19 abril 2007

Museu da Vida de Cristo de portas abertas


Carlos Reis, director do novo museu assinalou o “trabalho longo” e “difícil” para concretizar este projecto que demorou 17 anos. O espaço pretende ser uma “mais valia” e oferecer aos visitantes duas histórias: a de Maria e de Jesus até à morte. Por outro lado “O museu poderá dar um contributo para colmatar a sazonalidade que caracteriza Fátima ao criar uma alternativa aos visitantes”, isto é combater a sazonalidade.
O reitor do Santuário manifestou o seu regozijo põe este espaço temático assinalando que “os homens que fizeram isto são dignos da nossa presença”. E por isso prescindiu de presidir à celebração de 13 de Abril, no Santuário.
O novo museu “enriquece” Fátima, salientou monsenhor Luciano Guerra que considera também que “esta mostra é completamente essencial do que é a essência desta terra”. Um espaço que é “uma grande graça para os peregrinos de Fátima”.
David Catarino referiu-se à “via-sacra” percorrida pelos empreendedores do projecto ao longo destes anos já que “há coisas que podem ser mas é preciso alterar um pormenor”. E neste caso necessário fazer um plano de pormenor para aquela zona.
O presidente da Câmara salientou que a abertura do novo museu, que “associa a mensagem religiosa a uma forte vertente cultural” é “um passo muito importante no caminho da qualidade que é necessário impor neste local”. Para o autarca, “há muitas coisas em Fátima que precisam de ser corrigidas”, de forma a garantir “a desejável melhoria”.
Aproveitando a presença dos dois secretários de estado e, a dez anos do centenário das Aparições, o autarca defendeu que esta década deve servir para “inverter o problema do espaço público e ordenamento”.
O secretário de estado de Turismo, Bernardo Trindade voltou a reafirmar a importância de Fátima no contexto turístico (ainda que o turismo religioso tenha sido incluído na vertente turismo cultural, no plano estratégico de turismo). Perante os seis milhões de visitantes “o governo português não pode ser indiferente”, garantiu.
Sobre o empreendimento, salientou a “paciência dos promotores”, referindo ainda que o governo está a trabalhar “para que atrasos deste tipo não se verifiquem”.
Também presente na inauguração, o secretário de estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho assinalou a importância de um projecto deste tipo com uma vertente de sustentabilidade financeira.

210 figuras
210 figuras em 33 cenários de grande realismo completadas por 11 painéis de enquadramento, explicativos, sobre a Vida de Cristo. Ao longo da visita sucedem-se as cores, os cheiros e os sons de retratando o tempo e o espaço no século I, de forma a permitir ao visitante “viver” os acontecimentos retratados. As legendas que acompanham as cenas retratadas, tantas quantos os anos de vida de Jesus, são retiradas de versículos da Bíblia.
As figuras, mais realistas do que as do Museu de Cera, também dos mesmos empreendedores, foram construídas pelo Gems, um atelier de Londres que também produz peças para o museu londrino Madame Tussaud. Algumas cenas incluem cascatas, o deserto, rios e o mar.
Os textos das cenas estão escritos em português mas os visitantes terão à sua disposição um folheto escrito em nove idiomas, que poderão levar para casa. O espaço temático foi inaugurado no dia 13 de Abril mas abre ao público dia 28. Carlos Reis, director do museu espera vir a conseguir alcançar o número de 200 mil visitantes por ano.
O edifício, desenhado pelo arquitecto Carlos Gonçalves, possui 4.400 metros quadrados possui dois pisos para o museu, dois pisos para área comercial e dois pisos de estacionamento, subterrâneo, com cem lugares de estacionamento. Tem ainda três lugares para autocarros, no exterior.
O investimento total é de 12 milhões de euros, sem recurso a apoios públicos. Vai criar 110 postos de trabalho.
O projecto do espaço temático remonta a 1990. A sua construção teve início em Novembro de 2004.


Autarquia contesta
O Ministério Público já informou a Câmara Municipal de Ourém sobre a acção que corre no Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria solicitando a reposição da situação anterior, ou seja, da reposição da rua com 8 metros.
O presidente da Câmara confirma que a autarquia recebeu essa informação e adianta que vai contestar esta decisão. O que indica que enquanto não houver resposta por parte do Tribunal. “Não vai haver mexidas”, garante.
O processo que consta no Ministério Público defende que seja reposta a situação existente anteriormente à construção do museu, quanto à largura da rua e passeio junto espaço temático “Vida de Cristo”. O plano de pormenor da envolvente ao espaço temático previa que a referida rua tivesse oito metros, mas as obras autorizadas pela Câmara de Ourém acabaram por retiraram dois metros à rua.
Questionado sobre a selagem e embargo da obra,David Catarino adianta ainda que o espaço temático possui licença de funcionamento e se encontra legalizado.
A exposição de A. Clemente ao Procurador Coordenador Serviço do Ministério Público no Tribunal Administrativo – Fiscal de Leiria, a 9 de Abril tem o seguinte teor: “Participar actos que considera ilícito e lesivos para o interesse público e como tal passivos de actuação urgente do Ministério Público”.

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