28 setembro 2006

Fárrio amplia Lar: «Assim até apetece envelhecer»



Foi inaugurada, no domingo, a segunda fase das obras que dão por concluído o Lar de Idosos do Centro Social de Ribeira do Fárrio, um equipamento fulcral na Rede Social concelhia, que vê assim a sua capacidade ampliada de 30 para 52 utentes. Isto quando a lista de espera ultrapassa a centena, segundo os responsáveis da instituição.
A actual ampliação dota o edifício com mais 17 quartos, simples e duplos, todos com uma pequena sala e casa de banho privativa, constituindo-se assim cada unidade como uma pequena suite.
A cerimónia de inauguração foi presenciada por uma forte moldura humana, que assistiu às intervenções e visitou as novas instalações.
O presidente da junta de freguesia, Filipe Janeiro, foi o primeiro a intervir. Num registo sentido por ver a obra terminada, o apelo principal acabou por ser o apoio familiar que é necessário prestar aos mais idosos. "As instalações são o mais fácil", referiu, "têm é que ser acompanhadas pelas famílias dos utentes, em visitas frequentes, de modo a haver apoio familiar".
Para a presidente da Assembleia Municipal de Ourém é importante o apoio a uma população que não se limita a ficar à espera mas se empenha na criação de melhores condições de vida para o seu colectivo social, tal como sucede na Ribeira do Fárrio onde destaca o papel da Filipe Janeiro e a sua capacidade para envolver as pessoas nos projectos da sua terra.
A responsável pelo Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, Anabela Rato, salientou a importância do enquadramento dos equipamentos em redes globais, "como acontece com a Rede Social de Ourém, que analisa as necessidades de todo o concelho para lhes responder de forma adequada e não amplificada, como acontece muitas vezes com o sobredimensionamento dos equipamentos".
David Catarino, presidente da Câmara, apontou "a importância destes equipamentos na manutenção da qualidade de vida que as pessoas têm ao longo dos anos e que querem manter na recta final". O autarca considerou que o conselho possui já uma bastante boa rede no que se refere a Centros de Dia, mas reconhece o défice no que toca a equipamentos com valência de lar, num concelho onde, devido à emigração, muitos idosos estão distantes da família e por isso mais necessitados de apoio também à noite. Catarino apontou ainda a dispersão do concelho para referir as dificuldades acrescidas no que toca à criação de infra-estruturas. Mas, afirma, «as pessoas gostam de cá viver», afirma. Também ele reconhece a necessidade de ter «cuidado com os novos investimentos, para se saber se não se está a investir erradamente». Por isso considera que agora as falhas são sobretudo em Jardins-de-infância. Do Fárrio afirma que tem sido uma freguesia pioneira no trabalho social, muito pelo trabalho desenvolvido pelas técnicas desta área, mas também pelo empenho do seu presidente de Junta.
«Assim até apetece envelhecer». A afirmação é de Paulo Fonseca, aludindo à qualidade visível daquele espaço. O Governador Civil de Santarém, encerrou a sessão falando da necessidade de adequar os recursos às reais necessidades das populações e das instituições, dando o exemplo da partilha de cozinhas e de viaturas, que servem, em rentabilização de custos, mais que uma instituição. «Precisamos estar organizados, porque não somos um país rico, para canalizar investimento em equipamentos que são, de facto, necessários», afirmou o Governador Civil do distrito. Por outro lado defendeu a necessidade do devido afastamento para poder ver com clareza sobre as reais necessidades.
A obra teve um custo final de €486.000, tendo tido apenas o apoio da câmara de Ourém que subsidiou o edifício em €50.000.
No final da visita e antes do lanche oferecido pela Junta, seguiu-se outra, mas ao Centro de Acolhimento Temporário da freguesia.

Sem comentários: