04 abril 2007

Cartas, abaixo-assinado e pedidos de reuniões


Tal como noticiámos na edição anterior, à hora de fecho, as comissões de pais do Apajefátima – Associação de pais do agrupamento de jardins de infância e escolas de Fátima encontravam-se reunidos para delinear que reacção e estratégia adoptariam face à possibilidade de extinção do agrupamento de Fátima.
O Apajefátima formalizou já pedidos de reuniões ao director da DREL e ao secretário de Estado da Educação. Paralelamente está a circular um abaixo-assinado onde é manifestado o desagrado pela verticalização.
Manuel Neves, presidente do Apajefátima defende a “qualidade do ensino” e lembra os inconvenientes das deslocações a Ourém. Lembra este responsável que os colégios de Fátima têm obtido, a nível distrital, posições cimeiras nos rankings escolares. E além disso tem havido “uma ligação aos pais e à comunidade”, realça.
Manuel Neves diz que estas reuniões servirão para que “nos expliquem bem” porque a proposta de ligação de Fátima a Ourém é “contra-natura”.
Este responsável espera que dentro de um mês a situação esteja resolvida e favoravelmente à manutenção do agrupamento de Fátima. Ou então “o abaixo-assinado nas mãos da ministra”.
O presidente da Fercapo – Federação concelhia de associações de pais, Alberto Caveiro diz apoiar a posição do Apajefátima e solidário com as medidas irá estar presente nas reuniões pedidas. “Fátima é um caso singular e deve ter um tratamento especial”.
Optimista na boa resolução do caso porque “temos a lei do nosso lado”, diz que é “impossível” pensar em “criar condições físicas”, com pouco tempo, para instalação do agrupamento bem como “criar uma rede de transportes” que sirva os alunos de Fátima.

O abaixo-assinado
Está a circular desde o fim da última semana um abaixo-assinado onde é requerida a manutenção do agrupamento horizontal Ajefátima à ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
“Face às recentes noticias que dão como certa a integração do Agrupamento Horizontal AJEFÁTIMA no Território Educativo Ourém Norte (Escola Secundária de Ourém) e não havendo a necessária continuidade física que justifique a continuidade Educativa, haverá então uma quebra da sequencialidade e da qualidade do ensino já comprovada, como é do conhecimento de V/ Exa., provocando também um agravamento de custos tanto para as famílias como para o Estado”, pode ler-se no texto.
O Apajefátima – Associação de pais do Agrupamento de jardins e escolas de Fátima salienta que “desde a criação do Agrupamento Ajefátima, se verifica um crescimento anual sustentado sempre superior a três por cento e global de quarenta seis por cento e que a População Escolar de Fátima representa a maior concentração global no Concelho, nomeadamente ao nível dos Jardins de Infância e Escolas do 1º Ciclo, e com uma percentagem superior a cinquenta por cento do total em alguns níveis de Ensino”.

A carta
A Junta de Freguesia de Fátima que, “não podia ficar indiferente à situação do ensino em Fátima” escreveu à ministra da Educação e apresenta-lhe três argumentos que justificam a manutenção do agrupamento horizontal”.
Em primeiro lugar, porque os estabelecimentos do pré-escolar e do primeiro ciclo “têm servido não só toda a freguesia, mas também recebem crianças das freguesias vizinhas dado que os seus pais trabalham em Fátima”. Nesta freguesia não se pode falar em “decréscimo mas aumento do número de alunos, prevendo-se a necessidade de construção de dois novos complexos escolares, bem como o alargamento físico de alguns edifícios”.
Na missiva, Natálio Reis refere que tem havido “cooperação institucional” em actividades realizadas e que envolvem a comunidade.
O autarca relembra a especificidade de Fátima e a inexistência de escolas públicas do 2º, 3º ciclos e secundário. “Fátima tem uma situação específica. Desde a primeira hora foi tida como uma unidade territorial homogénea e contínua, ideal do ponto de vista do ordenamento da rede educativa”.
Natálio Reis defende ainda que “os alunos das escolas de Fátima não vão beneficiar da verticalização uma vez que, todos os alunos, sem excepção, vão escolher um dos três colégios” da cidade: Colégio do Sagrado Coração de Maria, Colégio de São Miguel e Centro de Estudos de Fátima.
Embora reconheça a “verticalidade” como “boa medida”, o presidente de Junta de Freguesia salienta que no caso desta freguesia, trará “não uma melhoria mas, pelo contrário, numa insatisfação clara de pais e educadores e, pior do que isso, numa regressão da qualidade do ensino da freguesia. Estamos a falar de uma realidade que daqui a dois anos atingirá os mil alunos, servidos por um parque escolar que se encontra, actualmente, esgotado”.

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