04 abril 2007

Criatividade e trabalho são chave do sucesso


Integrado no Fórum Estudante, decorreu no dia 22 de Março, um fórum dedicado ao empreendedorismo que contou com empresários e associações que falaram das suas próprias experiências. O presidente da Câmara moderou tendo tido também algumas breves intervenções, sobretudo para ajudar à caracterização do concelho que considerou «menos vulnerável» que outros, «em tempos de crise, dado ter muitas pequenas e médias empresas» que subsistem mais facilmente que as grandes. Mas Catarino foi avisando: o sector da construção civil, um dos mais importantes do concelho «tem tendência para diminuir porque as infra-estruturas vão estando feitas», pelo que, defende o autarca, «é necessário encontrar respostas e empreender noutras áreas». Até porque, garante, «o concelho já é excedentário em termos de habitação».
Carlos Batista, presidente da ACISO, fez a apresentação da associação integrando-a no concelho de Ourém a quem apontou a «vitalidade e dinâmica que tem motivado a junção, ainda que informal, com Leiria».
Rui Tocha, do Centimfe - Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos, que defendeu a necessidade de formação mas também de optimismo e união para que possa haver inovação e empreendedorismo.
Considerou vivermos hoje em tempo de parcerias, de redes, em que as repostas às necessidades das populações exigem a união de esforços. Mas acima de tudo apontou a necessidade de uma «formação muito séria, que tem que começar muito cedo, e que permita ir caminhando».
É tendo em vista estas duas vertentes que a AMLEI avançou com a criação da Rede IDT que tem como Objectivos Estratégicos, promover a criação de um “Ambiente de Inovação” na Região, incrementar a visibilidade da capacidade de Inovação Regional, e simultaneamente atrair novos agentes de Inovação à Região. Ou seja, «é necessário unir para mostrar as potencialidades da região». Falou do exemplo do Centimfe, afirmando a necessidade de mostrar o que por cá se faz de bom e, afirma, ao nível da inovação «o país dá cartas».
Em relação a isto, David Catarino considerou que «a região de Lisboa e Vale do Tejo, para se afirmar à escala europeia, não tem recursos humanos» e recordou o exemplo americano, afirmando que «os EUA cresceram como cresceram porque há muito que se habituaram a vir comprar massa cinzenta à Europa».
A Micronipol é uma empresa do concelho de Ourém, na área da reciclagem, que foi apresentada por Catarino como sendo uma empresa inovadora.
José Oliveira, um dos seus sócios gerentes, falou da sua experiência, do crescimento da empresa e da sua unicidade, por exemplo, na campanha da tampinha, reciclando 15 toneladas de tampinhas por semana.
Escolheram Ourém para se instalar dada a sua centralidade geográfica no país mas queixam-se das acessibilidades concelhias e da dificuldade em encontrar mão-de-obra intermédia mas também da burocracia, da má qualidade de energia eléctrica e do problema que passou a ser o encerramento de um serviço permanente de saúde para uma empresa que labora continuamente. Mas, diz José Oliveira, «apesar dos constrangimentos, a empresa soube agarrar as oportunidades», já tem autorização de laboração definitiva, sendo retomador creditado da Plastval, representando 15% da reciclagem de plásticos nacional.
Quanto ao segredo do sucesso, diz José Oliveira que é: 1º) trabalho; 2º) trabalho e 3º) em caso de dúvidas ler o 1º e o 2º.
O Fórum contou ainda com intervenções da Nersant, do Centro de Emprego de Tomar e de um gabinete de arquitectura concelhio.
Luís Roque da Nersant falou da integração dos jovens no mercado de trabalho e dos dados apresentados concluiu-se que são as micro e pequenas empresas que mais pessoas empregam no distrito. Mas, dos 320 mil activos no distrito de Santarém, só 4% possui habilitação académica de nível superior e apenas 18,5% são quadros intermédios. É pois evidente a necessidade das empresas no que se refere a jovens qualificados em áreas tecnológicas.
Mas claro ficou também que, para além da importância de competência técnica dos quadros, urge alterar mentalidades tendo em vista a competência comportamental. Isto porque, na opinião deste responsável, «muitos jovens preocupam-se em saber quais os horários, os direitos, e muito pouco com o serem uma mais valia para as empresas».
Sónia Godinho, do Centro de Emprego de Tomar fez a apresentação de programas de inserção de desempregados com destaque para o PEOE, destinado a desempregados involuntários ou jovens desempregados à procura do primeiro emprego, entre os 16 e os 30 anos. Recordou ainda que foi criado o portal http://www.netemprego.gov.pt/IEFP/index.jsp, obtidas respostas quanto à oferta e procura de emprego, bem como de programas existentes.
Ana Alves é uma jovem arquitecta de Fátima que falou da sua experiência pessoal, que a levou a optar por uma carreira de arquitectura, estando actualmente voltada para o restauro e reabilitação de interiores, por acreditar que este é o caminho do futuro.

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