09 março 2006

Simulacro de bomba em colégio de São Miguel: Procedimentos de evacuação testados




"Tinha que me vingar, coloquei uma bomba junto do Conselho directivo do Colégio São Miguel. Se não se despacham alguém vai ficar ferido".
Foi esta a mensagem da chamada telefónica que despoletou as forças de segurança para o simulacro de bomba, no colégio de São Miguel, em Fátima, a 2 de Março, uma iniciativa integrada ma comemoração do Dia Internacional da protecção Civil.
O trânsito foi cortado, alguns mirones na rua enquanto que os bombeiros se encontravam de prevenção. Foi efectuado um perímetro de segurança à caixa assinalada como potencialmente contendo uma bomba. O pessoal da equipa de inactivação de engenhos explosivos e segurança de subsolo entrou em campo e após os procedimentos de segurança neutralizou e fez explodir o engenho. Tratou-se de um objecto "não sofisticado e com dificuldades de disrupção", frisou um dos agentes da EIEXSS – equipa de inactivação de engenhos explosivos e segurança de subsolo.
Depois de concluído o simulacro, e de uma vistoria ao local por parte dos responsáveis da protecção civil , já bem perto das 17h, a escola voltou à normalidade.
Saída sem percalços
Accionado o alarme, os 1273 alunos foram saindo ordeiramente. Depois de terem contado até 50, dentro da sala, pegaram nas mochilas e seguindo o professor, em fila, deslocaram-se para o campo de futebol. 12 minutos, foi o tempo que demoraram. Um tempo que pode ser melhorado, adiantou o comissário da PSP de Santarém, Jorge Soares. "Era muito tempo numa situação de bomba", afirmou aos jornalistas salientando que "vamos ter de melhorar o que fizemos".
O coordenador do CDOS, Joaquim Chambel salientou que, apesar do tempo ser aceitável, pode ainda ser melhorado, com uma "redução de 3,4 minutos, em toda a evacuação".
Surpresa
Francisco Faro, assistente da direcção e responsável pela segurança adiantou que o plano de emergência deste colégio foi aprovado em Dezembro de 2005. Depois de um simulacro efectuado na sexta-feira anterior, com aviso prévio, este foi uma surpresa. Foi também inovador para o responsável da segurança do colégio por obrigou a ter alternativas de percurso de evacuação uma vez que o perímetro de segurança em redor da caixa, obrigou a saídas alternativas às pensadas inicialmente. "Foi muito útil" o simulacro, garantiu aquele responsável.
O plano de emergência obriga a que exista em cada sala um mapa com o percurso de evacuação.

Preparados para situações destas
O simulacro permitiu testar o plano de evacuação deste colégio. Mas não são muitos os estabelecimentos de ensino a adoptar este procedimento. O governador civil do distrito, Paulo Fonseca lamenta que apenas 14 por cento dos estabelecimentos tenham planos activos, o que cobre cerca de 50 por cento da população escolar do distrito. "Temos que modificar este número, ajudando as escolas na elaboração dos seus planos para melhorar a capacidade de preparação e de intervenção para qualquer eventualidade", afirmou.
Também o presidente da Câmara, frisou a importância deste tipo de simulacros, considerando a segurança como uma questão séria.
Ocorrências
Durante o simulacro, uma professora, ao ouvir o estrondo da explosão da bomba, acabou por sentir-se mal e foi assistida no local pela equipa médica. Um aluno sofreu uma hemorragia nasal obrigando também à intervenção do pessoal de saúde presente.
Operação
20 elementos da PSP
20 elementos do CDOS
20 homens dos Bombeiros , seis viaturas.

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