13 julho 2007

Moto Clube Ourém descontente com Câmara

O Moto Clube Ourém viu rejeitada a sua pretensão de sede por parte da autarquia de Ourém. Esta foi a ‘gota de água’ num processo que se arrasta há já algum tempo e que começou com a atribuição dos subsídios às colectividades, referentes a 2006.

Mas o mal estar começa antes, no final da concentração de 2006, um artigo no site da Federação Nacional de Motociclismo dá conta que “foi com pena que constatámos não ter havido autorização por parte da autarquia” para que as piscinas “pudessem ser utilizadas e as zonas verdes”. Dessa forma “concerteza, estariam muitos mais participantes e o esforço do clube seria bem mais recompensado”, pode ler-se no artigo.
O Moto Clube queixa-se da falta de apoio na concentração, não só monetário mas também logístico.
No período estipulado, em 2007, a colectividade candidata-se ao subsídio anual referente a 2006. Por engano dos serviços da autarquia, refere aponta a presidente, a candidatura é incluída na freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias. Verificado o erro, a deliberação da reunião de Câmara de 30 de Abril, foi enviada a Dora Catarina Vaz, refere a actividade promovida por esta colectividade “Não se enquadra na política cultural nem desportiva do concelho”. A carta, assinada pelo vereador do pelouro aponta ainda que “associações desta natureza poderão ser apoiadas na realização de provas que possam funcionar como atracção turística ao concelho e que sejam reconhecidas pelas organizações desportivas do sector”.
A presidente do clube lembra que a concentração atrai centenas de pessoas ao concelho e que os sócios do moto clube “vão para tantas concentrações com o nome de Ourém às costas”. E dá o exemplo de outras concentrações onde as autarquias locais apoiam esse tipo de realização.
Em 2007, por falta de apoios, segundo refere, o Moto Clube não apresentou candidatura para a realização da concentração. Mas tem feito outras iniciativas, a última das quais, a 1 de Julho.


Sem sede
O descontentamento subiu de tom com o pedido de uma cedência de uma sede. “Já comecei a tratar disso o ano passado”, explica a responsável. Fala de reuniões que teve, em representação do clube, com o vice-presidente da autarquia. A escola das Louças era uma possibilidade. No entanto, foi cedida à Associação de artistas e artesãos de Ourém.
Mas recebe uma carta, tendo em conta um despacho de 20 de Março de 2007 onde pode ler-se que “deverá abordar o presidente de Junta de Freguesia de Seiça, a fim de verificarem a viabilidade da cedência de uma das EB1 devolutas, nomeadamente: Cristovãos, Valada e Fontaínhas”.
Sem desistir, em colaboração com o Vespa Clube de Ourém fazem diligências para que lhes seja cedido um local (que serviria de sede aos dois clubes) na cidade ou próximo.
A deliberação foi tomada, por unanimidade, na reunião de 21 de Maio de 2007. Foram prestados esclarecimentos por parte do vereador do pelouro, Humberto Piedade referentes à “indisponibilidade” da escola de Louças. Os responsáveis das colectividades propuseram que houvesse uma troca já que a Associação de artistas e artesãos tinha manifestado a disponibilidade para libertar a básica das Louças se pudessem usufruir da EB1 de Pinhel. “Ora, a EB1 de Pinhel está ocupada com obras de arte e não me parece aceitável propor a sua mudança”.
Na mesma reunião foi ainda ouvido o chefe da Divisão de Educação, Desporto e Cultura. Mário Catarino adiantou que “a proposta é inviável para além de acarretar muitas alterações nos protocolos”.
A Câmara informou, “as associações requerentes que a cedência pretendida não tem enquadramento nos objectivos culturais e/ou desportivos da Câmara”.
Insatisfeita com esta decisão, a presidente da Moto Clube questiona o presidente da Câmara sobre o assunto, na reunião pública de 4 de Junho de 2007.
Segundo a acta “a associação em causa poderá ser financiada pontualmente, consoante as actividades que for organizando e o interesse das mesmas a nível promocional do concelho”. A autarquia informou que “não pretende ceder o antigo edifício escolar ao Moto Clube de Ourém, por considerar que não há componente cultural na associação criada e que os referidos edifícios têm vindo a ser cedidos a algumas Juntas de freguesia, para uso cultural exclusivamente”.

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