15 março 2007

Vila Shopping: o novo Centro Comercial de Ourém


Muitos convidados marcaram a abertura oficial do novo Vila Shopping de Ourém. Passados dois anos e muitas polémicas, o novo Intermarché, agora associado às outras siglas do grupo Mosqueteiros e mais duas dezenas de lojas de particulares, deram lugar a um moderno centro comercial que se estende por uma vasta área.
À excepção do Stationmarché, com entradas distintas, todas as outras lojas são acedidas ao longo de uma galeria com mais de 100 metros de comprimento, onde pode encontrar-se um pouco de tudo.
Após visita às instalações, o primeiro a usar da palavra foi o promotor do espaço, António Figueira que o apontou como um local moderno.
Logo a abrir o seu discurso, António Figueira referiu dois oureenses, presentes em memória, fazendo-lhes o seu elogio e manifestando-lhes a sua gratidão. Tratou-se de Abílio Aquino que «iniciou a obra comigo e que tenho a certeza que hoje está orgulhoso» e do «prof. Rocha» que «estava ansioso por conhecer o novo Intermarché». Passada a comoção inicial, Figueira diz que embora tenha já feito muitos discursos, este lhe é «particularmente difícil, dado o muito que haveria a dizer». Concentrando-se no que considera essencial diz que «este foi um combate difícil e desigual mas que valeu a pena», dado que «houve empenho de muita gente» pelo que «saímos todos vitoriosos», quer a Câmara que conseguiu uma entrada melhor na cidade, quer o próprio ambiente. Quanto ao promotor, «creio que no fim acabará também por rentabilizar o seu espaço». Por isso a vitória é de todos. Mas é-o, sobretudo, da população que ficou com um «Intermarché que é o último conceito de modernidade, com equipamentos mais modernos e extremamente bem concebido».
O Vilashopping dispões de 22 lojas, sendo que quatro são «a âncora» e vieram criar 120 novos postos de trabalho num investimento de cerca de 10 milhões de euros, o dobro do que estava inicialmente previsto.
António Figueira agradeceu a quantos se empenharam para que o projecto pudesse ir avante, desde a Câmara ao Governo Civil, passando pela Junta de Freguesia, Assembleia Municipal e deputados do concelho na AR.
Diz Figueira que, «há 14 anos, quando cheguei a Ourém, obtive todo o apoio do então presidente Mário Albuquerque». Um apoio diz ter tido também agora. Nos agradecimentos, o promotor não esqueceu o vereador José Alho, afirmando que «muito contribuiu para que este projecto fosse avante». É por isso que Figueira considera que este projecto acabou por permitir que se assistisse a «algo invulgar». Isto porque considera que, ao contrário do que é costume, a «política não foi cega e individual. Houve a preocupação de todos com o desenvolvimento de Ourém e não com os dividendos políticos que daí pudessem advir».
António Figueira não esqueceu o agradecimento aos seus colaboradores, afirmando a importância de se ter uma boa equipa de trabalho. Aliás, para o promotor da obra, esse é o segredo do sucesso: «rigor, objectivos, trabalho, regras e, sobretudo, dividir bem as tarefas». Depois, de forma brincalhona diz que o difícil é mesmo a divisão de tarefas e, por isso a ele coube-lhe fazer o discurso inaugural enquanto, «tudo o resto é com a minha esposa». A brincar foi uma forma bonita de valorizar também o trabalho e o apoio da esposa que apontou como «peça fundamental» desse sucesso.
O responsável do Veti prosseguiu com os agradecimentos, enquanto o presidente do Grupo Mosqueteiros falou da implantação das marcas no nosso país e da boa fase que atravessam, estando em grande expansão.
Furando o protocolo, o deputado Mário Albuquerque foi chamado a usar da palavra, acabando por contar a história de «um jovem tímido que, há 14 anos lhe apareceu no gabinete». Regressado de França onde era emigrante, Figueira terá consultado o mercado e concluído que Ourém seria um bom local para se estabelecer. Albuquerque recorda que, na altura, aind não havia médias superfícies em Ourém pelo que «desbloqueou-se a situação», o que já então terá sido difícil, dada também a localização onde viria a ficar o velho Inter, numa zona pantanosa, junto à ribeira. Mas, diz Albuquerque, valeu a pena e após «um percurso, com muitas dificuldades no início, singraram e estenderam-se para concelhos vizinhos».
A presidente da Assembleia Municipal defendeu a importância da família enquanto pilar fundamental nos outros sucessos da vida. Ao casal Figueira, Deolinda Simões agradeceu o empenho e a perseverança capazes que foram de ultrapassar os muitos obstáculos que se lhes depararam pelo caminho.
O presidente da Câmara começou por dizer que aquele era «um dia a que dou particular importância». Em representação do município quis desejar «sucesso a todos os que são empreendedores» considerando que, mais do que sucesso pessoal, «é isto que faz desenvolver a economia de um concelho e do país». Refere a sua defesa de um modelo de economia em que «não é o Estado que faz tudo» antes «assenta na iniciativa privada» onde «são os cidadãos que criam condições para que, globalmente o concelho e o país evoluam», através do «pagamento de impostos de quem tem êxito».
Mas Catarino não fica indiferente ao que considera ter sido «o calvário de dificuldades» porque passou António Figueira desde que compareceu na Câmara com o propósito de implementar no local a nova superfície comercial. Diz o presidente da autarquia que «este como outros empreendedores que para cá queiram vir terão sempre o empenho da Câmara». No que se refere a Figueira, recorda Catarino que «oferecemos-lhe apoio e pedimos-lhe que em contrapartida, e associado ao projecto, promovesse a reformulação das vias com a implementação de uma rotunda», numa zona de acidentes». Prontamente aceitou o desafio», afirma o autarca. David Catarino faz depois uma breve resenha do que foram as dificuldades dos últimos dois anos para concluir dizendo a António Figueira que «o senhor resolveu os problemas de uma estrada que é do Estado e o Estado ainda o obrigou a gastar mais cinco mil euros». Este é um exemplo, no entender do presidente da Câmara do modo como o «Estado mal trata os cidadãos». Aponta o dedo afirmando que «quando criam emprego, o Estado que devia ser aliado, é, normalmente, um obstáculo». Mas para o autarca a culpa nem sequer é dos ministros ou dos secretários de Estado, mas sim de «uma certa massa cinzenta que lhes trava a vontade». Estando na presença do Governador Civil, ele também oureense, Catarino afirma a necessidade de «fazer passar a mensagem aos governantes; porque «nenhum país se pode desenvolver com este tipo de dificuldades». Aliás, refere a ponte que ali está a ser construída pela Câmara para dizer que não foi pedida autorização para a mesma já que, se o fosse, «ainda andaríamos aqui à espera».
O Governador Civil começou por saudar o amigo Figueira e o seu empenho, afirmando «sublinhar com veemência as palavras do presidente da Câmara» porque, «é preciso saber dizer, olhos nos olhos, que é preciso mudar um conjunto de coisas no nosso país». Como exemplo refere o caso da gasolineira que, na vizinha Espanha, vende gasolina mais barata e paga mais ordenados aos seus funcionários. Diz Paulo Fonseca que isto acontece porque se ambos comprarem um terreno no mesmo dia, «o espanhol passados quatro meses já factura e o português, passados quatro anos ainda anda às voltas com os papéis». Mas Fonseca diz que para que as coisas mudem, há que alterar mentalidades e sabermos adaptar-nos aos tempos modernos, unindo-nos e deixando «o preconceito do individualismo».
No final decorreu a cerimónia de entrega de espadas aos Mosqueteiros de Ourém «para que estes combatam os preços altos». Também os representantes oficiais (GC, CMO, AM, JF) presentes receberam pequenas espadas em cristal para, pressupostamente, os ajudarem nos cargos que ocupam.

Sem comentários: