19 outubro 2006

Incêndios Florestais: Balanço positivo



O Governo Civil de Santarém reuniucom as Câmaras Municipais, para fazer um balanço dos números provisórios dos incêndios florestais e uma avaliação do desempenho do dispositivo. O distrito de Santarém registou, desde o dia 1 de Janeiro, um total de 1202 ocorrências que consumiram 3206 hectares.
O Governador Civil considerou os resultados bastantes satisfatórios, derivados de vários factores, como a integração de diversas instituições no sistema. «Estou convencido de que o reforço quantitativo e qualitativo de meios que conseguimos organizar não será alheio a esta redução de área ardida», frisou, que representou um decréscimo de 84 por cento relativamente à média dos últimos seis anos. No Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, Paulo Fonseca afirmou que, apesar dos valores positivos, é importante um maior esforço que permitam níveis de eficácia superiores. Esforço esse que passa por «dotar os bombeiros dos meios e dos mecanismos necessários para serem mais eficazes, envolvendo as autarquias de uma forma mais profunda», defendeu, e por uma melhor prevenção.
Fonseca falou das Zonas de Intervenção Florestal, mecanismo técnico e financeiro atribuído pelo Estado aos proprietários para uma maior rentabilização do produto florestal, evitando assim o seu empobrecimento. No entanto, é primordial uma mudança prévia de mentalidades, salientou. Na reunião, foram abordadas as dificuldades orçamentais das Câmaras Municipais para colocar algumas medidas em prática, nomeadamente as dispostas no decreto-lei nº 124/2006. Apesar da sua recente criação e de todos os procedimentos legais que são necessários cumprir, o representante do Governo no distrito de Santarém não deixou de, ao mesmo tempo que aplaudia o empenho dos autarcas aquando dos incêndios nos seus concelhos, alertar para determinadas situações que não implicam investimentos financeiros. Alguns desses aspectos são a elaboração dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios (actualmente o distrito tem apenas dois), a proibição de lançamento de foguetes durante o Verão e o levantamento das zonas críticas concelhias (informação que foi solicitada pelo Governo Civil).
Foi feito ainda um elogio ao trabalho desenvolvido pelo Comandante Distrital de Operações de Socorro de Santarém, Joaquim Chambel, e um apelo: «Esta é uma luta absolutamente colectiva que devemos assumir com ambas as mãos».
Foi precisamente o Comandante Distrital quem apresentou os números do balanço. Os objectivos foram alcançados e 2006 foi o ano que, desde 2000, registou menor número de ocorrências (diminuição de 25 por cento), sendo apenas batido por 2001 em termos de área ardida. Os meios aéreos apresentaram níveis de eficácia que ultrapassam os 90 por cento, resultado que correspondeu a uma «grande aposta»: criar mecanismos de forma a que o primeiro meio de combate chegasse ao local num máximo de 15 minutos. Para tal contribuiu igualmente o pré-posicionamento de equipas próximo das zonas mais críticas.
Joaquim Chambel considerou que o trabalho da GNR foi de preocupação pelo cumprimento das tarefas de vigilância e de fiscalização e assinalou como positiva a cooperação com todas entidades envolvidas. Para 2007, pretende-se que o dispositivo conte com mais um Grupo de Reforço de Intervenção Florestal, perfazendo um total de quatro, bem como com uma maior participação por parte dos Gabinetes Técnicos Florestais.
O próximo ano perspectiva, contudo, um desafio. Segundo o Comandante Distrital, os números de 2006 serão difíceis de melhorar e, por isso, é necessário «perceber onde se pode evoluir» e melhorar o trabalho da responsabilidade das Câmaras Municipais.

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