turismo da região” e “aos cerca de 5 milhões de pessoas que, todos os anos, visitam Fátima”.
Vinte por cento dos que visitam Fátima, isto é, um milhão são estrangeiros. Um número grande que leva a docente a questionar se haverá muitas outras regiões com este número referente a visitantes de fora do país.
Graça Poças dos Santos questionou ainda a estratégia do governo sobre o apoio dado ao litoral alentejano para crescer em empreendimentos de qualidade hoteleira e, fazendo a mesma acusação a Fátima, não se dá o mesmo apoio. “Se nós negligenciarmos Fátima também negligenciamos outros produtos turísticos que estão ligados”, como os mosteiros de Batalha e Alcobaça.
Deolinda Simões, presidente da Assembleia Municipal de Ourém disse, no debate que “todos os governos têm vindo a esquecer a realidade que é Fátima – a sala de visitas de Portugal”.
António José Correia Santos, presidente da Câmara municipal de Peniche frisou que, nesta matéria “há uma incontornabilidade. Fátima é incontornável”. E se a solução for a “ZIT, faz sentido que haja especificação”.
Na última sessão sobre o tema “Competitividade Territorial” foram debatidas soluções para tornar a Região de Leiria/Fátima mais acessível e atractiva para o público nacional e internacional.
“É importante conseguir atrair as pessoas para a Região de Turismo de Leiria-Fátima, mas para isso é necessário melhorar e promover as infra-estruturas”, atesta Miguel Sousinha, presidente da Região de Turismo Leiria-Fátima.

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