24 novembro 2005
Simara apresenta o seu livro em Ourém
Jacinta Marto – Uma História de Fé
Simara é devota de Fátima e explica que o interesse pela vida da pastorinha surgiu após um grave acidente que a deixou em coma
Simara veio a Ourém, na tarde de sábado passado, para apresentar o seu livro “Jacinta Marto – Uma História de Fé), numa organização da livraria Saber Antigo.
A apresentação decorreu na Casa dos Magistrados onde a conhecida brasileira manifestou satisfação por Ourém ser o primeiro local de apresentação da obra, visto tratar-se do concelho onde nasceu Jacinta Marto, uma das pastorinhas de Fátima, por quem a autora revela ter grande fé. Aliás, como referiu Simara, na obra podemos encontrar várias referências concelhias.
Disse ainda tratar-se de uma obra despretensiosa, escrita “num português estragado, que é o meu”, afirmou. Com humildade, Simara afirma não ser escritora, apenas “uma pessoa que teve a sorte de, em dado momento da vida, ter encontrado Jacinta”.
Mas a autora começa, na apresentação como no livro, por fazer algumas referências pessoais e familiares, onde se destaca a sua formação no seio da religião católica. Diz Simara que, sem nunca ter abandonado a sua fé católica, foi-se afastando, por contingências da vida das práticas religiosas e terá sido um grave acidente que reavivou a chama da sua fé. Encontrava-se em Espanha quando, “ao descer no elevador, ele cai do 19º andar. Diz que nessa altura viu passar pela cabeça, toda a sua vida e uma das imagens é a da porta da rua da Estrela nº 17 e de um padre rezando missa, a que chamavam Padre Gino Buresi.
Da morada na rua da Estrela, Simara diz que já antes se sentira atraída por aquela porta. Do padre afirma que nunca ouvira falar. Porém, afirma que, instintivamente pede a ambos que a salvem.
Hospitalizada, afirma ter-se seguido um longo período de agonia física e psicológica e quando finalmente recebeu alta médica, os médicos acreditavam que ela não melhoraria mais. Engordara 45 quilos, usava canadianas, ficara gaga e com problemas de integração.
Recorda que, durante os tratamentos, sempre falara da rua da Estrela, perguntando-se o que seria aquela casa que estava constantemente no seu pensamento e o padre que nem sabia quem era nem onde o podia encontrar. E isso, tornou-se uma obsessão para Simara pelo que mandou investigar o nome do padre tendo descoberto ser um padre que estava em Roma, na Igreja de N. S. de Fátima, muito conhecido porque, quando rezava missa, lhe apareciam os estigmas de Cristo.
Assim, acabou a escrever ao padre contando o acidente e a forma como então surgira na sua mente. Respondeu-lhe então o padre, escrevendo também uma carta dizendo que iria rezar por si.
Quanto à casa da R. da Estrela, afirma Simara que ainda de canadianas, decidiu ir ver do que se tratava. Descobriu tratar-se de um convento de clausura onde se encontravam três freiras idosas da congregação Clarissas do Desagravo, que viviam de caridade mas que “pouca caridade recebiam” porque a sua clausura fazia com que pouca gente soubesse que ali estavam. Ficou então a saber que as freiras ali se encontravam há muitos anos, sendo as guardiãs do local onde Jacinta Marto havia estado enquanto aguardava internamento no hospital de D. Estefânia. Ali viu o quarto que havia sido o de Jacinta, conservado como à época da estada da pastorinha.
E aqui começa uma longa história. Simara começa a levar, regularmente, mantimentos às irmãs Clarissas e vai, através delas, recolhendo muito do material que serviu para a elaboração do livro que agora editou. Porém, não se ficou por aí. Foram 10 anos de investigação que a trouxeram também a Ourém, onde conhece a família do Conde de Alvaiázere, personagens importantes, também, para a sua investigação.
Esta obra é pois um testemunho, feito de muitos testemunhos, uns directos mas a maioria que passaram de geração para geração, das vivências, e não apenas, de Jacinta Marto. Mas é também um testemunho de Fé, escrito com a paixão de quem não duvida que a sua vida se deve à pastorinha de Fátima.
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