07 dezembro 2005

“O importante é fazer as pessoas felizes”



Apesar de terem sido muitos os cantores que participaram no espectáculo a favor das vítimas dos incêndios, há uma que temos que destacar. Trata-se de uma jovem, de 18 anos, que dá os seus primeiros passos no mundo das canções, como profissional.
Andreia Lopes foi adoptada, quando tinha dois anos, pelo casal Laura e Manuel Lopes, de Rio de Couros, emigrantes em França, onde possuem um negócio de produtos portugueses. Depois de adoptada foi com os pais que considera "os melhores do mundo" para França.
Paixão pela música
Desde muito pequena que sente atracção pelos palcos tendo começado, ainda muito pequenita a fazer dança moderna num grupo que, em França, unia crianças de várias nacionalidades. Mas foi pelos 8 anos, ouvindo cantar "os artistas" que sentiu nascer a paixão por este mundo. Embora tenha já participado em dois trabalhos editados, fê-lo de forma ainda "muito amadora". Do mesmo modo considera as participações que tem tido em festas, quer em França quer em Portugal, sobretudo em Rio de Couros, por altura das festas da freguesia.
Com 7 anos começou a tocar órgão e continua a fazê-lo, mas, actualmente, as suas energias estão todas voltadas para um CD que se prepara para editar, apadrinhada por Emanuel, de cuja equipa traça os mais rasgados elogios.
Estreou-se em
Rio de Couros
Recorda que fez a sua estreia como cançonetista em Rio de Couros quando participou numa mini chuva de estrelas. Logo então alcançou um terceiro lugar, que a motivou a continuar. Desde então, os espectáculos em que tem participado têm fins de solidariedade e é assim que quer continuar. Aliás, um dos seus sonhos é o de criar uma fundação que crie condições de adopção para crianças órfãs. A sua própria experiência diz-lhe o quão importante é para uma criança poder ter uma família e desejaria que todos os meninos pudessem um dia vir a ter a sorte de encontrar uns pais como os dela. Não tem dúvidas que os seus pais "não podiam ser melhores" e deles têm recebido todo o apoio quer pessoal quer académico, encontrando-se a frequentar a universidade em França onde faz o curso de Gestão Comercial Europeia, quer nesta sua paixão pelo mundo das canções.
Um curso
para prevenir
Diz que futuramente pretende conciliar a vida profissional com a música, consciente das dificuldades em viver apenas das canções.
Na sua música quer transmitir emoções. Considera-se, ela própria uma pessoa muito emotiva e humilde e diz que assim continuará mesmo que a sorte a bafeje. "O mais importante para mim é ver as pessoas felizes", afirma. "Se puder transmitir alguma alegria através da minha música, isso já me satisfaz". E porque ela própria já conheceu a tristeza da solidão, diz que "o mais importante é não perder a esperança porque a qualquer momento os nossos sonhos podem tornar-se realidade".
Afirmando-se portuguesa de coração, reconhece que França lhe dá "mais segurança económica" e dá mais oportunidades. "Portugal é o meu país e é lá que me sinto em casa, mas aqui talvez seja mais fácil…".
Francesa cá,
Portuguesa lá
Mas afirma um sentimento estranho advindo da condição de emigrante/ imigrante: em Portugal sou a francesa; em França sou a portuguesa… mas em iguais condições escolheria Portugal para viver. Assim espera poder "andar cá e lá". Actualmente desloca-se a Portugal de dois em dois meses para trabalhar no seu disco, com Emanuel que, para além de autor e compositor, é também o produtor do seu primeiro álbum que será lançado no próximo ano. Da imagem, ela própria se encarrega com o apoio de João Carlos Costa. O seu lema é a simplicidade que diz estar a aprender também com a equipa que trabalha com Emanuel e com ele próprio, apesar de se tratar do estúdio onde gravam as melhores bandas nacionais.

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