03 maio 2007

Sobre dois jogos; uma época e a confiança merecida


Não dá para contar (mais ou menos bem) quando se vive tão intensamente… o que não dá para contar.
O fim de semana prolongado foi empolgante.
Primeiro, foi a ida, no sába-do, a Sintra… com os ouvidos nos telemóveis para saber o que se passava em Paço de Ar-cos, ali perto, e em Valongo.
Os do Juventude Ouriense fizeram o que era sua obriga-ção. Ganharam.
Começaram mal. Nervosos e sem se mostrarem capazes de responder à velocidade dos jo-vens que representavam Sin-tra, depressa estavam a perder por 2-0.
Houve quem temesse o pior. Mas a equipa reagiu com o brio habitual. Chegou ao 2-2, virou o resultado para 2-3, descan-sou um pouco (que a pressão era muita…) e consentiu o em-pate.
De novo, levantou a cabeça, chegou a 3-5, e tudo parecia resolvido.
Mas não. Os de Sintra conti-nuaram a jogar o seu jogo e ainda chegaram aos preocu-pantes 4-5, com um penalti dis-cutível.
O que poderia ter sido um final descansado, tornou-se num susto, pequeno porque faltava pouco tempo, porque a equipa se defendeu com vontade… mas foi um susto.
Essa vitória, no entanto, não chegava. Como o repórter vi-nha sublinhando.
Os resultados nos outros pa-vilhões foram favoráveis ao Pa-ço de Arcos, sem grandes difi-culdades, e ao Valongo, que conseguiu transformar em vitó-ria sobre o Gulpilhares o que os telemóveis iam anunciando estar a ser, primeiro, a derrota e, depois, o empate já quase com o tempo a terminar.
E toda a gente que tinha ido de Ourém a Sintra – e muita foi, com destaque para uma equipa dos "miúdos do hóquei" que tinha ido ganhar a Santarém por 7-0, e que foi uma claque entu-siasmada e entusiasmante – voltou com a sensação que, tirando o Valongo ter-se visto livre desse pesadelo, tudo se mantinha na mesma, quanto à manutenção... Para o Juventu-de Ouriense (e o Paço de Arcos) tudo ficou adiado para os jogos do dia 1.º de Maio.
E a cena neste dia (em que não devia haver jogos, na opi-nião do repórter) repetiu-se, com alterações de cenário.
Foi no Pavilhão do Pinheiro, completamente cheio, até por-que a direcção do JO tomou a decisão de abrir as portas aos oureenses e de Valongo veio muita gente (e claque) que ani-mou o encontro, havia telemó-veis sintonizados para Gulpilhares, onde jogava o Paço de Arcos e era preciso ganhar em Ourém e que, em Gulpilhares, o Paço de Arcos não ganhasse.
O jogo começou mal para o Juventude, com algum nervo-sismo dada a pressão e a res-ponsabilidade, e sofrendo um golo muito cedo. Depois, até ao intervalo, foi recuperada a igualdade e os de Ourém só foram mais descansados para o balneário porque um penalti foi defendido pelo guarda re-des do Valongo.
Durante o intervalo, descan-sou-se um pouco da pressão, falou-se muito para Gulpilhares e receberam-se muitos telefo-nemas de Gulpilhares, e assis-tiu-se à entrega da taça de campeões regionais de juniores aos que já foram (e são, e serão sempre…) os "putos do hó-quei". O que, para alguns – fa-miliares ou não desses "putos" – foi comovente e, para eles, um justo prémio para a sua qualidade, como hoquistas… e como homens que já são.
A segunda parte não tem história. Ou é difícil de contar por este repórter, que não es-conde ser oureense e não "faz de conta" que é neutro. E ter-minou em festa
O Juventude meteu três go-los e mais alguns poderia ter metido (como poderia ter sofri-do mais um ou dois, que até bateram nos ferros da sua ba-liza, em resultado da sempre desportiva e aguerrida réplica dos de Valongo), e chegou-se ao fim em festa, pelo que se passara no Pinheiro e pelo que se foi sabendo e confirmando que se ia passando e tinha pas-sado em Gulpilhares.
Apesar da nossa parcialida-de, temos a consciência de ser imparciais ao afirmar que foi justa esta vitória, repetindo uma festa que já o ano passado se partilhara com os de Valongo – mas então em Valongo –, cul-minando uma estadia na 1.ª Divisão que, merecidamente, se vai prolongar pela próxima época.
Houve quem confiasse, e es-sa confiança – contra tudo e contra muitos – foi recompen-sada.
Pela nossa parte, obrigado, sobretudo aos atletas, pelos momentos que nos proporcio-naram e que motivaram as nos-sas "reportagens".
Agora, segue a Taça (1.ª eli-minatória em Nafarros a 5 de Maio).
Venha a Taça… que há champanhe para beber!

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