Bombeiros de Fátima recebem novas viaturas

Os bombeiros de Fátima receberam a ambulância "Patrick e Nathalie Gil" e o pequeno carro de combate a incêndios "Nossa Senhora dos Valinhos", a 17 de Dezembro, num momento simbólico, antes da festa do Natal dos bombeiros.
Trata-se da sexta ambulância colocada ao serviço dos bombeiros voluntários de Fátima. "Já não tínhamos viaturas suficientes para acorrer aos inúmeros pedidos que chegam diariamente", assinalou o vice-presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fátima, José Gonçalves.
O veículo de combate a incêndios vem colmatar uma necessidade: "Não dispúnhamos de um veículo ligeiro de combate a incêndios, em zona de acesso mais restrito, como é o caso do Calvário", referiu o vice-presidente.
Actualmente o corpo de bombeiros de Fátima possui 14 viaturas. Em 2005 este corpo de soldados da paz registou 6300 ocorrências, "números expressivos que revelam o trabalho de 12 bombeiros assalariados bem como da colaboração dos 75 bombeiros voluntários, pois sem eles, a nossa missão estaria comprometida".
Nathalie Gil, usou da palavra em nome da família para expressar o desejo que a ambulância que sirva para ajudar as pessoas.
Críticas
José Gonçalves criticou o facto de até agora, ainda não terem obtido respostas, desde há dois anos, depois dos pedidos efectuados ao INEM e à Escola nacional de bombeiros para formação dos bombeiros em cursos de TAS. Com uma ausência de resposta até este momento, este responsável pede ao governador civil que interceda nesta questão.
E apela para que seja intermediário na resolução de um outro problema: a questão da ambulância e posto do INEM.
"Quando foi atribuída, foi sempre, como ambulância e, para concretizar como posto do INEM, mais tarde. A inexistência de um protocolo entre as duas instituições obriga ao pagamento de todas as despesas da viatura bem como ao pagamento dos salários das pessoas que estão 24h por dia, de serviço". Ora, perante esta situação, a direcção adianta que não pode continuar nestes termos.
Insatisfeito com a ligação entre o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e os bombeiros, a corporação de Fátima pede a Paulo Fonseca para intervir. Os bombeiros falam em "frustração" devido ao atraso no encaminhamento dos casos, o que tem originado insatisfação e criticas por parte de populares.
Quartel para décadas
"Queremos construir um quartel para décadas e não para alguns anos", afiançou José Gonçalves. Depois da publicação da portaria governamental que revoga a construção de novos quartéis, a direcção aguarda agora a definição de novas regras para levar avante o projecto de construção, "pois é impensável fazê-lo sem ajudas governamentais".
Uma equipa da direcção dos bombeiros vai agora estudar possíveis localizações e áreas para implantação do quartel, sendo que "será preferível optar por zonas mais amplas e com custos menos elevados".
Generosidade
O reitor do Santuário de Fátima, monsenhor Luciano Guerra que presidiu à bênção dos veículos, salientou a "belíssima generosidade" da família Gil. Apenas o empresário não se encontrava presente, por motivos de saúde.
"Não basta ter dinheiro. É preciso querer dispor bem dele", salientou o reitor, assinalando ainda que, com ofertas destas "o santuário tenha quase tido obrigação de fazer uma oferta". E apelou a que a cidade de Fátima saiba resolver os seus problemas. À margem das queixas e reivindicações e referindo-se, também, aos incêndios, "é importante que a nossa nação encontre caminho que acabe com a praga de incêndios que não têm nenhum jeito de serem acidentes naturais".
Exemplo
"Este corpo de bombeiros devia ser exemplo para todo o país", diz o presidente de Junta de Freguesia de Fátima, Natálio Reis. Exemplo porque "em dois anos, construíram tudo isto a partir do zero, mostra bem o que tem de si a solidariedade e vontade de muitos".
Perante os novos desafios e necessidades deixadas pelo vice-presidente, Natálio Reis salienta que, "vamos todos juntos ter que dar resposta".
O presidente da Câmara garantiu à direcção dos bombeiros voluntários de Fátima que "podem contar com a ajuda da Câmara para dotar esta casa de instalações adequadas". E aprendendo, com as lições do presente, fez uma referiu-se ao incêndio registado no quartel dos bombeiros de Minde para frisar que é segurança e condições nos quartéis.
Deolinda Simões recordou o ano 2005, um dos mais difíceis para o concelho, referindo à necessidade de todos limparem a mata.
Agradeceu a generosidade à família Gil e reforçou a necessidade de outros corpos de bombeiros do concelho.
Solidariedade
O governador civil do distrito de Santarém, Paulo Fonseca respondeu às críticas de quem acusa os bombeiros de fazer transportes de doentes, enquanto concorrência a outras empresas de serviços.
Diz-se este responsável "espantado" porque quem acusa não quer estar na linha da frente no combate aos incêndios, por exemplo. "Só se reivindica a parte boa das corporações".
"E fico mais espantado quando não se percebe que, para que hajam meios e pessoas na frente de ataque ao fogo, ao sinistro, esta máquina precisa de ter receitas e por isso transportam doentes". Porque é uma "vocação humanitária" e insere-se nos estatutos das associações.
Por todo este trabalho que Paulo Fonseca conhece bem, por ser um "homem dos bombeiros", louva o trabalho destas associações humanitárias que "nos garantem essa segurança 24h por dia".
A culpa do que corre mal na protecção civil "não é dos bombeiros", garante o responsável máximo pela protecção civil distrital.
Paulo Fonseca defendeu ainda a existência de "novas centralidades" de modo a que se possam criar acções de formação pós-laboral, em diversas corporações. Disponibilidade foi também o que manifestou a corporações, para resolver os problemas.
Solidário com os bombeiros e ciente que "o sistema está deficitário em termos de organização" apelou à responsabilização de todos para construir um "sistema que ajude os voluntários a bem cumprir as suas funções".