29 junho 2007

Poeta lança livro em data festiva


“Memórias em histórias”
No dia em que comemorou os cinquenta anos de matrimónio lançou o seu livro de poemas “Memórias em histórias”. Ensaios de poesia que dedica à falecida mãe, “cuja preocupação maior era que os filhos fossem à escola e, seguissem em frente, na educação e na instrução”.
Tudo começou no Natal de 1965. Desde então que começou a escrever umas quadras. O resultado está à vista. Uma obra de 210 páginas com algumas fotografias antigas, entre outras mais recentes, algumas da autoria do filho que, herdou o nome do pai.
“Tenho aqui um trabalho que gosto muito”, realça o autor que teve a gentileza de oferecer o seu primeiro livro autografado ao Notícias de Ourém.
A inspiração vai buscá-la a outros autores. Nomes como Júlio Dinis, António Aleixo e os Lusíadas, de Camões, estiveram sempre na mesa enquanto foi escrevendo, todos os dias, algumas quadras.
Mitologia, o Bodo de Santo António, a Festa da Ortiga e até uma dissertação sobre os cornos para “afastar o mau olhado” fazem parte da obra. Há ainda histórias para rir, em poesia.
Ele que sempre escreveu, passou a limpo e corrigiu os seus poemas à mão teve a ajuda dos netos que passaram os seus originais a computador. Os trabalhos foram mostrados a algumas pessoas “para ver a reacção”.
Agora, depois deste livro, “tenho que folgar um bocadinho”. As 1800 quadras foram escritas ao balcão da mercearia, negócio que possuía e, agora que foi vendido “”penso que vou ter mais tempo”.
No prefácio, escreve José Poças que “tendo por fundo a serra d’Aire, o autor partilha as agruras de antanho, percorrendo os usos e costumes da sua aldeia”.
“Escrito por um filho da terra, fica-nos o encanto e a surpresa de ver retratados muitos dos aspectos e a surpresa de ver retratados muitos dos aspectos sociais, da alegria e da criatividade do povo da Maxieira”.
“Nestas páginas, Humberto Neves descreve a entreajuda dos vizinhos, a solidariedade das famílias, o esforço colectivo e individual para sobreviver na fé, nos divertimentos e festividades, no trabalho e no sofrimento”, realça Poças.

Festa
A festa juntou família e amigos mais chegados, 126 pessoas além das crianças. Júlia Figueira e Humberto Neves da Silva festejaram os cinquenta anos de matrimónio, a 15 de Junho.
Os convidados assistiram à repetição dos votos que ambos efectuaram em 1957, na Igreja paroquial de Fátima. Desta vez a celebração foi feita na capela da Maxieira, local onde o casal habita.
Um momento que Júlia destaca “bonito” uma vez que “tenho os filhos, os netos e os amigos, todos juntos”.
Quando casaram ele tinha 23 anos, ela ia completar 18. E bodas de ouro depois, o segredo para uma vida feliz é “paciência”, diz ela entre um sorriso.
Ainda que às vezes haja “discordâncias”, completa a noiva, a verdade é que “nunca me lembro de haver zangas de muitas horas”, releva o noivo. Além da cerimónia religiosa, os amigos e familiares juntaram-se numa festa onde foi mostrada, em filme, uma retrospectiva da vida familiar desde os avós dos noivos até aos netos.

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