28 setembro 2006

Distrital Laranja a votos



Os social-democratas do distrito de Santarém elegem os seus dirigentes distritais dia 20 de Outubro.
Vasco Cunha apresentou-se na passada sexta-feira como candidato à distrital social-democrata. A acompanhá-lo tem a encabeçar a lista à assembleia-geral do partido, Miguel Relvas e a encabeçar a lista do conselho de jurisdição surge um nome bem conhecido por cá, o do oureense Mário Albuquerque.
Entretanto, ao NO, David Catarino assumiu já o seu apoio a Vasco Cunha cuja lista deverá, também, integrar.
Entretanto, nos bastidores, fala-se da preparação de mais uma candidatura envolvendo as hostes social-democratas de Abrantes, apontando-se o empenho do oureense João Moura nesta que envolverá o antigo governador civil do distrito José Eduardo Marçal. Ao NO, João Moura não quis adiantar nada, afirmando que apenas tem conhecimento da existência de uma candidatura pela comunicação social já que pessoalmente não foi informado dela nem convidado para estar presente na sua apresentação. Entretanto lá vai dizendo que é possível que apareça outra candidatura e que até é possível que venha a acontecer o mesmo que no PS que apresentou duas candidaturas à distrital e ambas colheram apoios de militantes de Ourém. Por isso, para já, o vereador oureense diz não estar a apoiar a candidatura de Vasco Cunha. Fica a aguardar-se o desenrolar dos acontecimentos.
Concelhia
Quanto à concelhia do PSD de Ourém, David Catarino diz que ainda não estão marcadas eleições pelo que, «nesta altura não tenho nada a adiantar». No entanto, vai deixando alguns avisos à navegação. Afirma sentir que «tenho alguma responsabilidade de contribuir para que o partido se mantenha unido, procurando estar acima de algumas questões que por vezes, sendo praticamente pessoais, podem causar algumas dificuldades». Salvaguardando a legitimidade de candidatura de todos os militantes do partido, Catarino diz que «toda a gente que defende um projecto deve procurar agir de forma consciente e por em segundo lugar ambições pessoais». Considera ainda que «neste momento sou insuspeito para que alguém possa ver nalguma posição que assuma, alguma posição pessoal».
Linhas mestras
da candidatura
O deputado social-democrata, eleito pelo círculo de Santarém, acaba de apresentar a sua candidatura à distrital do PSD, actualmente dirigida pelo eurodeputado Carlos Coelho que já antes havia informado da decisão de não se recandidatar.
Sob o lema «Um PSD forte para servir uma região», Vasco Cunha pretende inverter a tendência do distrito que, tradicionalmente, em termos de resultados eleitorais tem sido, em termos nacionais, «um contribuinte deficitário para o esforço eleitoral» dos social-democratas». Considerando que este é o momento de todos os militantes participarem no debate sobre o futuro do partido, Vasco Cunha defende que essa participação se faça «com clareza e nunca em jogos de sombras». Aponta a sua disponibilidade para reunir com as comissões políticas do distrito e com plenários de militantes, a fim de apresentar as linhas gerais da candidatura, deixando desde já quatro ideias de base que passam por «manter a Comissão Política Distrital equidistante e independente de quaisquer movimentações internas que tenham lugar, ao longo de todo o mandato e que visem a disputa da liderança do PSD»; dar prioridade às acções de formação política dos quadros do PSD, sobretudo aos autarcas na oposição e aos jovens da JSJ; garantir que o partido continua a motivar a entrada de novos quadros, criando condições para a sua participação na vida partidária e apostar no diálogo e na cooperação entre as comunidades urbanas, «concertando posições e alinhando estratégias ao nível supramunicipal».
Quanto a apoios, Vasco Cunha refere vários incluindo o do actual dirigente, Carlos Coelho, e de diversos autarcas, incluindo o presidente da Câmara de Ourém.
Passa depois ao ataque às medidas do Governo no distrito, considerando que este tem vindo a perder peso já que no ano passado se encontrava em 5º lugar no que se refere ao investimento público, encontrando-se agora em 7º e o candidato diz que este retrocesso se verifica também no sector privado onde, afirma, «não creio que tenhamos sinais de optimismo». Coloca em causa várias opções governamentais para concluir afirmando suspeitar «que a nossa competitividade regional vai continuar a pagar o preço dos mesmos erros políticos que o PS criou há 7 anos, quando aceitou que na negociação do 3º QCA, as regras do "phasing-out" fossem aplicadas de igual modo em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, sem a preocupação de salvaguardar a diferenciação dos municípios da Lezíria ou do Médio Tejo». Dos vários problemas que o distrito terá que enfrentar nos próximos anos e que são apontados pelo candidato à distrital, destacamos «os grandes incêndios dos últimos anos e a necessidade de tempo para a reposição do coberto florestal» que «ameaçam a madeira, o mobiliário e o papel que têm um peso bastante significativo nas exportações do distrito». Face a esta falta de optimismo em termos de futuro, Vasco Cunha defende que um PSD dinâmico e interventivo que permita que a região, a médio prazo, possa competir com as regiões mais dinâmicas do país e da Europa». Para tal, a candidatura propõe-se constituir um conselho económico e social ou estratégico para acompanhar o trabalho da administração central desconcentrada, do distrito, ao mesmo tempo que prepara propostas estratégicas em vários domínios; reivindicar meios e recursos necessários à região e denunciar os erros socialistas no distrito; adoptar uma postura de abertura e diálogo com outras estruturas de peso na região, nas várias áreas da sociedade; instituir e realizar uma convenção autárquica e um encontro de presidentes de Juntas de Freguesia e, finalmente, desafiar o Instituto Francisco Sá Carneiro para dar formação e realizar um conjunto de debates centrados em temáticas da região.
Por fim, Vasco Cunha, faz algumas exigências ao Governo e aponta o dedo ao seu representante no distrito. Do Governo que saber em que pé está a questão do encerramento de esquadras, de extensões de saúde e da extinção de freguesias. Quer ainda saber como vamos de regionalização, entre outras questões.
Ao Governador Civil acusa de não representar o governo, «porque sobre aquilo que importa, nada diz»; de se comportar como «um comissário político do PS» que divide o seu tempo «entre as preocupações com os destinos da Distrital do PS e as viagens com os acordos de cooperação na Roménia e na Indonésia».

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