
O Fátima assumiu a lideran-ça à sexta jornada e a vitória neste desafio significava a con-cretização do primeiro lugar da série C e consequente apura-mento para o play-off. A equipa fatimense assumiu desde o iní-cio uma postura serena, dei-xando o jogo correr com natu-ralidade e aproveitando os mo-mentos certos para concreti-zar. Perante um adversário já despromovido, o Fátima de-monstrou uma superioridade quase total, precisando apenas de dezasseis minutos para inici-ar a contagem de um resultado demolidor. Coube a Marinho inaugurar o marcador na se-quência de um bom lance de combinação dos dianteiros da casa. O controlo da partida pertencia-lhe e não surpre-endeu o 2-0 surgido aos trinta e sete minutos, tendo Devigor finalizado após recepção de um excelente cruzamento de Mari-nho. O resultado ao intervalo era perfeitamente ajustado ao trabalho produzido pelos dois conjuntos.
A prestação da equipa visi-tante na primeira parte tinha sido pouco consistente e Nuno Raquete fez duas substituições no inicio da etapa complemen-tar, o que permitiu quinze mi-nutos iniciais em que ambas as equipas discutiram o jogo pelo jogo, embora sem alterações no marcador. Nesse período, o Mirandense ainda criou dois lances de perigo, mas acabou por ser o Fátima a alterar o marcador aos sessenta e nove minutos com um golo de Nino, fruto de um bom entendimento entre os avançados fatimenses. Com os três pontos pratica-mente assegurados, a equipa da casa jogou a seu belo pra-zer, completando o resultado final aos oitenta e dois minutos através de uma grande pena-lidade apontada por Rodrigo Dantas. Os minutos finais já foram jogados em descompres-são, pois com os três pontos assegurados o público já fazia a festa nas bancadas esperando o apito final. Assim que o árbi-tro José Albino assinalou o final da partida, o delírio invadiu as hostes fatimenses agitando fre-neticamente bandeiras e sím-bolos do clube. Enquanto no campo os jogadores e técnicos davam largas à satisfação do momento, o público sublinhava a história que a equipa fati-mense acabava de escrever ao vencer a série C da II Divisão do Campeonato Nacional. Uma apoteose digna dos grandes momentos, dando corpo à sim-biose público e equipa.
No final da partida, Rui Vitó-ria era um homem feliz e tran-quilo. Afirmou que o "Fátima mereceu a vitória" acrescen-tando que "dividia o êxito da equipa com a Direcção, equi-pa técnica e adeptos, dos quais recebi um apoio impor-tante", nomeando de uma for-ma especial Arnaldo Teixeira, técnico-adjunto. Deixou algu-mas palavras mais amargas em relação à organização do futebol português, quando referiu: "É triste que uma equipa com 21 jogos de liderança não su-ba directamente à Liga de Honra". Quanto ao futuro, o treinador fatimense disse: "A equipa está preparado para os jogos do play-off e vai lu-tar pela subida à Liga de Hon-ra", revelando uma confiança total.
Com a confirmação desta vi-tória, o Fátima assegurou pela primeira vez no seu historial já longo – após quarenta e um anos da sua fundação – uma pá-gina dourada para o clube, as-sim como para a cidade, conce-lho e Distrito.
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