06 julho 2007

Nova concelhia do PSD/ Ourém apresenta trabalho: 183 novos militantes


«O PSD está vivo» e «a população está aberta a colaborar connosco em benefício da sua terra». Palavras de Victor Frazão, na passada sexta-feira à noite, no restaurante Colina Verde, no Olival, onde teve lugar a iniciativa «100 dias/ 100 novos militantes». Mas, na verdade, segundo Frazão, não são 100 mas sim 183, os novos reforços do PSD. Isto, ainda de acordo com o presidente da concelhia, sem contar com alguns boletins que ainda não deram entrada no partido, o que deverá acontecer entretanto. Feitas essas contas, diz Frazão, serão 1143 os militantes do partido em Ourém que reforça assim o seu primeiríssimo lugar no distrito. Não espanta pois a presença do líder distrital neste encontro em que, por força da quantidade de nomes a ler, segundo Armando Neto, que apresentou o evento, se tivesse optado por colocar um projector na sala onde iam passando os nomes dos novos militantes e as respectivas freguesias.
O primeiro a usar da palavra foi o líder concelhio da JSD. Também para António Mariano, esta iniciativa é a «prova cabal de que o PSD continua activo e em crescimento». Por isso manifesta a sua satisfação em pertencer a tão grande família, consciente de que pertencendo à organização jovem do partido, esta representa o lado irreverente. No entanto deixa claro que apesar dessa irreverência, «as ideias são pensadas e amadurecidas de forma a que se tornem numa mais valia para os jovens do concelho». Manifesta pois a vontade da Jota contribuir para as políticas de fundo do partido e refere as suas actividades, destacando a recente criação da página na Internet.
Mas António Mariano deixa o alerta ao partido para que não deixe fugir os jovens da região, tornando-a atractiva e aponta já os «próximos tempos», considerando que serão difíceis. É clara a referência às próximas autárquicas que começam a agitar águas. Por isso Mariano fala da necessidade de continuar um trabalho «exigente» que, afirma, «não nos assusta». Para terminar, e citando as suas próprias palavras, o jovem laranja diz que muitos o fazem citando poetas mas ele preferiu levar o poeta, que segundo se disse depois, foi buscar ao Alentejo nesse mesmo dia. O poeta era Manuel Delgado que ali foi ler um poema que fez e dedicou À JSD de Ourém e do qual ressalvamos uma quadra:
«Compete a vós juventude/levar este país para a frente/ restituir-lhe a saúde/ porque o país está doente».

Uma
«grande família»
O presidente da concelhia começou por manifestar a sua satisfação pelo aumento da «grande família» e fez um balanço destes 100 dias de mandato, destacando o «profícuo diálogo com a distrital e o seu presidente», afirmando que tem convidado Vasco Cunha para as iniciativas e que este sempre tem dito sim. Aliás, afirma Frazão, do mesmo modo que também «eu, ou alguém em representação da concelhia» tem estado presente nas iniciativas da distrital do partido. Mas deste tempo de liderança, Frazão salienta e saúda também a chegada do novo núcleo da Freixianda e refere o bom diálogo que afirma existir com a Jota através da presença nas suas actividades mas também do apoio institucional e material para o desenvolver das mesmas.
Continuando a falar da actividade do partido destaca a homenagem a Ruy de Carvalho e a emissão de quatro comunicados «onde damos as nossas ideias e defendemos posições». Refere ainda obras na sede concelhia com afixação de um novo placard, de modo a dignificá-la, bem como a criação de um gabinete jurídico de apoio aos autarcas, a funcionar na sede do partido, nas primeiras terças-feiras de cada mês e onde apenas se esclarecem dúvidas sobre questões autárquicas.
Fala depois da preparação da candidatura à Junta de Freguesia do Fárrio afirmando que muitos dos candidatos são presença naquela sala como novos militantes. Em relação a esta eleição informa que, tal como no anterior acto eleitoral, o mandatário é Mário Albuquerque a quem o presidente da concelhia tece rasgados elogios, afirmando tomá-lo como exemplo porque, afirma, «sempre vi nele o estender a mão a toda a gente, mesmo de outros credos políticos».
Quanto ao mandatário financeiro, anunciou que será Orlando Cavaco.
Continuando a desfiar o trabalho da concelhia, Frazão fala da necessidade de possuir endereços electrónicos dos militantes dado o seu grande número e nos custos que implicao envio da correspondência de forma tradicional, pelos correios. Daí o empenho dos dirigentes social-democratas em criar uma base de dados com os militantes.
Para Frazão, aponta a importância desta iniciativa de acolhimento a novos militantes, «pessoas que estão disponíveis a sacrificar o seu tempo com as famílias, para se dedicarem não só a um partido, mas ao concelho e ao seu desenvolvimento». E por isso afirma que «não importa só granjear novos militantes». Importa também «explicar a cada um os seus direitos e deveres», consciencializá-los que «têm voz nas decisões do partido» para que «possam lutar pela sua terra, com afinco».
Mas para Frazão, esta adesão significa também que, contrariamente ao que acontece no resto do país, por cá, a política e os políticos não estão descredibilizados, considerando que tal confiança «só se conquista com muito trabalho e com a apresentação de obra feita». A partir daqui fala nos 30 anos de liderança social-democrata no concelho de Ourém que aponta como um município «aprazível, desenvolvido e onde as pessoas gostam de viver». E deixa o apelo à unidade partidária afirmando a importância de «deixar a crítica fácil» em prol de um partido coeso»
Mas também ficaram os avisos em relação ao que considera ser a desinformação da comunicação social e dos blogues, acompanhado do apelo aos militantes para que procurem esclarecimentos junto dos órgãos do partido, «em caso de dúvidas, afirmações bombásticas, independentemente do que se lê na comunicação social ou nos blogues». Isto porque, afirma, «muitas vezes a desinformação serve para dividir». Diz o presidente da concelhia que «não aceito aqueles que fazem acusações sem saber o que de facto se passa». Por isso, defende, «temos que lutar contra a desinformação».

Vasco Cunha começou por fazer o elogio de Mário Albuquerque, apontando-o não apenas como «um amigo», mas também como alguém «com quem aprendi muito, na política». E ao deputado oureense aponta a «lealdade e a franqueza de dizer aquilo que lhe vai na alma, contrariamente a muitas pessoas que estão hoje na política». Fala ainda da «frontalidade» de Albuquerque, de «olhos nos olhos, às vezes levantando a voz, mas sabendo que, no minuto seguinte continuamos amigos, com respeito mútuo».
Referindo a presença de David Catarino que entretanto necessitara de se ausentar, aponta-lhe o «grande trabalho», mas que ele «não conseguiria ter feito sozinho». Para o presidente da distrital e também deputado da nação, «Ourém tem condições únicas no país», até porque «não tem situações complicadas de desemprego nem graves problemas sociais, como o resto do país».
Depois, Vasco Cunha dá os parabéns a Frazão pela iniciativa, fazendo o retrato do distrito e apontando Ourém como um concelho muito diferente do resto. Aliás, o líder distrital do partido fala da impossibilidade que consistiria ter uma iniciativa destas noutros concelhos quando nas reuniões que vão acontecendo, refere, dificilmente se consegue juntar mais de 20 ou 30 pessoas. O que cá não acontece, mostrando o peso e a força que o partido tem no concelho.
Mas para Vasco Cunha, mais que esta união e esta força, está a demonstração de que a descredibilização da política não existe em todo o lado e por isso diz que, muitas vezes, o que colunistas e comentadores nacionais escrevem e dizem nos órgãos de imprensa, só mostram o desconhecimento do país real. Mais, para o dirigente, se esses comentadores «aqui estivessem, julgariam tratar-se de encenação» e «não acreditariam que ainda houvesse 183 pessoas dispostas a dar o seu contributo». Mas reconhece que esta é uma situação tão diferente que «até no país seria difícil organizar algo como isto».
Segue-se uma dissertação sobre os princípios que regem o PSD enquanto partido humanista «que acredita que as pessoas é que são a causa de todas as preocupações políticas» e fala do seu nascimento, considerando-o como o mais genuinamente partido português que «nunca teve necessidade de se afirmar internacionalmente associando-se a organizações internacionais».
Talvez por isso considera que o PSD continua sendo um partido «inquieto e rebelde mas não indisciplinado», com inquietações e interrogações capazes de empolgar a população quando encontra líderes fortes como os casos de Sá Carneiro ou Cavaco Silva.
Afirma-o ainda como sendo um partido sem classes e sem idades onde «todos podem entrar e falar sobre o que entenderem, no reconhecimento e no respeito pelas diferenças pessoais.
No caso de Ourém aponta as responsabilidades do partido há já muitos anos e regozija-se pelas novas entradas que, no seu entender, são a prova da sua capacidade de rejuvenescimento e do facto do partido continuar a apresentar-se como alternativa credível. Considera que isto se deve à capacidade dos seus actuais dois maiores protagonistas, David Catarino e Vítor Frazão, «não se atropelarem» e de «cada um saber qual o seu papel», o que, afirma, «muitas vezes não acontece noutros sítios» onde se «entra em lutas por protagonismos, em disparates, que levam à descredibilização dos políticos». E Vasco Cunha termina dirigindo-se aos novos militantes, incitando-os a que «não se sintam castrados para dizer aquilo que pensam». Porque «todos são mais uma cabeça a pensar para o PSD». Por isso, instiga: «contribuam para fazer melhor e exijam que se faça sempre melhor».

Sem comentários: